segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Cipreste-dos-cemitérios

 


Cipreste-dos-cemitérios

 

O cipreste, cipreste-mediterrânico, cipreste-dos-cemitérios ou cipreste-comum (Cupressus sempervirens L.) é uma conífera perene da família Cupressaceae oriunda da região mediterrânica, sendo amplamente cultivada pelo seu valor ornamental, histórico e simbólico.

 

De acordo com alguns autores terá sido introduzido em Portugal pelos romanos, segundo outros terão sido os navegadores fenícios a trazê-lo a partir do Chipre e de Creta. No território de Portugal continental o cipreste passou a ser comum nos cemitérios desde meados do século XIX, como substituto do teixo (Taxus baccata).

 

O cipreste é uma árvore que pode atingir alturas entre 20 e 35 m, em média, e uma longevidade que pode viver 500 anos, existindo alguns exemplares com mais de mil.

 

As folhas são pequenas, em forma de escamas, de cor verde-escura. Os ramos crescem densamente ao longo do tronco e das extremidades, conferindo à árvore o seu aspeto compacto e adelgaçado.

 

As flores, que surgem na Primavera, são muito pequenas e amareladas, apresentando uma forma semelhante a uma pinha.

 

Os frutos, primeiro verdes e depois acinzentados são lenhosos, arredondados, com cerca de 2 a 4 cm de diâmetro, contendo sementes que podem permanecer viáveis durante vários anos.

 

A madeira do cipreste é aromática, resistente à humidade e à decomposição, sendo utilizada, em carpintaria e marcenaria, na construção de móveis, portas e arte sacra. Sobre o assunto, Félix (2025) escreveu o seguinte:

 

“Consta que os fenícios construíram com a minha madeira a armada com que navegaram até à costa portuguesa. As portas da original Basílica de São Paulo em Roma tiveram o meu ADN, por ordem de Constantino, o Grande. O ataúde interior  da urna do Papa João Paulo II é de madeira de cipreste.”

 

De acordo com Cunha, Silva e Roque (2003), com fins medicinais são usadas as “gálbulas não maduras [infrutescência (ou fruto, para alguns autores) subesférica, pequena, em regra lenhosa, com escamas peltadas], por vezes os rebentos recentes”. Sobre os usos etnomédicos e médicos, os autores referidos escreveram o seguinte: “… É tradicionalmente usado nas insuficiências venosas (varizes, tromboflebites) e na sintomatologia hemorroidal; como expectorante nas bronquites. Externamente, em úlceras varicosas, inflamações e nevralgias cutâneas ou osteoarticulares; o óleo essencial é usado, pela sua acção queratolítica, na eliminação das verrugas.”

 

Desconhece-se a data da chegada aos Açores nem o responsável pela sua introdução. Hoje, na ilha de São Miguel é possível encontrar ciprestes em vários jardins públicos e privados e em cemitérios, de que são exemplos o Jardim do Palácio de Santana e o Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada.

 

Na ilha de São Miguel existem várias plantas da família Cupressaceae, que possui mais de 20 géneros e de 140 espécies. Do género Cupressus, no Jardim António Borges, em Ponta Delgada, pode ser encontrado o cedro-de-goa (Cupressus lusitanica Mill.), oriundo de uma região que vai do México até às Honduras, e o cedro-de-monterrey (Cupressus macrocarpa Hartw. X Gordon), nativo da Califórnia (EUA).

Sem comentários: