domingo, 2 de fevereiro de 2025

Mélia


 


Mélia

 

A mélia (Melia azederach L.) também conhecida por amargoseira, lilás-da-índia e sicómoro é uma planta nativa da Ásia-sul e oriente, encontrando-se naturalizada no sul da europa e norte de África.

 

O nome genérico, melia, provém do grego antigo e significa freixo, em virtude da semelhança entre as folhas das duas espécies e o específico deriva do persa, significando árvore nobre.

 

Pertencente à família Meliaceae, a mélia, que pode atingir 20 m de altura ou mais, é originária da Ásia-Sul e Oriente, e está em flor, entre nós, nos meses de abril e maio.

 

A mélia terá sido introduzida na Europa em 1759 ou mais cedo, havendo quem aponte a data de 1656. Em Portugal, sabe-se que existia, em 1799, na Quinta dos Senhores de Belas provavelmente vinda de Goa (Saraiva, 2020)

 

Não sendo conhecida a data precisa da introdução nos Açores, sabe-se que a mélia já estava presente no jardim de José do Canto em Ponta Delgada, no ano de 1858. Doze anos depois, em 1868, a mélia fazia parte de uma lista de plantas multiplicadas em grande quantidade por José do Canto disponíveis para oferta ou permuta.

 

Em 1953, a mélia ou sicómoro fazia parte de uma lista das “Principais plantas cultivadas e espontâneas nos Açores”, elaborada pelo Regente Agrícola, Silvano Pereira e publicada no BCRCAA, nº 18.

 

A mélia, que apresenta uma copa arredondada, é uma árvore caducifólia. Aas suas folhas são compostas com folíolos lanceolados, acuminados, com margens serradas de cor verde-clara. As flores são hermafroditas de coloração arroxeada e surgem dispostas em panículas. Os frutos, que possuem uma semente dura no seu interior, são drupáceos de pequenas dimensões, com uma coloração amarelada, quando estão maduros.

 

 

A mélia é cultivada como ornamental em quase todo o mundo e é usada em jardins ou em arruamentos. As suas folhas e a casca são utilizadas com fins medicinais, sendo-lhes atribuídas propriedades vermífugas, purgativas e eméticas: As flores são muito aromáticas e muito visitadas pelas abelhas e outros polinizadores. A sua madeira é muito fácil de trabalhar pelo que pode ser usada em carpintaria. Embora os seus frutos sejam muito apreciados pelas aves, são tóxicos para os humanos e para alguns animais, como os suínos. As sementes eram usadas para fazer rosários.

 

De acordo com Saraiva (2020) a mélia multiplica-se facilmente “por semente na primavera, não necessitando de tratamento especial, salvo tirar-lhe a envoltura carnosa. A germinação leva cerca de 2 meses.”

 

Para além da beleza que dá aos locais onde está plantada as mélias contribuem para uma melhor qualidade de vida. A Câmara Municipal de Almada (1) apresentou a seguinte informação para um exemplar localizado na Praça de Ceuta, na Cova da Piedade:

  • Tem uma circunferência de tronco de 240 cm
  • Tem uma altura de 17,9 m
  • Tem uma área foliar de 1108 m2
  • O tronco e os ramos têm 2274 kg de carbono
  • Produz oxigénio suficiente para 1 pessoa respirar durante 118 dias.
  • Retém 1742 litros das águas da chuva, o que ajuda a reduzir as inundações
  • Limpa o ar ao remover 1792 gramas de poluentes.
  • Armazena 100468 gramas de CO2.

 

Introduzida nos Açores com fins ornamentais, é possível encontrar mélias sobretudo em jardins públicos e particulares, bem como praças e arruamentos. Na ilha de São Miguel, podem ser observadas no Jardim da Universidade dos Açores, no Parque Urbano, no Parque Século XXI, no Parque de Estacionamento de São Francisco Xavier, em Ponta Delgada, e no Jardim de Santa Cruz, na Lagoa

 

(1) https://www.cm-almada.pt/viver/intervencao-ambiental-clima-e-sustentabilidade/arvores/melia-azedarach-melia

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