quinta-feira, 3 de julho de 2025

Rainha-das-ervas

 



Rainha-das-ervas

 

A rainha-das-ervas, eduardas, artemísia-dos-prados, matricária ou artemija (na Madeira) (Tanacetum parthenium (L.) Schultz-Bio., da família Asteraceae, é uma planta herbácea vivaz oriunda do sueste da Europa que, hoje está espalhada por toda a Europa, na Austrália e na América do Norte. Nos Açores, a rainha-das-ervas foi introduzida, encontrando-se naturalizada em todas as ilhas, exceto no Corvo.

 

Desconhece-se a principal razão da sua introdução no nosso arquipélago, podendo ser devido ao seu uso na medicina tradicional ou à sua utilização como planta ornamental.

 

A rainha-das-ervas é uma planta aromática que pode atingir um metro de altura, com caule ramificado, com folhas ovadas a oblongas, dentadas e pubescentes. As flores do disco são amarelas, possuindo lígulas dentadas brancas.

 

Na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo, a rainha-das-ervas era cultivada nos quintais, sendo usada essencialmente para ornamentar as casas. Na Ribeira Seca da Ribeira Grande, de acordo com o Eng.º José António Pacheco, a planta é usada anualmente para enfeitar o altar de São Pedro, durante as tradicionais Cavalhadas.

 

Na ilha Terceira, segundo Augusto Gomes (1993), a rainha-das-ervas era usada na “contenção da urina”, na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo era utilizada para combater as “dores de cabeça”: Na ilha das Flores, era usada para tirar dores diversas e nos partos.

 

Na freguesia da Fajã da Ovelha, na ilha da Madeira, segundo Freitas e Mateus (2013) são os seguintes os usos da rainha das ervas: “Chá para urinar e problemas de rins, vesícula, próstata e infeções na bexiga. Utilizado em mistura com cabelo de milho.”

 

De acordo com Cunha, Ribeiro e Roque (2017) as principais utilizações da rainha-das ervas são:

“Em fitoterapia, é empregue como aperitivo e em dispepsias hipossecretoras. Reduz a frequência e duração das enxaquecas, acção atribuida às lactonas. É usada em combinação com outas plantas em artites e dores reumáticas.

 

Em cosmética são usados cremes com extracto glicólico da parte aérea em flor para peles inflamadas e peles secas.”

 

De acordo com o livro “Culpeper’s Colour Herbal (1983) embora as virtudes da rainha-das-ervas sejam conhecidas há muitos século, apenas há alguns anos a planta chamou à atenção pelo facto de ser um medicamento eficaz para o tratamento das dores de cabeças e enxaquecas.

 

Uma sugestão de tratamento consiste em colocar uma ou duas folhas de rainha-das-ervas em sanduiches, tendo em atenção que algumas pessoas mais sensíveis possam desenvolver bolhas na boca.

 

No mesmo livro é referido que a rainha-das-ervas “é antipirética e induz à transpiração, diminuindo assim a temperatura em casos de febre.

 

Pico da Pedra, 4 de julho de 2025

 

Teófilo (Soares) Braga

 

Núcleo Regional dos Açores da IRIS-Associação Nacional de Ambiente

Virusaperiódico (113)

 


Virusaperiódico (113)

 

Comecei o dia 28 com a leitura de uma triste, mas esperada notícia: o desinvestimento na educação. Li que o governo quer poupar, acabando com os turnos nas ciências experimentais. Aos governos o que interessa são os negócios de e para meia dúzia e os investimentos na guerra.

 

O dia foi passado quase todo em Vila Franca do Campo, em contato com a terra: mondas, limpezas de bananas e visita às abelhas que, por agora, estão bem.

 

No dia 29 andei pela Ribeira Grande, onde fui fotografar o altar de São Pedro ornamentado com rainha-das ervas e vi as Cavalhadas dos mais pequenos. Gostei, pois nenhum animal foi importunado. Li muitas páginas do livro de José Hipólito dos Santos, já mencionado. Também dediquei alguma tempo ao associativismo animalista.

 

Comecei o mês de julho, a rever material de laboratório de Física, a trabalhar sobre plantas usadas na tinturaria e continuei a leitura do livro de Hipólito dos Santos, onde fiquei a conhecer a vida de alguns portugueses refugiados na Argélia.

 

O dia 2 de manhã foi passado a tratar de burocracias e a trabalhar sobre plantas tintureiras. De tarde, andei por Vila Franca e continuei a minha leitura do livro de Hipólito dos Santos. Fiquei a conhecer a corrupção existente em países que se libertaram dos colonizadores.

 

No dia 3, estive a pôr a correspondência em dia, que estava muito atrasada e a ler alguns textos sobre Alice Moderno. No fim do dia, estive no lançamento do livro de Liberato Fernandes “O Sistema da Guerra” e acabei a leitura do livro de José Hipólito dos Santos.

 

3 de julho de 2025

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Virusaperiódico (112)

 


Virusaperiódico (112)

O dia 22 foi passado a realizar trabalhos domésticos e a ler o livro já mencionado de Carlos Matos Gomes.

 

Na segunda-feira, dia 23, estive algum tempo na minha antiga escola, onde já estão a ser realizados exames. Estive a ler alguns textos antigos sobre a(s) guerra(s). Continuam atuais, pois a obsessão para matar continua e agora com mais capacidade para o fazer.

 

O dia 25 foi longo, de manhã andei pela Biblioteca Pública a fazer pesquisas sobre plantas tintureiras e a tratar de assuntos num Banco, sabendo que os únicos confiáveis são os de jardim. Passei numa oficina, onde está um automóvel há dois meses à espera de ser reparado. Seguros só são seguros para os capitalistas seus donos. No fim do dia, voltei à Biblioteca Pública para assistir ao lançamento do romance de Pedro Almeida Maia, “Condenação- A História de um Gangster Açoriano na América”.

 

No dia 26, de manhã, estive na minha antiga escola e, de tarde, estive a responder a um conjunto de solicitações de pessoas amigas ou de simples conhecidos e acabei de ler os contos da autoria de Eugénia Leal. Aconselho a leitura!

 

Como parar é morrer, comecei a leitura do livro “A Vida faz.se de acasos e valores”, com texto de José Hipólito dos Santos e organização da sua filha Irene Hipólito dos Santos. José Hipólito dos Santos foi um lutador antifascista e militante libertário que participou ativamente no movimento cooperativista.

 

Depois de passar a manhã a tratar de burocracias, a tarde do dia 27 foi, em parte, passada na Feira Agrícola de São Miguel, m Santana, no “stand” da Casermel.

 

27 de junho de 2028

sábado, 21 de junho de 2025

Virusaperiódico (111)

 


Virusaperiódico (111)

 

O dia 20 foi passado quase todo a preparar um texto sobre a(s) guerra(s). Sendo a guerra um crime contra a humanidade não percebo por que razão não existe a nível mundial um forte movimento de oposição à loucura de aumento dos gastos militares que se traduzirão em menos saúde, menos educação e menos qualidade de vida.

 

No dia 21 andei pela Courela, onde limpei bananeiras e bananas e arranquei algumas ervas. Pela primeira vez observei um ninho de santantoninho ou papinho (Erithacus rubecula) com dois ovos.

 

Na Ribeira Nova visitei as colmeias que me parecem estar bem e arranquei algumas ervas, sobretudo feitos (Pteridium aquilinum).

 

Fui presenteado com nabos e feijão verde. Bem-haja a quem cultiva. A terra a quem a ama!

 

No fim do dia estive a ler o livro do escritor, recentemente falecido, Carlos Matos Gomes, intitulado “Geração D”. Não só é o governo terrorista de Israel ou o grupo terrorista do Hamas que assassinam inocentes. Portugal também tem as mãos sujas.

 

A guerra continua, em nome dos interesses económicos de alguns poucos e das religiões de outros. Lembrei-me da inutilidade da ONU e das palavras ignoradas do chefe da igreja católica, o Papa Francisco que foi crítico das potências que alimentam guerras por interesses económicos. Em várias ocasiões, declarou que “há pessoas que ganham dinheiro com a morte de outros” e denunciou a “terceira guerra mundial aos pedaços” que vivemos hoje.

 

21 de junho de 2025

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Virusaperiódico (110)

 



Virusaperiódico (110)

 

No dia 16 destaco o lançamento da obra de Pedro Paulo Câmara “Armando Côrtes-Rodrigues-Obra dramática dispersa”. Ainda não li o livro, mas já tirei fiquei a conhecer melhor a história de Vila Franca, isto é, o cortejo dos Reis Magos da Ribeira Seca é muito mais antigo do que se realizava em São Pedro. Enquanto o primeiro, cujo texto é do cantador popular João Jacinto Januário, é da década de 30 do século passado, o segundo, da autoria de Côrtes-Rodrigues, foi escrito em 1962.

 

Já comuniquei ao autor, Pedro Câmara, que há pelo menos mais uma peça de teatro, não mencionada na excelente obra apresentada, da autoria daquele ilustre vila-franquense. Trata-se de “O tempo e a máscara”, escrita em conjunto com Lúcio Miranda, que esteve em cena nos dias 19,21 e 23 de fevereiro de 1952.

 

Parabéns ao Pedro Paulo Câmara pelo trabalho que tem feito em prol da cultura açoriana.

 

Comecei o dia 17, a pesquisar textos sobre a guerra e sobre a rainha-das-ervas. Passei algum tempo na minha antiga escola, onde revi alguns colegas e fotografei algumas flores de roseiras, do jacarandá e da figueira-do-inferno. De tarde andei por Vila Franca, na colheita de bananas. Recebi vários presentes, alguns produtos relacionados com as festas do Espírito Santo e um sabão artesanal de karité, cuja manteiga é muito usada em cosmética.

 

No dia 18, estive a pesquisar sobre a guerra e a paz e no fim do dia marquei presença, em Vila Franca,  no lançamento do livro “33 contos” da autoria de Eugénia Leal. Já saboreei meia dúzia deles e deliciei-me. Parabéns à autora e que não pare de escrever!

 

No dia 19, continuei as leituras sobre a paz e a guerra e convivi. Não basta viver!

 

19 de junho de 2025

terça-feira, 17 de junho de 2025

A anoneira

 


A ANONEIRA

 

A frequência de uma formação sobre a poda na cultura da anoneira, em que entre os formandos estavam dois pico-pedrenses e em que a formadora também era do Pico da Pedra, levou-me a escrever o presente texto que disponibilizo aos leitores da “Voz Popular”.

 

A anoneira (Annona cherimola Mill.), também conhecida por coração-negro ou coração-de-negro, é uma árvore ou arbusto de porte médio, pertencente à família Annonaceae.

 

A anoneira pode atingir dez metros de altura se crescer livremente. O tronco cilíndrico apresenta uma casca de cor verde acinzentada. As folhas são de forma variada, podendo ser ovais, ovais-lanceoladas, obovadas ou elípticas, de cor verde-escuro na página superior e de um verde mais claro na inferior. As flores, muito aromáticas, são de cor creme. Os frutos apresentam várias formas, sendo as mais comuns a cónica, a esférica e a oval. A polpa é branca e as sementes são de cor castanho-escura ou preta,

 

A anoneira terá chegado aos Açores no século XIX, não se sabendo quem foi o introdutor. No entanto, sabe-se que em 1857, já existiam no Jardim Botânico José do Canto cinco “variedades”.

 

Em 1953, a anoneira fazia parte da lista das “Principais plantas cultivadas e espontâneas nos Açores” elaborada pelo Regente Agrícola Silvano Pereira, publicada no nº 18 do Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores.

 

Vinda da América do Sul, onde os seus frutos “em tempos muito antigos” eram “abundante comida das populações locais”, a anoneira atravessou o Oceano Atlântico e chegou à Europa, onde hoje é muito apreciada. Em Portugal, é cultivada sobretudo no arquipélago da Madeira e também nos Açores.

De acordo com Capelinha (2018) “a produção da anona na Madeira permanece desde a sua colonização, devido às suas condições edafoclimáticas, combinadas com as técnicas de cultivo e o conhecimento da população, fazendo com que a anona da Madeira se inclua na designação de denominação de origem protegida (DOP). Esta contribui de forma significativa para o desenvolvimento económico com uma produção anual de 1000 toneladas/ano, a Madeira tem como principais mercados, o Continente, França, Espanha e Inglaterra, tornando-se o fruto mais exportado, após a banana.”

 

Sobre a propagação da planta, o Eng.º Manuel Moniz da Ponte escreveu o seguinte:

“a multiplicação da anoneira faz-se por sementeira e enxertia. Quando se tem como objectivo a manutenção das características varietais das variedades seleccionadas, tem de se recorrer à propagação vegetativa e em particular à enxertia de garfo sobre porta-enxertos francos.

O tipo de enxertia mais utilizado é de “fenda cheia”, decorrendo durante os meses de Março a Maio”. (https://almanaqueacoriano.com/index.php/artigos/24-pomar/1073-a-anoneira).

 

A anoneira é cultivada essencialmente pela excelência dos seus frutos que, de acordo com o Dr. Oliveira Feijão, são adstringentes.

 

Uma referência ao uso das folhas secas, do córtex e dos frutos da anoneira, nos Açores, encontra-se no livro “Algumas plantas medicinais dos Açores” da autoria de Yolanda Corsépius. Segundo ela, a planta possui propriedades estomacais e antidiarreicas.

 

Num texto intitulado “Propriedades Farmacológicas da Annona cherimola Mill.” (https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/84542), da autoria de Bianca Capelinha, datado de 2018, podemos ler que o fruto, a raiz, a casca, as folhas e as sementes da anoneira têm sido usados tradicionalmente em várias regiões do planeta, sobretudo na América Latina.

Assim:

 

- Os frutos podem ser consumido frescos e utilizados na produção de iogurtes, gelados, sumos, vinho e licores;

 

- A decocção da casca é usada como tónico e para tratar a diarreia;

 

- A raiz mastigada é usada para aliviar a dor de dentes e usada em decocção com funções anti-helmínticas e antipiréticas;

 

- Nos Açores, as folhas são tradicionalmente utilizadas para tratar hipercolesterolemia.

 

Pico da Pedra, 12 de maio de 2025

 

Teófilo Braga

 

Virusaperiódico (109)

 



Virusaperiódico (109)

 

Comecei o dia 14 de junho a fazer pesquisas sobre uma planta, cuja tisana costumo beber, o “Chá de Roibos” (Aspalathus linearis).

 

Em Vila Franca do Campo, enquanto a chuva não permitiu trabalhar visitei a Grota das Freiras e o Sanguina, tenho observado caminhos “vaquícolas” que mais parecem ribeiras. O IROA anda distraído!

 

Na Ribeira Nova estive a arrancar feitos (Pteridium aquilinum) que estavam a cobrir as endémicas e fetos-espada (Nephrolepis cordifolia), planta ornamental, que estavam a invadir uma grande área de terreno.

 

Uma vez mais saí de Vila Franca carregado de uma generosa oferta: um repolho, nabos e fava verde.

 

Comecei a ler o livro “Verão Quente de 1975- Tudo era permitido”. Segundo o autor, Pedro Prostes da Fonseca, houve delírios. De leitura fácil, o autor delirou quando confundiu o Padre Max, assassinado pelos terroristas do MDLP, de Spínola e de um deputado fascista, com o padre Martins, da ilha da Madeira.

 

A madrugada de domingo, dia 15, foi ocupada em pesquisas sobre plantas e a fazer a revisão de um texto que será publicado numa revista. Ainda de manhã, estive a “desbajar” favas. De tarde, depois de muito descansar, voltei às leituras.

 

15 de junho de 2025