sexta-feira, 4 de abril de 2025

Virusaperiódico (90)

 


Virusaperiódico (90)

 

No dia 31 de março, estive a trabalhar nas provas tipográficas do livro que está a nascer e li mais meia dúzia de páginas do livro “A contra-revolução no 25 de Abril- Os “Relatórios António Graça” sobre o ELP e AGINTER PRESSE”.  Passei pela Escola das Laranjeiras, onde conversão com alguns colegas.

 

O abril de águas mil chegou com chuva, saraiva (granizo) e trovoada. Fiquei por casa na revisão do livro, a fazer alguns trabalhos domésticos e alguma (muito pouca) leitura.

 

Li que a Câmara Municipal de Vila Franca do campo pretende reverter a decisão de proibir banhos no ilhéu no próximo verão. Veremos se é possível contornar as leis.

 

O dia 2 de abril foi dedicado a visitas: de manhã andei pela Ribeira Grande onde visitei uma casa com um pequeno jardim a necessitar de recuperação. Em breve farei uma listagem das plantas lá encontradas, de tarde, estive com um casal que fugiu dos senhores da guerra que estão a destruir a sua terra. Provei o “borscht” ucraniano (versão vegetariana) e gostei.

 

Impedido de sair de casa de manhã, estive a fazer limpezas na cave e nas instalações sanitárias dos gatos e a fazer a identificação de algumas plantas. De tarde, no quintal, arranquei algumas ervas e semeei algumas caseiras de milho-de-vassoura.

 

Comecei o dia 3 com a revisão do livro “Plantas Maravilhosas” e retomei as minhas pesquisas sobre o Verão Quente nos Açores. Tomei conhecimento que o querido, para alguns emigrantes açorianos e não só, presidente Trump quer impor tarifas a ilhas onde não vivem humanos. Ignorância?

 

No dia 4 andei por Vila Franca do Campo e verifiquei os efeitos da “saraiva” nas bananas. A propósito da minha terra natal, ouvi na rádio que o seu presidente da Câmara havia sido condenado, pelo Tribunal de Vila Franca, a três anos e quatro meses de pena suspensa de prisão e à suspensão do mandato. Algo semelhante terá acontecido com um vice-presidente da Câmara. A confirmar-se é algo inédito, mas triste para todos os democratas sinceros!

 

4 de abril de 2025

domingo, 30 de março de 2025

Virusaperiódico (89)

 



Virusaperiódico (89)

 

Sem forças, no dia 24 apenas mondei algumas ervas no quintal e passei os olhos pela primeira prova tipográfica do meu novo livro que se chamará “Plantas Maravilhosas”. Melhores dias virão, espero.

 

No dia 25, ainda não totalmente recuperado, de manhã descansei e de tarde estive em Vila Franca, onde fui ver se havia bananas, mas não fui bem-sucedido. Este vai ser um ano de escassez. Só “mócnas” e para as aves.

 

No dia 26 de março, assisti a uma sessão promovida pelo Clube de leitura da ASSP. Desta vez sobre o livro “Viajantes Nos Açores – O olhar estrangeiro sobre as ilhas desde o século XVI”, de Maria das Mercês Pacheco, da editora Artes e Letras.

 

Comecei o dia 27 a rever, muito devagarinho, as provas do livro “Plantas Maravilhosas”. No resto do dia fiz alguns trabalhos domésticos e descansei. As leituras aguardam melhores dias.

 

No dia 28, voltei a rever as provas tipográficas do livro e estive no quintal a tirar algumas ervas.

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Com muita pena por não ter ido participar na ação de voluntariado no Pinhal da Paz, fiquei por casa, tendo transplantado o cebolinho-verde e lido meia dúzia de páginas do livro “A contra-revolução no 25 de Abril- Os “Relatórios António Graça” sobre o ELP e AGINTER PRESSE”, de Maria José Tíscar. Será que irei encontrar algo sobre os Açores?

 

O dia 30 de muito descanso e de visita a uma ‘Fazenda de Café’, na Ribeira Grande. Fiquei com pena de não ir á plantação de morangos, mas a chuva e as maleitas não deixaram. Parabéns aos “Amigos dos Açores”, pela iniciativa.

 

30 de março de 2025

domingo, 23 de março de 2025

Virusaperiódico (88)

 



Virusaperiódico (88)

 

No dia 19, estive a pesquisar no jornal “Em Marcha” e a investigar sobre a possível existência em São Miguel de uma planta do género Ficus. Recebi hoje a péssima notícia de que o Ilhéu de Vila Franca do Campo está fora das águas balneares costeiras para 2025. A culpa é das gaivotas ou do desleixo dos “governantes”?

 

No dia 20, de manhã continuei as pesquisas iniciadas no dia anterior e de tarde estive em Vila Franca, na terra. Observei na Ribeira Nova que as abelhas estão a trabalhar muito bem, que uma acácia enorme havia sido tombada pelo vento e que as aves estão a papar as nêsperas. Todos têm o direito a estar de barriga cheia!

 

No dia 21, Dia Internacional da Floresta, estive na Escola Secundária da Ribeira Grande onde participei na atividade “Camões: a palavra, a imagem e o gesto”. Apreciei muto a participação ativa dos alunos, assisti à plantação de duas pitangueiras e visitei  a estufa escolar que está muito bem trabalhada. Parabéns aos alunos, professores e funcionários envolvidos.

 

No dia 22, estive na Ribeira Nova a ajudar a fazer uma vedação e a cortar a acácia que estava tombada. Quando chegou ao meio-dia as forças já eram muito poucas, mas não tive outro remédio senão continuar a trabalhar. As prosas de Antero de Quental ficaram na mochila à espera de outra oportunidade para serem lidas.

 

Nos períodos em que a motosserra estava a repousar só se ouviam o chilrear das aves e o zumbido das abelhas (https://www.youtube.com/watch?v=iRLsX7NguxE)

 

22 de março de 2025

sexta-feira, 21 de março de 2025

A propósito das plantas na obra de Camões

 



A propósito das plantas na obra de Camões

 

(Apontamentos para a sessão realizada, na Escola Secundária da Ribeira Grande, no dia 21 de março de 2025)

 

1º slide- Mostra-nos uma vidália, espécie endémica dos Açores, protegida por lei.

 

2º slide- Jorge Paiva, Botânico e Biólogo Jubilado da Universidade de Coimbra, 91 anos. Ainda hoje passa treze horas por dia no seu gabinete e está a preparar um livro sobre as plantas na obra de Camões que deve sair em breve. O meu trabalho sobre plantas usadas na medicina popular nos Açores em parte deve-se à sugestão que ele me fez para fazer inquéritos junto da população e a apresentação que faço hoje baseia-se num texto da sua autoria.

 

3º slide- Como selecionei as plantas para este trabalho? Consultei o texto “As plantas na obra poética de Camões (épica e lírica) de Jorge Paiva que faz parte da publicação “Humanismo Ciência- Antiguidade e Renascimento” e depois fui verificar quais das plantas por ele mencionadas estavam nos livros “Árvores dos Açores” e “Plantas usadas na medicina popular nos Açores”, tendo selecionado 22 plantas. Camões nos Lusíadas refere cerca de 50, a maioria asiáticas e aromáticas; na Lírica menciona cerca de 30, a maioria europeias, campestres e ornamentais

 

4º slide- Alho (Adivinha)

Qual a coisa qual é ela,

Que tem barbas como home,

Tem dentes e não come?

 

5º slide- Castanheiro, introduzido no século XVII.

(Cancioneiro, Ferreira Moreno)

Encostei-me ao castanheiro,

Das folhas fiz um encosto,

Tenho visto caras lindas

Só tu foste a do meu gosto

 

 

6º slide- Erva-das-verrugas, andorinha, erva de golpe

         Não deve ser usada em feridas profundas. Usava-se para acabar com os “cravos”

 

7º slide- Laranjeira-azeda

A laranjeira (género Citrus) foi introduzida no século XVI

Atirei c´uma laranja

À menina da janela

A laranja caiu dentro,

Ó menina, quem na dera.

 

8º slide- Limoeiro

A madressilva cheirosa

Anda no seu limoeiro,

Anda de ramo em raminho,

Se cae no chão, perde o cheiro.

9º slide- Cipreste

Introduzido no século XIX

 

10º slide- Faia, Faia-europeia

Nos Açores há uma espécie nativa a faia-da-terra que é usada em sebes

 

11º slide- Figueira

Não é correta a informação desta quadra, pois as flores existem e estão no interior daquilo que designamos por figo.

Quero ir para a figueira

Já que não tenho amor;

Que a figueira é árvore

Que dá fruto sem dar flor.

Que tal uma pesquisa na internet para saber como é feita a polinização das flores das figueiras?

 

12º slide- Alface

Bom alimento e calmante

 

13º slide- Louro

Há um louro ou loureiro endémico, no passado usado para extração do “azeite” de baga de louro usado na alimentação e em mezinhas nas fogueiras de Santa Antão e de São João

São João é divertido

Amigo das brincadeiras

Abençoa as criancinhas

Quando saltam as fogueiras

 

De acordo com a “tradição popular que, quem saltar uma fogueira na noite de S. João, em número ímpar de saltos, ficará todo o ano protegido contra todos os males.”

 

14º slide- Hortelã

Hortelã é crueza,

Menina, não seja crua;

Seu pai não a tem pr´a freira,

Aceite quem a procura.

15º slide- Murta

Aquele que estiver doente

Vá tomando chá de murta

Que os remédios da botica

Põem a vida mais curta

Cantador Tenrinho (Terceira):

Eu louvo o desembaraço

Da medicina moderna;

A gente queixa-se dum braço

E corta-se logo uma perna

João Caetano da Rocha (Terceira)

Já minha avó me dizia

Pela grande fé que tinha,

Quando não fosse a da morte

Água fria era mezinha.

 

16º slide - Oliveira

 

17º slide- Pinheiro

 

18º slide-Choupo-branco

Terá sido introduzido no século XIX.

A folha do al’mo branco

De noite luz como prata;

Quero falar-te, menina,

A vergonha é que me mata.

 

19º slide-Romãzeira

 

20º slide- Carvalho-roble

 

21º slide- Silva

Introduzida para servir de sebe no século XVI

O silvado na parede

Vai comer à outra banda;

Teus olhos hão-de ser meus,

Ainda que corra em demanda

 

22º slide-Salgueiro

Terá sido introduzido no século XIX

 

23º slide- Trigo

Deus dá o trigo e o milho,

E tudo quanto se come:

Porque há aí tanto filho

No mundo a morrer de fome?

 

24º slide- Ulmeiro

Famoso foi o conjunto existente no Relvão em Ponta Delgada

 

25ºslide- Violeta

 

Bibliografia

Braga, T. (1982). Cantos Populares do Arquipélago Açoriano. Ponta Delgada, 502 pp.

 

Braga, T. (2023). As plantas na medicina popular nos Açores. Ponta Delgada, Letras lavadas. 232 pp.

 

Caixinhas, L. (s/d). Flora da lírica de Camões. https://revistajardins.pt/flora-da-lirica-de-camoes/(consultado no dia 24 de dezembro de 2024).

 

Camões, L. (s/d). Os Lusíadas. Mem Martins, Publicações Europa-América. 427 pp.

 

Ficalho, Conde de (1994). Flora dos Lusíadas. Lisboa, Hiena Editora. 106 pp.

 

Gomes, A. (2017). As flores e o jogo de sedução na lírica camoniana. E-Revista de Estudos Interculturais do CEI-ISCAP, nº5, maio.

 

Moreno, F. (1991). O castanheiro na Madeira e no Cancioneiro (37). In Diário Insular, 12/13 de janeiro.

 

Moreno, F. (2005). Plantas na medicina caseira (1). In Diário dos Açores, 23 de agosto.

 

Moreno, F. (2005). Plantas na medicina caseira (2). In Diário dos Açores, ?.

 

Pavão, J. (1981). Aspectos do Cancioneiro Popular Açoriano. Ponta Delgada, Universidade dos Açores. 316 pp.

 

Quintal, R., Braga, T. (2021). Árvores dos Açores- Ilha de São Miguel. Ponta Delgada, Letras Lavadas. 240 pp.

 

Paiva, J. (2015). As plantas na obra poética de Camões (épica e lírica).  https://books.uc.pt/chapter?chapter=70013 (consultado no dia 24 de dezembro de 2025)

quarta-feira, 19 de março de 2025

Virusaperiódico (87)

 


Virusaperiódico (87)

 

No dia 17, assisti ao Workshop “Criação de herbários criativos com plantas tintureiras dos Açores”, promovido pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental, dinamizado pela professora Manuela Galante, tendo como público-alvo alunos do Clube de Expressão Artística da Escola Secundária da Ribeira Grande.

 

Comecei o dia 18 a fazer pesquisas no Jornal “Avante”, tendo como objetivo encontrar notícias sobre os Açores entre junho de 1975 e o final de 1980. Felizmente o jornal está digitalizado e ao dispor de todos os investigadores.

 

Depois de muita preguiça recebi a boa notícia de ter sido dado um passo importante no México para o fim da tauromaquia. Num comunicado da Animal pode ler-se o seguinte:

“O Congresso da Cidade do México aprovou uma reforma que proíbe a morte e o uso de instrumentos perfurantes em touradas, permitindo que os touros retornem às ganadarias sem serem feridos ou mortos. Além disso, o tempo de cada apresentação será limitado a 10 minutos por touro.

Os tauromáquicos estão furiosos. Porquê?

 

Porque sem sangue, sem objectos contundentes e sem a morte do touro, a essência cruel da tourada começa a ruir. A indústria sabe que este pode ser o princípio do fim. A violência hoje escalou nas ruas da Cidade do México, tanto assim que as/os activistas não tiveram a sua segurança assegurada para chegarem ao Congresso.

 

Não podemos ignorar o impacto global desta decisão: se isto acontece no México, que é “rei” da tauromaquia, claramente mexe com todas as estruturas da indústria e afecta todas as outras regiões onde a tauromaquia ainda sobrevive.

 

Seguimos firmes na luta pelo fim da tauromaquia! Mas hoje, reconhecemos que este passo é uma derrota para os exploradores e um avanço para os animais.

 

Abolição total, sempre! Sabemos que o caminho até lá já começou e que não há volta atrás “

 

A(s) má(s) notícia(s), mas que não é (são) novidade, são os massacres cometidos pelo exército israelita em Gaza. Terroristas são sempre e só os outros!

 

18 de março de 2025

segunda-feira, 17 de março de 2025

domingo, 16 de março de 2025

Virusaperiódico (86)

 


Virusaperiódico (86)

 

No dia 12, de manhã estive a fazer tarefas domésticas e de tarde participei num “webinar” promovido pela ASPEA-Associação Portuguesa de Educação Ambiental.

 

Comecei o dia 13 a realizar atividades de voluntariado ambiental e de tarde estive em Vila Franca do Campo, onde colhi algumas nêsperas, mas bananas nem por um canudo!

 

No livro “Cantos Populares do Arquipélago Açoriano”, coligidos e anotados por Teófilo Braga, li o seguinte:

Eu sou o março,

Que sempre marcejo,

Farto as terras

De água a desejo.

 

Farto também ando eu com tanta chuva!

 

Quase todo o dia 14 foi ocupado com a recolha de informações sobre as plantas no Cancioneiro Popular dos Açores. Li num jornal que parece está a ter êxito o combate à vespa asiática. Espero que sim, mas talvez ainda seja cedo para ficarmos descansados.

 

Comecei o dia 15 a fazer pesquisas no jornal “O Grito do Povo” e, coisa rara, li alguma poesia, desta vez de Carlos de Oliveira. Para recordar que fui professor de Física e Química, aqui fica o seu poema Lavoisier:

 

Na poesia,

natureza variável

das palavras,

nada se perde

ou cria

tudo se transforma:

cada poema,

no seu perfil

incerto

e caligráfico,

já sonha

outra forma

 

Devido ao mau tempo só consegui estar a trabalhar na terra, em Vila Franca do Campo, até às 11horas. Ajudei a fazer uma vedação e estive a cortar canas e conteiras.

 

De tarde, voltei à leitura das “Prosas”, de Antero de Quental e fiquei a conhecer posições disparatadas: um partido quer acabar com o ordenamento do território, disparate ou negociatas? Outro partido quer pescas nas áreas marinhas de proteção total. Se é total, não é parcial! Defesa de convicções ou de interesses?

 

O dia 16, domingo, foi passado a correr roupa, a pesquisar em jornais da década de 80 e a preguiçar. Estou farto deste Inv(f)erno!

 

16 de março de 2025