sábado, 15 de novembro de 2025

Apontamentos sobre a escravatura nos Açores

 




Apontamentos sobre a escravatura nos Açores

 

O tema da escravatura nos Açores, ou mesmo no todo nacional, é quase tabu. Na sociedade quase não se fala no assunto e ainda não foi devidamente tratado nas nossas escolas. Com efeito ao longo de 11 anos de escolaridade, primária, segundo ciclo, terceiro ciclo e ensino secundário, nunca ouvi falar no assunto e este ano tendo perguntado aos meus alunos do 9º ano de escolaridade da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, a resposta foi a de que não tinham conhecimento da existência de escravos nos Açores.

 

Pelos vistos, o silêncio mantinha-se apesar da legislação que proibia que se falasse em escravos, referida por Ana Barradas, no seu livro “Ministros da noite- Livro negro da Expansão Portuguesa”, que abaixo se transcreve, ser muito antiga e não estar em vigor:

 

“Todo o português como todo o indivíduo de outra nacionalidade residente no território português que intencionalmente, por discursos pronunciados em reuniões públicas ou por manifestos, brochuras, livros, jornais, ou outras publicações destinadas a ser vendidas ou distribuídas gratuitamente ao público, difundam falsas informações a fim de demonstrar a existência da escravatura ou do tráfico de escravos nas colónias portuguesas, será punido com multa de 2 000$ a 20 000$ ou com prisão maior até dois anos, e poderá ainda se expulso do território português. (Código de Trabalho dos Indígenas das Colónias Portuguesas da África, 6 de dezembro de 1928)”

 

Na qualidade de professor da disciplina referida, onde um dos temas a abordar é o dos direitos humanos, comecei a pesquisar sobre o assunto, tendo no passado mês de dezembro assistido à gravação do 7º Encontro com História, promovido pela Históriasábias-Associação Cultural, sobre a “Escravatura nos Açores (séculos XV-XIX).

 

Ao ouvir a Professora Doutora Margarida Vaz do Rego Machado falar sobre o testamento de um dos maiores negociantes dos Açores do seu tempo, NMRA-Nicolau Maria Raposo do Amaral (1737-1816), onde este pedia que uma sua escrava fosse mantida e bem tratada pelos seus filhos nas suas enfermidades, lembrei-me que possuía alguns documentos que me foram cedidos para consulta por um descendente daquele homem de negócios.

Todos os exemplos referidos abaixo, foram extraídos da documentação referida.

 

Em carta de 7 de fevereiro de 1777, dirigida a Manuel Correia Branco, NMRA lamenta não poder ser útil porque não existe na ilha uma mulata como a pretendida, mas que fará as diligências para “comprar alguma que não eceda (?) de 14 anos, e que não seja feia, e se a puder comprar a mandarei ensinar nesta sua Casa de forma que fosse servir a Fidalga Minha Senhora.”

 

Num documento intitulado “Do 4º Copiador de NICOLAU MARIA RAPOSO DO AMARAL (PAI) cópia em 25 de Julho de 1782) a propósito das instalações do “Colégio que foi dos denominados Jesuítas da ilha de São Miguel”, aquele homem de negócios queixava-se de que “vem a ficar dos sobreditos 18 cubículos, 12 para acomodação da minha família”.

 

E para ele o que era a família?

 

Aqui fica a resposta: “minha mulher, cinco filhas, quatro filhos, uma ama, duas criadas, quatro escravas, e criados e três escravos…”

 

A 12 de maio de 1784, em carta dirigida a João Filipe da Fonseca, NMRA escreve que poderá mandar um navio de Angola para o Rio de Janeiro com escravos.

 

No dia 6 de agosto de 1785 NMRA, em carta dirigida ao mesmo destinatário, depois de escrever que sentia “que o espírito da lei deve ser conservado nestas Ilhas para a liberdade dos Negros conduzidos da nossa América” acrescenta o seguinte: “É incomparável o incómodo que aqui se padece com a falta dos Escravos: a minha casa não pode servir-se doutro modo, e visto que V.M. me diz, parece que estou na rigorosa obrigação de dar a liberdade a uns poucos que me acompanharam do Brasil há anos debaixo da boa fé.”

 

Numa carta datada de 6 de agosto de 1785, dirigida a João Filipe da Fonseca, NMRA volta a referir-se à escravatura na ilha de São Miguel, do seguinte modo:

 

“Sinto a notícia que V.M. me deu, que o espírito da Lei deve ser conservado nestas Ilhas para a liberdade dos Negros conduzidos da nossa América.

 

É incomparável o incómodo que aqui se padece com a falta dos Escravos: a minha casa não pode servir-se doutro modo, e visto que V.M. me diz, parece que estou na rigorosa obrigação de dar liberdade a uns poucos que me acompanharam do Brasil há 17 anos debaixo de boa fé.”

 

Numa carta datada de 20 de março de 1796, dirigida a José Inácio de Sousa Melo, da ilha da Madeira, a dado passo pode-se ler o seguinte:

 

“Remeto mais a V.M. uma Negra minha escrava, por nome Rosa, que se criou de pequena nesta Casa donde aprendeu todo o serviço, cuja Negra comprei a uma filha de Dionísio da Costa o Marchante, como consta da Escritura que remeto a V.M.  com a certidão da sua idade, e Procuração para que faça esta Venda, ou na Praça, ou por ajuste particular o mais breve que V.M. puder, e logo que ela chegar.

 

Esta escrava não teve vício algum até agora: mas eu a mando vender porque me consta que ela se desonestou com um escravo desta Casa de que penso vai pejada, e a não lhe acontecer esta desgraça, eu a não venderia por todo o dinheiro que, por ela me oferecessem, e seria forra por minha morte, e de minha Mulher.

 

O que eu digo a V.M. é a mesma verdade, e estimarei que ela ache uma boa Casa que a compre.

 

O seu líquido rendimento empregará V.M. na receita que peço, podendo mandar-me tudo por este Navio, ou por outro que fique a partir para esta Ilha: aliás: o remeterá V.M. em letras para Lisboa como lhe recomendo. Se V.M. quiser ficar com esta Escrava, o pode fazer por menos dez mil reis do maior preço que por ela lhe oferecerem: isto é, no caso que ela lhe agrade.”

 

A 6 de outubro de 1797, em carta dirigida a Jerónimo José Carvalho, menciona que possui três escravos. Caso contrário seria ele obrigado a varrer a cavalariça e a carregar água para a sua casa.

 

A 8 de março de 1800, em carta dirigida a João Filipe, NMRA menciona a libertação de escravos “pelo indulto da Lei não obstante algumas Sentenças do Tribunal da Relação que os obriga à escravidão, fundadas em que a Lei se não estende para estas ilhas, mas só sim para o reino” e prossegue afirmando que ninguém se arrisca a mandar vir negros do Brasil pois correm o risco de os perder.

 

Em 1802, em carta de 8 de agosto, dirigida a Manuel Tomás, escreve que “pensa mandar a Lisboa um escravo pardo para aprender a boleeiro.”

 

Em carta enviada para João do Rego Falcão, de Pernambuco, escreve sobre dois escravos que comprou na Ribeira Grande pedindo que os venda, porque “degeneraram no vício de amancebados com diversas concubinas” e porque passaram a querer revoltar-se contra ele.

 

Em carta dirigida ao já referido João do Rego Falcão, datada de 14 de novembro de 1804,  faz uma série de encomendas, como mel, algodão, paus de jacarandá, etc. e “um escravo Molecão bem feito de pé, e perna , e que possa carregar já um barril de água: sendo de boa Nação, que não seja Cabondá, Moxecongo ou Mujólo e outras Nações reprovadas, mas sim das melhores Nações, bem como “três negras moleconas de boa cara, raparigas de doze a quinze anos de idade pouco mais ou menos, para que possam amassar pão, e servir bem uma casa, sendo de boas Nações como levo recomendado, e nada das raças reprovadas.”

 

A 6 de outubro de 1805, NMRA escreve a João do Rego Falcão acusando a receção dos escravos pedidos. Assim, segundo ele “o Moleque, e Negrinhas chegaram vivos. O Moleque não se sabe da sua pátria, e só sim que é da Costa da Malagueta ou Cafraria. Uma Negrinha Cabondá, sendo das mais péssimas nações, e duas com efeito Benguelas”.

 

Em 1807, continuava o tráfico de escravos. Com efeito, NMRA em carta dirigida a Joaquim José da Fonseca, escreve que “quer vender uma escrava negra porque desatendeu a uma neta”. Não quer que a mesma fique na ilha e pede que aquele “a venda para casa caridosa ainda que seja por menos do seu valor”.

 

Quando se aborda a questão da abolição da escravatura, o primeiro passo terá sido dado em Portugal, em 1761, através de um alvará que ordenava a libertação de todos os escravos negros que chegassem à metrópole. A abolição completa, em todo o território controlado por Portugal, pelo menos no papel, só ocorreria a 25 de fevereiro de 1869.

 

Apesar da legislação aprovada, na prática a exploração extrema da força de trabalho humana continuou de tal modo que num livro publicado em 1944, Norton de Matos que foi governador de Angola, escreveu o seguinte: “Manteve-se (…) a escravatura em Angola e noutras colónias africanas, quase até aos presentes dias. Encoberta, camuflada, sofismada, ela continuava a existir, e por certo, desmereceria se não afirmasse que a fui encontrar sob diversos nomes ou disfarces na província do Ultramar português que, em 1912 e anos seguintes, governei”.

 

A história não pode ser apagada, nem julgada com os olhos de hoje, tanto mais que a escravatura continua existindo, havendo nos nossos dias mais pessoas em situação de escravidão do que no passado. De acordo com a associação ACEGIS-Associação para a Cidadania, Empreendedorismo, Género e Inovação Social, no mundo existem 40,3 milhões de pessoas vítimas da escravatura moderna, sendo um quarto delas crianças.

 

Se não podemos corrigir os erros do passado, podemos agir de modo a impedir que os mesmos se perpetuem no presente e evitar que continuem no futuro, o primeiro passo a dar é estudar a história, não esconder nada às novas gerações e denunciar todas as situações de escravidão mais ou menos camufladas.

 

Para saber mais:

 

Barradas, A. (1991). Ministros da noite-Livro Negro da Expensão Portuguesa. Lisboa: Antígona.

 

Casas, B. (1990). Brevíssima Relação da Destruição das Índias. Lisboa: Antígona.

 

Mendes, L. (1977). Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a Costa d´África e o Brasil. Porto: Publicações Escorpião.

 Teófilo Braga

Imagem: https://ensina.rtp.pt/explicador/a-escravatura-nos-seculos-xv-e-xvi-h47/

Virusaperiódico (141)

 


Virusaperiódico (141)

 

No dia 10, continuei os meus trabalhos sobre o ano de 1975 e li mais umas páginas do livro “Histórias da PIDE- Volume 1: Quando Salazar mandava”.

 

Entre as 2 h e as 4 h da madrugada do dia 11, acabei um PowerPoint sobre as minhas memórias do ano de 1975. Espero dar a conhecer algo muito pouco conhecido ou mesmo desconhecido da maioria das pessoas na próxima segunda-feira. De manhã, encontrei-me com um amigo que os “fachos” da Terceira queriam que fosse expulso da sua terra (C.R.). De tarde, continuei a leitura do livro mencionado e recebi a triste notícia da morte de uma antiga colega professora da Escola Secundária das Laranjeiras (T.V.).

 

No dia 12 voltei à Biblioteca Pública de Ponta Delgada e estive a pesquisar no Diário dos Açores. Verifiquei a parcialidade dos seus redatores quando descrevem acontecimentos do ano de 1975. São sempre populares a confrontar elementos de partidos de esquerda (essencialmente PCP ou MES) e nunca mencionam que são elementos de partidos da direita ou membros do MAPA ou da FLA. Depois aparecem pessoas a dizer que o problema da desinformação ou das informações distorcidas surgiram com as redes sociais. É preciso recordar que muitas vezes ler jornais é também saber menos.

 

No dia 14 estive a contatar várias pessoas que viveram alguns acontecimentos ocorridos em 1975 para confrontar com as minhas memórias.  De tarde, estive em Vila Franca e voltei a verificar que fui roubado. É triste esperar um por algumas frutas e verificar que há gente canalha que se limita a comer o que é trabalho dos outros. Mas são gente do bem que vai à missa e vota em partidos do bem ou próximos.

 

O dia 15 foi muito proveitoso, mas também muito cansativo, de tal modo que tive de cancelar uma visita a uma quinta que tinha muito gosto em visitar no dia seguinte. Comecei a fazer alterações no Powerpoint já referido, depois ajudei a plantação de meninas-para-a-escola, ajudei estive a fazer a cresta e acabei por iniciar a extração do mel. Foi trabalho das 6 às 17 horas.

 

Continuam as boas podas…Haja paciência, pois formação aos podadores não há.

 

15 de novembro de 2025

domingo, 9 de novembro de 2025

Virusaperiódico (140)

 


Virusaperiódico (140)

 

No dia 5, voltei à Biblioteca Pública de Ponta Delgada, desta vez para consultar o Correio dos Açores sobre as manifestações de 13 e 19 de março de 1975, de apoio ao MFA e contra o golpe falhado de 11 de março dirigido pelo general António Spínola. De tarde fiquei a saber que o meu livro “As plantas na medicina popular nos Açores” está esgotado e fui desafiado a fazer uma revisão com vista à impressão da 3ª edição.

 

Comecei muito cedo o dia 6, isto é, pelas 3h 30 min estive a fazer uma leitura do livro referido, tendo sinalizado algumas gralhas e tirado algumas notas sobre alterações que pretendo fazer. De tarde, depois de um período de descanso, estive algum tempo a preparar um texto que servirá de base a uma apresentação oral.

 

No dia 7, andei por Vila Franca do Campo, a pesquisar imagens para uma apresentação e a ler sobre a atuação de algumas forças partidárias açorianas durante o PREC.

 

Comecei o dia 8 e estive quase todo o dia a fazer um resumo de um texto de 40 páginas. Numa saída que fiz a Ponta Delgada, um amigo meu ligado ao Conservatório de Ponta Delgada perguntou-me se sabia a razão da substituição do maestro da FAP-Filarmónica Aliança dos Prazeres. Respondi-lhe que nada sabia, que apenas tinha visto uma publicação numa rede social a comunicar a sua saída e a elogiar o seu desempenho. A direção da FAP terá conseguido outro de qualidade semelhante e menos oneroso para os cofres da associação?

 

No domingo, dia 9, passei grande parte da manhã numa reunião onde se falou sobre um projeto da Câmara Municipal da Ribeira Grande que poderá destruir cerca de 1/3 da Praia do Monte Verde. De tarde, para além de trabalhos domésticos, li uma parte do livro “Histórias da PIDE- Volume 1: Quando Salazar mandava”. Fiquei a conhecer melhor a vida de três presos políticos, um dos quais tive o prazer de com ele falar um pouco.

 

9 de novembro de 2025

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Virusaperiódico (139)

 


Virusaperiódico (139)

 

De madrugada, li, no livro “A Contra-revolução no 25 de Abril”, de Maria José Tíscar, que “no movimento independentista dos Açores, entre 1975 e 1976, houve também intervenção de antigos elementos ligados à OT-OACI e à Aginter Presse”. A sigla OT significa Ordre et Tradition e OACI, Organization Armée contre le Communisme International e “Aginter Presse” tratava-se de uma falsa agência de notícias ligada à PIDE que “era na realidade uma organização de mercenários anti-comunista, com subsidiárias por todo o mundo. Treinava os seus membros em técnicas de operações clandestinas, incluindo ataques à bomba, eliminação de personalidades, guerra psicológica, comunicação e infiltração clandestinas e contra-insurreição (Wikipédia).

 

A manhã do dia 4 de novembro foi passada na Ribeira Grande, na Praia de Santa Bárbara e no litoral do Bandejo, acompanhado de um amigo biólogo.

 

Comecei por ir à PSP levar um cagarro que o meu amigo havia recolhido na Praia do Monte Verde. Na Praia de Santa Bárbara apenas encontramos dois cagarros mortos e vivos vários pilritos (Calidris alba) e gaivotas (Larus michahellis atlantis). No que diz a plantas não observei nada de especial, para além da vidália (Azorina vidalii).

 

No litoral do Bandejo, observei as entradas para as casamatas, duas delas sem qualquer proteção e algumas plantas endémicas, como o bracel (Festuca petraea) e a erva-leiteira (Euphorbia azorica). Nunca tinha visto uma área tão grande coberta de perrexil (Crithmum maritimum), planta usada na alimentação, em saladas e em curtume.

 

De tarde, passei muitas horas no computador a selecionar textos para uma comunicação a fazer na segunda quinzena deste mês. A grande dificuldade será sintetizar informação para a poder transmitir em 20 minutos.

 

No início da noite, comecei a rever alguns textos de uma revista que sairá no próximo mês e que será distribuída no final do ano ou no início de 2026.  Talvez seja o último número a ser publicado, o que será uma pena.

 

4 de novembro de 2025

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Virusaperiódico (138)

 


Virusaperiódico (138)

 

No dia 31 de outubro, estive pela primeira vez no Cemitério do Pico da Pedra, onde está sepultada a minha tia Rosa de Jesus Soares, natural da Ribeira Seca de Vila Franca do Campo. Se o meu avô Manuel Soares, que trazia vacas de Vila Franca para o Pico da Pedra, no inverno, soubesse o que diria?

 

Acabei de ler a revista Avenida Marginal, com a leitura do texto da autoria do psiquiatra João Mendes Coelho. Muito bom.

 

No dia de todos os santos, 1 de novembro, estive na Ribeira Seca de Vila Franca, onde fiz as primeiras plantações deste outono, nomeadamente pitangueiras, um abacateiro e uma orelha-de-elefante e colhi alguma fruta. O meu amigo G.A. esteve a fazer enxertos em alguns abacateiros. Se vingarem tal como outro que fez anteriormente para o ano terei mais abacates.

 

No fim do dia estive a organizar ficheiros relacionados com acontecimentos ocorridos no ano de 1975, entre os quais umas estúpidas guerras de bandeiras e vários atentados bombistas.

 

No domingo dia 2, voltei à organização de ficheiros sobre 1975 e estive a comparar notícias sobre os mesmos acontecimentos em dois jornais diferentes, “Açores” e “Diário dos Açores”. Confirmei que o “Açores”, dirigido por Gustavo Moura, distorcia a realidade, apresentando uma versão favorável às organizações mais conservadoras da sociedade ou às separatistas.

 

Para desanuviar um pouco estive a ler sobre plantas e transplantei algumas urtigas (cóleo).

 

2 de novembro de 2025

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Virusaperiódico (137)

 


Virusaperiódico (137)

 

O dia 25 foi de muita chuva e de algumas cheias em algumas localidades da ilha de São Miguel. Impedido de ir trabalhar na terra em Vila Franca do Campo, estive por casa a ler o livro sobre o Chega, já mencionado, a trabalhar sobre alguns acontecimentos ocorridos em 1975 e a selecionar fotografias de flores para um livro que há-de vir.

 

No dia 26, ainda devido ao mau tempo, continuei a selecionar fotografias e prossegui as minhas leituras que, para além do livro referido, incidiram sobre depoimentos acerca do ano de 1975, um deles de um militar da marinha que esteve em serviço numa fragata nos Açores. Recebi, a título de oferta o livro “O meu nome é Emília del Valle” de uma das minhas escritoras favoritas, Isabel Allende.

 

Dediquei algumas horas do dia 27 ao ativismo ambiental, nomeadamente ao combate às espécies vegetais invasores e à destruição do litoral por parte de obras que se fazem apenas para aumentar o gasto de betão, um dos indicadores de progresso para os ambientalistas governamentais, autárquicos e outros da nossa praça.

 

No dia 28, de manhã continuei a dedicar-me à identificação de plantas e acabei a leitura do livro sobre um partido saudosista do salazarismo. De tarde, estive durante algum tempo na Biblioteca Pública de Ponta Delgada e dediquei algum tempo ao associativismo ambiental.

 

Comecei o dia 29 a fazer as últimas pesquisas, no jornal “Açores”, na Biblioteca Pública de Ponta Delgada sobre o ano de 1975. Aquele jornal dirigido por Gustavo Moura estava longe, muito longe, de ser isento.

 

De tarde, assisti a uma sessão comemorativa dos 100 anos do nascimento do escritor José Dias de Melo promovida pelo Clube de Leitura da Associação de Solidariedade Social dos Professores- Delegação dos Açores. Valeu a pena, tudo vale a pena …

 

29 de outubro de 2025

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Virusaperiódico (136)

 


Virusaperiódico (136)

 

O dia 21 foi dedicado à leitura e a pesquisas bibliográficas, tendo também envasado algumas plantas, sobretudo gincos que estavam no viveiro.

 

Recebi, a título de oferta, do arquiteto Fernando Pessoa os seguintes livros: “CCAÇ. 2526: Companhia Independente de Caçadores - os coriscos”, “O Sortilégio dos Himalaias-Butão e Sikkim”, “Território e Paisagem”, “Libelo sobre um País destroçado” e “Ideologias-reflexões dum cidadão”.

 

O meu dia de aniversário, 22 de outubro, que coincide com o dia da Subversão de Vila Franca do Campo em 1522, foi muito preenchido. Depois de pesquisas frutuosas na Biblioteca Pública de Ponta Delgada, passei pelo Jardim José do Canto, onde visitei alguns recantos da parte norte. Terminei o dia com leituras.

 

A manhã do dia 23 foi passada a passar para o computador notas tiradas nos dias anteriores na Biblioteca de Ponta Delgada. De tarde andei por Vila Franca do Campo, tendo visitado a Courela e a Ribeira Nova.

 

No dia 24, dia de greve da Função Pública fui, pela primeira vez este ano letivo à última escola onde trabalhei, a Secundária das Laranjeiras, ver pormenores dos eucaliptos-de-flor. A propósito de greves, hoje ouvi as conversas do costume, isto é, ser incompreensível as greves à sexta-feira. Já sei, para algumas pessoas as greves deviam ser aos domingos, não coincidindo com as missas, ou então apenas nos dias 31 de fevereiro de cada ano.

 

24 de outubro de 2025