sábado, 26 de abril de 2025

Nuclear? Não, Obrigado!

 



26 de abril (de 1986) - NUNCA MAIS!

 

I

A 26 de Abril de 1986, na Ucrânia, então integrada na ex-União Soviética, terá ocorrido o maior acidente da história da energia nuclear cujas consequências nunca serão conhecidas do público pois são muito poderosos os defensores e quem beneficia com os lucros gerados pelas centrais nucleares. A título de exemplo, a que devia ser neutra ONU aponta como consequência do acidente 57 mortes diretas e 4 mil casos de cancro, enquanto os Físicos Internacionais para a prevenção da guerra nuclear estimam que mais de 10 mil pessoas sofreram cancro da tiroide e mais outros 50 mil poderão vir a sofrer do mesmo problema (John Vidal, The Guardian).

 

Um acidente como o de Chernobil poderia ter acontecido?

 

Claro que não, na Pátria do Comunismo, ou melhor dizendo na do Capitalismo de Estado, tudo estava sob controlo. Leiam, o que escrevia Nikolai Tikhonov, chefe do governo soviético, em 1983: “As modernas centrais elétricas atómicas soviéticas são as mais inofensivas do ponto de vista ecológico: o problema da defesa contra a radiação, na URSS já foi resolvido…Graças aos sistemas de proteção de várias etapas, mesmo no caso de um desastre na central, não haverá fuga de radiações”.

 

No site da energia nuclear - um bem para todos -(http://energianuclear.comli.com/Home.html), lemos muito recentemente que depois de Chernobil, já não havia razões para não se apostar naquela forma de produzir eletricidade “pois se as medidas de segurança forem seguidas o risco de acidente é nulo”. Como se pode constatar através do ocorrido com as centrais nucleares do Japão, tal facto continua a ser uma miragem.

Teófilo Braga (Correio dos Açores, 13 de abril de 2011)

II

Segundo a Wikipédia é provável que mais de um milhão de mortos sejam devidos a acidentes e incidentes em nucleares até hoje.

E sejamos objectivos a Wikipédia não é um grupo activista contra a nuclear.

Cita dados da Agência Internacional de Energia Atómica e também, certamente informações da Greenpeace e da Union of Concerned Scientists e do World Information Service on Energy, todas elas organizações com muitos, muitos anos de acompanhamento da vida e da morte das e nas nucleares.

Mas atenção esse número não inclui os mortos nas, ou resultantes das, minas de urânio, é só, só mesmo de acidentes nucleares graves em centrais ou centros de armazenamento, mesmo graves que totalizam mais de cem, mas se lhe juntarmos os incidentes, paragens por motivos operacionais, que se poderiam tornar graves são de muitas, muitas centenas.

Não é um dos meus enfoques favoritos este, a morte, o medo, o risco, mas dado que os escribas da nuclear propagandeiam a enorme, leia bem a enorme segurança das centrais e o reduzido, insignificante mesmo dizem número de mortos temos que clarificar: cerca de um milhão de mortos e milhares de contaminados para a vida, e atenção não entram nas contas os mortos pela fissão do átomo em Hiroxima e Nagasáqui.

Todas as semanas nos chegam ao conhecimento paradas não programadas, incidentes nas válvulas ou sistemas de refrigeração, problemas de escorrências de combustível, alarmes repentinos, e informações de contaminações, de trabalhadores e problemas nos sistemas de transportes.

Sabemos que os sistemas de emergência, como foi o caso no acidente de Chernobyl, mas também em Fukushima ou não estão a funcionar devidamente ou são ultrapassados pela dimensão das ocorrências. Em Sellafield, em Inglaterra, durante anos houve fugas radioactivas para os mares, não se sabendo, não havendo contabilidade do número de cancers ou leucemias daí resultantes.”

António Eloy (https://aideiablog.wordpress.com/2025/04/04/este-26-de-abril-nunca-nunca-mais-ii/)

 

 

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