domingo, 10 de agosto de 2025

Nos 158 anos do nascimento de Alice Moderno

 


Alice Moderno – Uma voz de coragem e compaixão

Hoje assinala-se o aniversário do nascimento de Alice Moderno (1867-1946), figura ímpar da cultura e da sociedade açoriana e portuguesa. Escritora, jornalista, educadora e ativista, Alice Moderno destacou-se pela sua visão progressista e pela coragem em defender causas que, à época, eram consideradas ousadas e disruptivas.

No campo dos direitos das mulheres, foi pioneira ao reivindicar a igualdade de acesso à educação, à participação política e à independência económica. A sua voz, firme e lúcida, ecoou em jornais e conferências, inspirando gerações de mulheres a questionar papéis impostos e a lutar por um lugar de plena cidadania.

Alice Moderno não se limitou, contudo, à esfera dos direitos humanos. A sua sensibilidade estendeu-se também ao mundo animal, tornando-se uma das primeiras defensoras da proteção e bem-estar dos animais em Portugal. Fundou e apoiou associações dedicadas a esta causa, alertando para a necessidade de tratar todos os seres vivos com respeito e compaixão.

O seu legado permanece vivo, lembrando-nos que a justiça social e o cuidado com todas as formas de vida são inseparáveis. Celebrar Alice Moderno é celebrar a coragem de agir, a força de pensar livremente e a ternura de proteger os mais vulneráveis — humanos ou animais.

Açores, 11 de agosto de 2025

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

8 de agosto- Dia Internacional do Gato

 



8 de agosto- Dia Internacional do Gato

 

O dia 8 de agosto de cada ano é dedicado a homenagear os gatos, estes animais fascinantes e a sensibilizar para a importância do seu bem-estar. Criado pelo International Fund for Animal Welfare (IFAW) em 2002, o objetivo é chamar a atenção para a relação histórica entre humanos e gatos, promover a adoção responsável e incentivar cuidados adequados, enquanto se alerta para questões ambientais e de proteção animal.

 

Com a criação deste dia, pretende-se valorizar o papel dos gatos como animais de companhia, promover campanhas de adoção e esterilização para evitar o abandono e a sobrepopulação, sensibilizar para os direitos e necessidades destes animais e alertar para os impactos ambientais de populações de gatos não controladas.

Ter um gato em casa traz inúmeros benefícios, como:

·         Companhia e afeto – Apesar da sua fama de independentes, muitos gatos são extremamente carinhosos.

·         Redução de stress – Estudos mostram que interagir com gatos pode diminuir a ansiedade e baixar a pressão arterial.

·         Controle de pragas – Caçam pequenos insetos e roedores.

 

Contudo, os gatos domésticos com acesso livre ao exterior podem representar uma ameaça significativa para aves, pequenos mamíferos e répteis. Em várias regiões do mundo, são considerados uma das espécies invasoras mais prejudiciais para a biodiversidade. Por isso, é essencial, esterilizá-los para controlar a população e mantê-los dentro de casa ou em espaços seguros.

 

O Coletivo Alice Moderno, alerta para o facto de o abandono de animais srt um problema grave e cruel. Um gato doméstico depende do seu tutor para alimentação, abrigo, cuidados veterinários e carinho. Ao adotar, assume-se um compromisso para toda a vida.

 

O Coletivo Alice Moderno considera que o Dia Internacional do Gato é, acima de tudo, um convite para amar, proteger e respeitar estes pequenos felinos – e lembrar que o seu bem-estar está nas mãos de todos nós.

 

Açores, 8 de agosto de 2025

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Cipreste-dos-cemitérios

 


Cipreste-dos-cemitérios

 

O cipreste, cipreste-mediterrânico, cipreste-dos-cemitérios ou cipreste-comum (Cupressus sempervirens L.) é uma conífera perene da família Cupressaceae oriunda da região mediterrânica, sendo amplamente cultivada pelo seu valor ornamental, histórico e simbólico.

 

De acordo com alguns autores terá sido introduzido em Portugal pelos romanos, segundo outros terão sido os navegadores fenícios a trazê-lo a partir do Chipre e de Creta. No território de Portugal continental o cipreste passou a ser comum nos cemitérios desde meados do século XIX, como substituto do teixo (Taxus baccata).

 

O cipreste é uma árvore que pode atingir alturas entre 20 e 35 m, em média, e uma longevidade que pode viver 500 anos, existindo alguns exemplares com mais de mil.

 

As folhas são pequenas, em forma de escamas, de cor verde-escura. Os ramos crescem densamente ao longo do tronco e das extremidades, conferindo à árvore o seu aspeto compacto e adelgaçado.

 

As flores, que surgem na Primavera, são muito pequenas e amareladas, apresentando uma forma semelhante a uma pinha.

 

Os frutos, primeiro verdes e depois acinzentados são lenhosos, arredondados, com cerca de 2 a 4 cm de diâmetro, contendo sementes que podem permanecer viáveis durante vários anos.

 

A madeira do cipreste é aromática, resistente à humidade e à decomposição, sendo utilizada, em carpintaria e marcenaria, na construção de móveis, portas e arte sacra. Sobre o assunto, Félix (2025) escreveu o seguinte:

 

“Consta que os fenícios construíram com a minha madeira a armada com que navegaram até à costa portuguesa. As portas da original Basílica de São Paulo em Roma tiveram o meu ADN, por ordem de Constantino, o Grande. O ataúde interior  da urna do Papa João Paulo II é de madeira de cipreste.”

 

De acordo com Cunha, Silva e Roque (2003), com fins medicinais são usadas as “gálbulas não maduras [infrutescência (ou fruto, para alguns autores) subesférica, pequena, em regra lenhosa, com escamas peltadas], por vezes os rebentos recentes”. Sobre os usos etnomédicos e médicos, os autores referidos escreveram o seguinte: “… É tradicionalmente usado nas insuficiências venosas (varizes, tromboflebites) e na sintomatologia hemorroidal; como expectorante nas bronquites. Externamente, em úlceras varicosas, inflamações e nevralgias cutâneas ou osteoarticulares; o óleo essencial é usado, pela sua acção queratolítica, na eliminação das verrugas.”

 

Desconhece-se a data da chegada aos Açores nem o responsável pela sua introdução. Hoje, na ilha de São Miguel é possível encontrar ciprestes em vários jardins públicos e privados e em cemitérios, de que são exemplos o Jardim do Palácio de Santana e o Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada.

 

Na ilha de São Miguel existem várias plantas da família Cupressaceae, que possui mais de 20 géneros e de 140 espécies. Do género Cupressus, no Jardim António Borges, em Ponta Delgada, pode ser encontrado o cedro-de-goa (Cupressus lusitanica Mill.), oriundo de uma região que vai do México até às Honduras, e o cedro-de-monterrey (Cupressus macrocarpa Hartw. X Gordon), nativo da Califórnia (EUA).

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Tipuana

 


Tipuana

 

A tipuana ou amendoim-acácia (Tipuana tipu (Benth.) Kuntze)) é uma árvore, da família Fabacae, oriunda da América do Sul (Argentina, Uruguai, Paraguai, Brasil e Bolívia), sendo comum nos Andes em altitudes que podem atingir 2 900 metros.

 

Desconhecemos quando e quem introduziu a tipuana nos Açores, não constando das listas elaboradas, quer por José do Canto, quer por António Borges, no século XIX. Não excluímos a hipótese de ter sido introduzida muito mais tarde, já no século XX.

 

A tipuana é uma árvore de folha caduca, sendo por vezes semipersistente, com copa larga em forma de guarda-chuva, que pode atingir uma altura de 40 m, sendo em geral um pouco mais baixa. Apresenta folhas compostas, com folíolos ovais, verde-claros. As flores amarelo-alaranjadas, muito apreciadas pelas abelhas, apresentam-se enrugadas. Os frutos são vagens com apenas uma semente avermelhada.

 

A árvore fixa o nitrogénio atmosférico e as suas folhas e flores ao caírem melhoram a textura do solo e o seu teor em nutrientes o que aliado ao seu crescimento rápido fazem com que seja muito útil em projetos de reflorestação. A tipuana pode ser plantada para fornecer abrigo contra o vento, mas como apresenta raízes superficiais, há o risco do seu derrube por ventos fortes.

 

A tipuana reproduz-se muito bem por sementes que depois de secas, podem manter a sua viabilidade por vários anos mantidas à temperatura ambiente. As sementes devem ser colocadas em viveiro e cobertas com uma camada de substrato ou areia, com espessura máxima de 3 mm, levando a germinação de 10 a 30 dias.

 

A resina vermelha exsudada da casca é rica em taninos, podendo ser usada como corante. A sua madeira é resistente e fácil de trabalhar, podendo ser utilizada, em carpintaria, no fabrico de móveis diversos e também como combustível e no fabrico de carvão.

 

De acordo com Saraiva (2020), em Portugal continental, existem vários exemplares notáveis em jardins, como o Jardim Botânico e Jardim Vasco da Gama, bem como em algumas praças, de que são exemplo a Praça de São Bento e a Praça Duque de Saldanha, em Lisboa.

 

Na ilha da Madeira, segundo Raimundo Quintal (2022) a tipuana pode ser encontrada na Avenida de Zarco, na Avenida do Mar, na Rua Pedro José Ornelas, na Estrada Monumental, no Jardim Municipal do Funchal, na Quinta das Cruzes, no Parque de Santa Catarina, na Mata da Nazaré, no Jardim da Universidade, no Passeio Público Marítimo- Funchal, no Jardim de Santa Luzia, no Miradouro da Vila Guida e no Jardim Botânico Eng.º Rui Vieira.

 

Nos Açores, nomeadamente em São Miguel, não se conhece qualquer uso da tipuana, para além do ornamental.

 

Na ilha de São Miguel é possível encontrar alguns exemplares no Jardim da Universidade dos Açores e no Jardim Botânico José do Canto, ambos em Ponta Delgada, bem como na Avenida da Liberdade, em Vila Franca do Campo e na Radial do Pico de Funcho, na Fajã de Baixo.

 

Teófilo Braga

 

1 de agosto de 2025

sábado, 26 de julho de 2025

INCINERAÇÃO: BASTA DE PROJETOS FUMEGANTES!

 



No passado dia 25 de julho de 2025 foi inaugurada em São Miguel uma incineradora que de acordo com os governantes é amiga do ambiente. Para mim é um erro histórico que todos os açorianos vão pagar, em dinheiro e alguns micaelenses em saúde.



INCINERAÇÃO: BASTA DE PROJETOS FUMEGANTES!

Poluente, cara e ineficaz do ponto de vista energético, a incineração continua a ganhar terreno.

Sob o pretexto de produzir energia “verde”, “descarbonizada” e “local” a partir dos resíduos domésticos, os megaprojetos multiplicam-se.

Mas por trás desta mudança de linguagem, a realidade mantém-se: queimar lixo emite CO₂ e substâncias tóxicas, como dioxinas, metais pesados, partículas finas, PFAS...

A incineração de resíduos continua a ser um enorme desperdício e uma verdadeira injustiça ambiental.

https://www.zerowastefrance.org/projet/mega-incinerateurs-csr-stop-projets-fumeux/


QUERO DESCOBRIR A CAMPANHA

👉 É isso que revelamos no nosso novo relatório “As promessas fumegantes da incineração”, publicado em maio. Nesta investigação, fazemos um retrato atual da incineração em França e documentamos os seus excessos e custos ocultos – para o contribuinte, para a saúde e para o ambiente.

📥 QUERO DESCARREGAR O RELATÓRIO

https://www.zerowastefrance.org/publication/les-promesses-fumeuses-de-lincineration/


O NÚMERO A RETER

📈 Entre 2,5 e 3 mil milhões de euros.

Este é o valor estimado dos danos sanitários e ambientais da incineração em França, calculado pela Zero Waste Toulouse com base nos estudos da Agência Europeia do Ambiente (AEA).

https://www.zerowastefrance.org/lincineration-des-dechets-menagers-un-pari-couteux/


QUERO SABER MAIS

Emissões de compostos tóxicos para o ambiente, “efeito cocktail” A incineração de resíduos continua a ser uma ameaça persistente para a saúde e para o meio ambiente.

🚨 Queimar resíduos não os faz desaparecer por magia!

📣 Apelamos a uma mudança estrutural: para reduzir as emissões tóxicas, é essencial reduzir a produção de resíduos na origem.

https://www.zerowastefrance.org/lincineration-des-dechets-menagers-un-pari-couteux/

 

Virusaperiódico (119)

 


Virusaperiódico (119)

 

Depois de uns dias a fotografar e a pesquisar sobre plantas, o dia 26 de julho foi dedicado a cuidar das plantas na Ribeira Nova.

 

Estive a cortar e arrancar duas espécies de conteiras, silvas, rícinos e feitos junto de outras plantas nativas e endémicas e num novo espaço que a partir de outubro irá ser alvo de uma nova plantação, sobretudo de plantas e ornamentais e de algumas fruteiras.

 

Mais uma vez fui prendado com alguns produtos da terra, desta vez feijão e favas. Sou um sortudo, colho sem semear graças à amabilidade dos ofertantes.

 

Ao chegar a casa, sem forças para leituras, tive a oportunidade de ler um texto do meu amigo arquiteto Fernando Santos Pessoa sobre a chacina que o governo terrorista de Israel está a fazer em Gaza. Não compreendo como o Mundo deixa morrer à bomba e agora à fome milhares de crianças e outros inocentes. Que raio de democratas nos governam?

 

Aqui deixo um extrato do texto:

 

“Se não impedirem desde já , mas mesmo desde já, que os judeus continuem a ocupar os melhores solos da Cisjordânia, restarão areias e solos escalavrados para os palestinianos cultivarem...

Este é um plano que Hitler não desdenharia !! Os desmandos e horrores praticados pelo Hamas não justificam a dimensão desta tragédia.

Porque é que eu escrevo isto? Porque já não aguento psicologicamente ficar calado, sem gritar contra a a morte lenta pela fome e pela doença ou pelos tiros bem dirigidos, que os judeus estão a praticar chefiados pelos fascistas israelitas. Isto faz aumentar o anti semitismo? Pois seja essa a consequência afinal menos importante desta crise de genocídio - se não querem ser lobos não lhe vistam a pele! “

 

26 de julho de 2025

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Virusaperiódico (118)

 



Virusaperiódico (118)

 

O dia 23 foi dedicado à fotografia de flores.

 

Passei pela Mata do Dr. Fraga, na Maia, mas não foi possível entrar, pois estava fechada “devido a manutenções”. Espero que não demorem muito!

 

Estive a fotografar no centro da freguesia das Furnas, tendo encontrado um bonito exemplar de cedro-de-oregão no adro da igreja. Colhi imagens de uma bonita nogueira-do-cáucaso, no parque de estacionamento perto da ermida mandada construir por José do Canto e visitei a Mata-Jardim criada por aquele ilustre açoriano.

 

Na Mata-Jardim, fiz uma caminhada até ao Salto do Rosal, tendo fotografado algumas das poucas flores existentes nesta altura do ano.

 

Em casa, estive, no computador, a identificar as plantas fotografadas e retomei a leitura do livro “Mel sem abelhas”, de Judite Canha Fernandes.

 

No dia 25 andei pela Serra Devassa e apesar do muito nevoeiro consegui observar o que queria e o que não esperava ver.

 

O gigante, planta invasora, já tomou conta da paisagem, qualquer dia está a chegar à Covoada. A zona envolvente à Lagoa do Canário está num pandemónio: vi endémicas arrancadas, vi que a zona das nascentes que no passado estava impecável e onde se podia observar várias endémicas, algumas raras, está interdita a visitas já há muito tempo e parece que não há vontade para a recuperar. Fiquei triste!

 

Comecei a ler o livro, de Aníbal Pires, “Entre Pausas- Crónicas do Diário Insular (2022-2024)”. Estou a gostar, sobretudo das crónicas “pouco políticas”.

 

No Pico da Pedra, continuo a observar incensos em floração, quando tal costuma acontecer nos meses de fevereiro e março. O que se está a passar?

25 de julho de 2025