Os animais, o ambiente e o ensino a distância
No terceiro período, na disciplina de
Cidadania e Desenvolvimento, alguns alunos de duas turmas do 7º ano de
escolaridade, de uma escola secundária de São Miguel, escolheram como um dos domínios
a abordar o bem-estar animal. Para o estudo do domínio em questão, cada aluno optou
por um tema, fez uma pequena investigação e apresentou aos colegas os
resultados das suas pesquisas.
A maioria, para além de abordar o conceito
de bem-estar animal, limitou-se a investigar o que se passava com os animais
domésticos, nomeadamente com cães e gatos, apresentando sempre as razões para o
seu não abandono. Alguns também deram a conhecer associações de proteção dos
animais, sendo a Cantinho dos Animais dos Açores
a única associação açoriana que conheciam.
Depois de “esgotado” o tema, o docente
elaborou um questionário com o objetivo de ouvir a opinião dos alunos sobre
vários aspetos relacionados com a proteção dos animais.
Abaixo, apresentam-se os principais
resultados.
Sobre a importância da vida dos animais, a
maioria dos alunos (84%) considerou que era tão valiosa como a dos humanos e
para os restantes (16%) era bastante valiosa, mas não tanto como a dos humanos.
Para 89% dos alunos a companhia era o
contributo mais valioso dos animais para a vida dos humanos, enquanto para 5,5%
era o trabalho e para 5,5% a alimentação e produção de materiais.
A maioria dos alunos (95%) considerou que eram
injustificáveis os maus tratos aos animais e um número reduzido (5%) achou que
os mesmos se justificavam quando se tratava de os educar.
Enquanto o abandono de animais foi
considerado injustificável para a maioria dos alunos (89%), para os restantes
(11%) tal só se justificava quando os donos perdiam condições para os manter.
Sobre a utilização de animais em desportos,
pouco mais da metade dos alunos (53%) achou que não deviam participar, um
número mais reduzido (26%) achou que sim e os restantes (21%) respondeu que
talvez pudessem ser usados.
Acerca da realização de touradas, argumentando
que os animais se magoavam e sofriam e que era perigoso para as pessoas, a
maioria dos alunos (89%) não concorda com a sua realização, enquanto os
restantes (11%) acham que devem realizar-se pois é tradição e “mete a população
contente e feliz”.
A maioria dos alunos (63%) também não
concorda com a participação de animais selvagens em circos, pois não estão no
seu habitat natural, porque sofrem e porque podem matar as pessoas.
Para celebrar a comemoração do Dia Mundial
do Ambiente, 5 de junho, os alunos referidos também responderam a um questionário,
onde, entre outras questões, lhes foi perguntado quais os principais problemas
ambientais dos Açores, foi-lhes mostrado uma fotografia de um priolo para saber
se eram capazes de identificar a ave e também foi-lhes pedido para que
definissem o que era uma planta endémica.
Relativamente aos problemas ambientais dos
Açores, os alunos referiram como principais a poluição do ar, da água, dos
solos e a diminuição das espécies.
A maioria dos alunos (60%) identificou a
ave como sendo o priolo, mas houve quem o confundisse com o corvo, o pardal ou
com o milhafre. A grande maioria (94%) dos alunos conhecia o conceito de
espécie endémica.
Sobre o ensino a distância, cerca de 30%
dos alunos inscritos nas turmas não participaram nas aulas. Dos que
participaram, a maioria considerou que conseguiu realizar com sucesso as
tarefas e alguns apontaram aspetos positivos como o facto do aluno ter “que se tornar mais autónomo e esforçar-se” e como negativo
o ser “extremamente cansativo…”. Outro aluno referiu que “a dificuldade foi
mesmo fazer um exercício e não perceber uma pergunta e não ter um professor
para explicar melhor”.
Teófilo Braga
(Correio
dos Açores, 32157, 17 de junho de 2020, p. 17)
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