segunda-feira, 1 de agosto de 2016
O Dr. Teófilo Braga e os animais
O Dr. Teófilo Braga e os animais
Em texto anterior escrevi sobre a profunda amizade existente entre Teófilo Braga (1843 - 1924), um dos maiores vultos da cultura portuguesa e um dos açorianos que pela sua obra literária, intervenção cívica e política mais alto elevaram o nome dos Açores, e a acérrima defensora dos direitos dos animais Alice Moderno.
Como prova do bom relacionamento entre Teófilo Braga e o movimento de defesa dos animais, é possível encontrar na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada um cartão enviado, a 28 de maio de 1909, pela Sociedade Protetora dos Animais do Porto, àquele, então “Presidente da Academia das Ciências de Portugal”, onde se pode ler o seguinte:
“A Direção da Sociedade Protetora dos Animais esperando ser honrada por V. Exª com duas linhas de apreciação sobre o livro “Um golpe na rotina”, já enviado a V. Exª., saúda-o e associa-se à justa homenagem de consagração que a Academia das Ciências de Portugal vem de prestar a V. Exª.”
O livro “Um golpe na rotina” constava de um parecer, da Sociedade Protetora dos Animais do Porto, sobre o limite de cargas apresentado à Exma. Câmara Municipal do Porto com a colaboração de ilustres professores, engenheiros e médicos veterinários, um dos grandes problemas com que se debatiam as associações na altura em todo o país, não constituindo os Açores uma exceção. Com efeito, a Sociedade Micaelense Protetora dos Animais, surgida dois anos depois, também tinha como grandes objetivos proteger os animais de companhia dos abandonos e os de tiro dos maus tratos e dos excessos de cargas que eram obrigados a transportar.
A atitude de Teófilo Braga de sobre a tauromaquia pode ser conhecida através da publicação da feminista e republicana Vitória Pais Freire de Andrade “A ação dissolvente das touradas”.
De acordo com Vitória Andrade, Teófilo Braga “quando em 1889 foi demolida a célebre praça do Campo de Sant’Ana, e nesse mesmo ano foi apresentada à Câmara Municipal uma proposta para ela conceder terreno no Campo Pequeno, a fim de ali se fazer uma praça de touros, protestou com toda a energia para que tal concessão se não fizesse, atentos os fins desmoralizadores a que se destinava. Como porém se encontrava desacompanhado na luta, muito embora defendendo a verdade e a razão, foi vencido…”
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31000, 2 de agosto de 2016, p.16)
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