terça-feira, 4 de novembro de 2025

Virusaperiódico (139)

 


Virusaperiódico (139)

 

De madrugada, li, no livro “A Contra-revolução no 25 de Abril”, de Maria José Tíscar, que “no movimento independentista dos Açores, entre 1975 e 1976, houve também intervenção de antigos elementos ligados à OT-OACI e à Aginter Presse”. A sigla OT significa Ordre et Tradition e OACI, Organization Armée contre le Communisme International e “Aginter Presse” tratava-se de uma falsa agência de notícias ligada à PIDE que “era na realidade uma organização de mercenários anti-comunista, com subsidiárias por todo o mundo. Treinava os seus membros em técnicas de operações clandestinas, incluindo ataques à bomba, eliminação de personalidades, guerra psicológica, comunicação e infiltração clandestinas e contra-insurreição (Wikipédia).

 

A manhã do dia 4 de novembro foi passada na Ribeira Grande, na Praia de Santa Bárbara e no litoral do Bandejo, acompanhado de um amigo biólogo.

 

Comecei por ir à PSP levar um cagarro que o meu amigo havia recolhido na Praia do Monte Verde. Na Praia de Santa Bárbara apenas encontramos dois cagarros mortos e vivos vários pilritos (Calidris alba) e gaivotas (Larus michahellis atlantis). No que diz a plantas não observei nada de especial, para além da vidália (Azorina vidalii).

 

No litoral do Bandejo, observei as entradas para as casamatas, duas delas sem qualquer proteção e algumas plantas endémicas, como o bracel (Festuca petraea) e a erva-leiteira (Euphorbia azorica). Nunca tinha visto uma área tão grande coberta de perrexil (Crithmum maritimum), planta usada na alimentação, em saladas e em curtume.

 

De tarde, passei muitas horas no computador a selecionar textos para uma comunicação a fazer na segunda quinzena deste mês. A grande dificuldade será sintetizar informação para a poder transmitir em 20 minutos.

 

No início da noite, comecei a rever alguns textos de uma revista que sairá no próximo mês e que será distribuída no final do ano ou no início de 2026.  Talvez seja o último número a ser publicado, o que será uma pena.

 

4 de novembro de 2025

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Virusaperiódico (138)

 


Virusaperiódico (138)

 

No dia 31 de outubro, estive pela primeira vez no Cemitério do Pico da Pedra, onde está sepultada a minha tia Rosa de Jesus Soares, natural da Ribeira Seca de Vila Franca do Campo. Se o meu avô Manuel Soares, que trazia vacas de Vila Franca para o Pico da Pedra, no inverno, soubesse o que diria?

 

Acabei de ler a revista Avenida Marginal, com a leitura do texto da autoria do psiquiatra João Mendes Coelho. Muito bom.

 

No dia de todos os santos, 1 de novembro, estive na Ribeira Seca de Vila Franca, onde fiz as primeiras plantações deste outono, nomeadamente pitangueiras, um abacateiro e uma orelha-de-elefante e colhi alguma fruta. O meu amigo G.A. esteve a fazer enxertos em alguns abacateiros. Se vingarem tal como outro que fez anteriormente para o ano terei mais abacates.

 

No fim do dia estive a organizar ficheiros relacionados com acontecimentos ocorridos no ano de 1975, entre os quais umas estúpidas guerras de bandeiras e vários atentados bombistas.

 

No domingo dia 2, voltei à organização de ficheiros sobre 1975 e estive a comparar notícias sobre os mesmos acontecimentos em dois jornais diferentes, “Açores” e “Diário dos Açores”. Confirmei que o “Açores”, dirigido por Gustavo Moura, distorcia a realidade, apresentando uma versão favorável às organizações mais conservadoras da sociedade ou às separatistas.

 

Para desanuviar um pouco estive a ler sobre plantas e transplantei algumas urtigas (cóleo).

 

2 de novembro de 2025

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Virusaperiódico (137)

 


Virusaperiódico (137)

 

O dia 25 foi de muita chuva e de algumas cheias em algumas localidades da ilha de São Miguel. Impedido de ir trabalhar na terra em Vila Franca do Campo, estive por casa a ler o livro sobre o Chega, já mencionado, a trabalhar sobre alguns acontecimentos ocorridos em 1975 e a selecionar fotografias de flores para um livro que há-de vir.

 

No dia 26, ainda devido ao mau tempo, continuei a selecionar fotografias e prossegui as minhas leituras que, para além do livro referido, incidiram sobre depoimentos acerca do ano de 1975, um deles de um militar da marinha que esteve em serviço numa fragata nos Açores. Recebi, a título de oferta o livro “O meu nome é Emília del Valle” de uma das minhas escritoras favoritas, Isabel Allende.

 

Dediquei algumas horas do dia 27 ao ativismo ambiental, nomeadamente ao combate às espécies vegetais invasores e à destruição do litoral por parte de obras que se fazem apenas para aumentar o gasto de betão, um dos indicadores de progresso para os ambientalistas governamentais, autárquicos e outros da nossa praça.

 

No dia 28, de manhã continuei a dedicar-me à identificação de plantas e acabei a leitura do livro sobre um partido saudosista do salazarismo. De tarde, estive durante algum tempo na Biblioteca Pública de Ponta Delgada e dediquei algum tempo ao associativismo ambiental.

 

Comecei o dia 29 a fazer as últimas pesquisas, no jornal “Açores”, na Biblioteca Pública de Ponta Delgada sobre o ano de 1975. Aquele jornal dirigido por Gustavo Moura estava longe, muito longe, de ser isento.

 

De tarde, assisti a uma sessão comemorativa dos 100 anos do nascimento do escritor José Dias de Melo promovida pelo Clube de Leitura da Associação de Solidariedade Social dos Professores- Delegação dos Açores. Valeu a pena, tudo vale a pena …

 

29 de outubro de 2025

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Virusaperiódico (136)

 


Virusaperiódico (136)

 

O dia 21 foi dedicado à leitura e a pesquisas bibliográficas, tendo também envasado algumas plantas, sobretudo gincos que estavam no viveiro.

 

Recebi, a título de oferta, do arquiteto Fernando Pessoa os seguintes livros: “CCAÇ. 2526: Companhia Independente de Caçadores - os coriscos”, “O Sortilégio dos Himalaias-Butão e Sikkim”, “Território e Paisagem”, “Libelo sobre um País destroçado” e “Ideologias-reflexões dum cidadão”.

 

O meu dia de aniversário, 22 de outubro, que coincide com o dia da Subversão de Vila Franca do Campo em 1522, foi muito preenchido. Depois de pesquisas frutuosas na Biblioteca Pública de Ponta Delgada, passei pelo Jardim José do Canto, onde visitei alguns recantos da parte norte. Terminei o dia com leituras.

 

A manhã do dia 23 foi passada a passar para o computador notas tiradas nos dias anteriores na Biblioteca de Ponta Delgada. De tarde andei por Vila Franca do Campo, tendo visitado a Courela e a Ribeira Nova.

 

No dia 24, dia de greve da Função Pública fui, pela primeira vez este ano letivo à última escola onde trabalhei, a Secundária das Laranjeiras, ver pormenores dos eucaliptos-de-flor. A propósito de greves, hoje ouvi as conversas do costume, isto é, ser incompreensível as greves à sexta-feira. Já sei, para algumas pessoas as greves deviam ser aos domingos, não coincidindo com as missas, ou então apenas nos dias 31 de fevereiro de cada ano.

 

24 de outubro de 2025

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Virusaperiódico (135)

 


Virusaperiódico (135)

 

No dia 17, continuei as minhas pesquisas sobre o ano de 1975 e voltei à leitura da revista “Avenida Marginal” iniciativa da editora Artes de Letras, iniciativa da Maria Helena Frias e do José Carlos.

 

Fiquei tão satisfeito com a saída da legislação que proíbe andar de cara tapada em público. Diz-se que é uma lei preventiva, pois parece que só quando o rei faz anos é que se vê alguém com burca em Portugal. Quando é que os senhores deputados dedicam algum tempo a legislar sobre coisas úteis para toda a população?

 

No início da noite assisti à antestreia do documentário "Alice: Mulher Moderna". Parabéns ao Tiago Rosas e à sua equipa e à Margarida Benevides.

 

No dia 18, passei a manhã em Vila Franca do Campo numa visita em que o objetivo foi recolher plantas que possam ser usadas em tinturaria vegetal, como o sanguinho, a nogueira, a tintureira, etc. De tarde, continuei a leitura do livro sobre o “Chega”. Aconselho a leitura a crentes e a não crentes.

 

Fartei-me de receber mensagens com orações por parte de organizações que deviam ser laicas e de propaganda fascista, por parte de pessoas que recebeu alguma instrução, mas parece-me que não são capaz de compreender o que lê.

 

O domingo, dia 19, foi passado em atividades domésticas e a pesquisar sobre o ocorrido em Vila Franca do Campo em 1975. Li o texto de Joana Borges Coutinho na revista “Avenida Marginal”. É bom sonhar, com uma sociedade melhor. Como escreveu o poeta, pelo sonho é que vamos.

 

Descobri que o açoriano, Eduardo Pontes, depois de ter sido expulso da sua terra, é homenageado na Amadora. Santos de casa não fazem milagres!

 

19 de outubro de 2025

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Virusaperiódico (134)

 


Virusaperiódico (134)

 

Depois de um domingo em que apenas saí de casa para ir às compras e passear com os cães, na segunda-feira, dia 13, continuei a recordar e a fazer as minhas pesquisas sobre o ano de 1975.

 

A vida vai continuar agora com os mesmos ou novos autarcas que muito prometeram na campanha eleitoral, mesmo sabendo que não podiam cumprir ou que o que prometiam não era da sua competência. A grande surpresa aconteceu em Vila Franca do Campo, onde a Vila ficou com mais Graça, que subiu a votação do seu partido, enquanto a candidata do PSD viu descer a votação em mais de 500 votos. Todos me dizem que tal facto se deveu à composição da lista deste partido, cujos candidatos não foram os melhores. Acredito nesta explicação, pois os dois maiores partidos mantiveram as juntas de freguesia.

 

A terça-feira, dia 14, a chuva não permitiu que visitasse alguns jardins, pelo que fiquei em casa a ler, sobretudo um livro sobre um partido político que veio para limpar o país, mas que de limpo pouco tem.

 

O dia 15 foi um longo e diversificado em atividades.

 

Em Ponta Delgada, estive na Biblioteca Pública a pesquisar sobre o que ocorreu em junho de 1975 e no Jardim António Borges à procura da planta alegra-campo-anão que encontrei graças à ajuda de um jardineiro.

 

Em Vila Franca, estive na Courela a limpar bananeiras e bananas e a colher algumas.

 

Por último, no Pico da Pedra, continuei as minhas leituras na revista “Avenida Marginal” e do livro “Por dentro do Chega-A face da extrema-direita em Portugal”.

 

15 de outubro de 2025

sábado, 11 de outubro de 2025

Virusaperiódico (133)

 


Virusaperiódico (133)

 

Hoje, 11 de outubro teria sido um dia normal de trabalho na terra, na Courela e na Ribeira Nova, se não tivesse recebido a notícia de três mortes na minha Ribeira Seca.

 

Comecei por limpar bananas e bananeiras e acabei por colocar na terra estacas de alecrim e de salva.

 

Numa ida a Ponta Garça verifiquei o desleixo no tratamento de resíduos em Vila Franca do Campo. Fiquei sem saber se o depósito dos mesmos era feito dentro do Centro de Receção de Resíduos Verdes Urbanos (nome pomposo) ou fora dele.

 

Estive a redigir um esboço de um texto sobre as primeiras eleições livres em Portugal, as que se realizaram a 25 de Abril de 1975, depois de 48 anos de ditadura de Salazar e Caetano.

 

Hoje foram a enterrar duas pessoas da Ribeira Seca, António (Beata), peço desculpa por não saber o seu apelido, e Augusto Mansinho, de 101 anos de idade, a idade de meu pai e que tal como ele foi emigrante no Canadá. Também soube, no final do dia, que havia morrido o Urbano Carvalho, três anos mais novo do que eu, que tal como o “tio” Augusto morava na minha Rua do Jogo. Lá na rua, da minha geração só resta o Vitorino Furtado.

 

Uma das vantagens das redes sociais é ficar a saber o pensamento de algumas pessoas. Numa altura em que muito se fala no perigo para a sociedade democrática de um determinado partido político, com alguma surpresa (ou talvez não) tenho verificado que autoritários, intolerantes, reacionários ou mesmo fascistas existem em partidos (ditos) democratas, como o PPD/PSD ou o PS.

 

Não gostei de ler o insulto de um dito socialista de Vila Franca do Campo a uma pessoa que discordou da atribuição do prémio Nobel da Paz a uma venezuelana seguidora de Trump e de Milei. Não perderei mais tempo com ele. Que seja feliz!

 

11 de outubro de 2025