quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Livros para os amantes das plantas

 


Livros para os amantes das plantas

 

Depois de ter editado em novembro de 2019, o livro “Árvores dos Açores - Ilha de São Miguel”, onde os interessados poderão recolher informação sobre 175 árvores que se distinguem pela sua monumentalidade, pelas suas flores vistosas ou por serem endémicas ou nativas, a editora Letras Lavadas acaba de editar o livro “Flora Terrestre dos Açores”, da autoria de Virgílio Vieira, Mónica Moura e Luís Silva.

 

De acordo com o professor convidado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade dos Açores, José Batista, que é autor do prefácio, o livro da autoria de três investigadores da Universidade dos Açores “é uma valiosa obra de compilação para todos os que pretendam conhecer o valor ornamental das árvores, plantas herbáceas, suas flores e frutos, o seu potencial nutricional, assim como fitoterapêutico e sinergético de alguns dos seus componentes que nos ajudam a desafiar a herança genética e a prolongar a qualidade da longevidade”.

 

No livro cujo primeiro autor é Virgílio Vieira, que para além de ser doutorado em Biologia é um poeta de mérito, os leitores poderão ter acesso a informação sobre 284 das plantas conhecidas nos Açores, colocadas por ordem alfabética do seu nome científico. Para além deste, há também a indicação da família, do nome comum, o hábito, a época de floração, o tipo fisionómico, o tipo de dispersão e a utilização de cada uma das plantas.

 

Para além da qualidade gráfica e da preciosa informação disponibilizada, este livro vem preencher um vazio criado pela não disponibilidade de outros, editados anteriormente, no mercado livreiro, como “Plantas e Flores dos Açores”, da autoria de Erik Sjogren, e “Flora of the Azores”, de Hanno Schafer.

 

Com duas edições, o Livro “Plantas e Flores dos Açores” na sua segunda edição apresenta 95 plantas vasculares, sendo 17 da costa, 57 da floresta de louro-cedro e 21 introduzidas. 

Na introdução o seu autor, o botânico sueco, Erik Sjogren, chama a atenção para a diminuição da vegetação primitiva dos Açores, nos seguintes termos: “O impacto da atividade humana nas florestas da zona-de-nuvens fez diminuir consideravelmente as suas áreas, principalmente durante o século XX. Houve uma contínua redução, em consequência da procura por madeira para combustível e construção, bem como das arroteias para implantação de novas pastagens.”

 

Profusamente ilustrado, tal como todos os restantes livros já referidos, o livro “Flora of the Azores”, do botânico Hanno Schafer, apresenta a descrição de 650 espécies da flora vascular. No livro é dado destaque às espécies endémicas e não são esquecidas as espécies invasoras que são uma grande ameaça para os ecossistemas do nosso arquipélago.

 

Recordo que o primeiro livro que comprei sobre botânica foi o “Catálogo das Plantas Vasculares dos Açores”, editado, em 1966, pela Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves, com o apoio das Juntas Gerais dos Distritos Autónomos de Ponta Delgada e Angra do Heroísmo, da autoria de Rui Teles Palhinha (1871-1957), natural de Angra do Heroísmo. Ainda hoje a ele recorro quando pretendo conhecer os nomes comuns de algumas plantas. O segundo livro que adquiri foi a primeira edição do livro já referido de Erik Sjogren, então com a descrição de 90 plantas, durante a minha presença na semana do Mar, na Horta, em 1984.

 

Outra obra que consulto amiúde e que também recomendo, é a “Iconographia Selecta Florae Azoricae”, com três fascículos publicados na década de 80 do século passado pela Direção Regional dos Assuntos Culturais da Secretaria Regional da Educação e Cultura da Região Autónoma dos Açores, da autoria de Abílio Fernandes e Rosette Batarda Fernandes.

 

Com estampas a preto e branco para cada planta, o texto contém, entre outros aspetos, informação sobre o nome científico, a família, uma descrição completa, informações relativas à ecologia, a sua distribuição nos Açores e geográfica geral, processos de disseminação, importância na flora açoriana e valor económico.

 

Boas leituras.

 

Teófilo Braga

(Correio dos Açores, 32281, 11 de novembro de 2020, p.14)

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