quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Oliveira


A oliveira (Olea europaea L.) é uma planta pertencente à família Oleaceae originária da Região Mediterrânica.

Embora haja oliveiras em várias ilhas dos Açores, a sua presença é mais significativa na ilha do Pico e na Terceira.

Sobre a presença de oliveiras na Terceira, há quem afirme que “remonta, muito possivelmente ao período do povoamento, mas foi no final do século XVIII, sobe a influência de um grupo de frades da Ordem de S. Francisco, originários da península itálica que o cultivo da azeitona se tornou numa cultura de referência nesta ilha do grupo Central do arquipélago dos Açores.” (https://www.youtube.com/watch?v=nWHpTES7Ly8)

Alfredo da Silva Sampaio, na sua obra “Memória sobre a Ilha Terceira”, sobre a oliveiar escreveu o seguinte: A sua cultura é assaz extensa.”

Na ilha Terceira, o cultivo da oliveira está localizado na zona do Porto Martins, destinando-se as azeitonas colhidas para autoconsumo e para venda a restaurantes sobretudo da ilha.

De acordo com um texto da Agência Lusa publicado no jornal “Açoriano Oriental”, de 20 de novembro de 2016, na ilha terceira existiam 26 produtores de azeitonas que cultivavam uma área de cerca de 13 hectares, quando em 1999 esse número ascendia a 35 produtores.

Segundo o texto referido, a produção de azeitonas na Terceira corre o risco de acabar, devido à elevada idade dos produtores e ao desinteresse pelos mais jovens por aquela cultura que exige muita dedicação e não é muito rentável. Além do mencionado, “desde 2004/2005 que a produção se tornou ainda mais trabalhosa, com o aparecimento da mosca da azeitona, que se não for combatida atempadamente pode danificar olivais inteiros.”

A oliveira é uma árvore perenifólia, que pode atingir uma idade de mais de 2 mil anos, com copa arredondada, mas pouco densa. O seu tronco é grosso, irregular e contorcido, nos indivíduos velhos.

As folhas são opostas, simples, oblongo-lanceoladas, coriáceas, de cor verde-acinzentado na página superior e prateado na inferior. As flores são pequenas, esbranquiçadas a amarelo-esverdeadas e os frutos são drupas, conhecidas por azeitonas.

Castro (1981) sobre a oliveira escreveu o seguinte:

“o óleo é alimentar e medicinal e emprega-se como colagogo, laxante ligeiro, etc.

Exteriormente, emprega-se, com cânfora, em fricções anti-reumáticas.

O óleo (azeite) faz parte de certos medicamentos, em uso interno e externo.

As folhas, em cozimento, empregam-se para dilatar as artérias e fazer baixar a tensão arterial. Também têm propriedades antidiabéticas.”

Cunha, Silva e Roque (2003) apresentam como principal indicação o combate à hipertensão arterial, mas chamam a atenção para a seguinte contraindicação: “Não utilizar o azeite, como colagogo, quando exista obstrução das vias respiratórias.”

Em 1989, na cidade de Ponta Delgada, o “chá” de folhas de oliveira, verdes ou secas, era usado para “baixar a tensão arterial.”

Na ilha de São Jorge, segundo informação colhida em 2023, o “chá” de folhas de oliveira era também usado para regular a tensão arterial.

Sobre a azeitona há uma adivinha que abaixo se transcreve.

Verde foi meu nascimento

Eu de luto me vesti

Para dar a luz ao Mundo

Mil tormentos padeci
Teófilo Braga

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