Livros
para os amantes das plantas
Depois de ter editado em novembro de 2019,
o livro “Árvores dos Açores - Ilha de São Miguel”, onde os interessados poderão
recolher informação sobre 175 árvores que se distinguem pela sua monumentalidade,
pelas suas flores vistosas ou por serem endémicas ou nativas, a editora Letras
Lavadas acaba de editar o livro “Flora Terrestre dos Açores”, da autoria de
Virgílio Vieira, Mónica Moura e Luís Silva.
De acordo com o professor convidado da Faculdade
de Ciências e Tecnologia da Universidade dos Açores, José Batista, que é autor
do prefácio, o livro da autoria de três investigadores da Universidade dos
Açores “é uma valiosa obra de compilação para todos os que pretendam conhecer o
valor ornamental das árvores, plantas herbáceas, suas flores e frutos, o seu
potencial nutricional, assim como fitoterapêutico e sinergético de alguns dos
seus componentes que nos ajudam a desafiar a herança genética e a prolongar a
qualidade da longevidade”.
No livro cujo primeiro autor é Virgílio
Vieira, que para além de ser doutorado em Biologia é um poeta de mérito, os
leitores poderão ter acesso a informação sobre 284 das plantas conhecidas nos
Açores, colocadas por ordem alfabética do seu nome científico. Para além deste,
há também a indicação da família, do nome comum, o hábito, a época de floração,
o tipo fisionómico, o tipo de dispersão e a utilização de cada uma das plantas.
Para além da qualidade gráfica e da
preciosa informação disponibilizada, este livro vem preencher um vazio criado
pela não disponibilidade de outros, editados anteriormente, no mercado
livreiro, como “Plantas e Flores dos Açores”, da autoria de Erik Sjogren, e “Flora
of the Azores”, de Hanno Schafer.
Com duas edições, o Livro “Plantas e
Flores dos Açores” na sua segunda edição apresenta 95 plantas vasculares, sendo
17 da costa, 57 da floresta de louro-cedro e 21 introduzidas.
Na introdução o seu autor, o botânico
sueco, Erik Sjogren, chama a atenção para a diminuição da vegetação primitiva
dos Açores, nos seguintes termos: “O impacto da atividade humana nas florestas
da zona-de-nuvens fez diminuir consideravelmente as suas áreas, principalmente
durante o século XX. Houve uma contínua redução, em consequência da procura por
madeira para combustível e construção, bem como das arroteias para implantação
de novas pastagens.”
Profusamente ilustrado, tal como todos os
restantes livros já referidos, o livro “Flora of the Azores”, do botânico Hanno
Schafer, apresenta a descrição de 650 espécies da flora vascular. No livro é
dado destaque às espécies endémicas e não são esquecidas as espécies invasoras
que são uma grande ameaça para os ecossistemas do nosso arquipélago.
Recordo que o primeiro livro que comprei
sobre botânica foi o “Catálogo das Plantas Vasculares dos Açores”, editado, em
1966, pela Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves, com o apoio das Juntas
Gerais dos Distritos Autónomos de Ponta Delgada e Angra do Heroísmo, da autoria
de Rui Teles Palhinha (1871-1957), natural de Angra do Heroísmo. Ainda hoje a
ele recorro quando pretendo conhecer os nomes comuns de algumas plantas. O
segundo livro que adquiri foi a primeira edição do livro já referido de Erik
Sjogren, então com a descrição de 90 plantas, durante a minha presença na
semana do Mar, na Horta, em 1984.
Outra obra que consulto amiúde e que
também recomendo, é a “Iconographia Selecta Florae Azoricae”, com três
fascículos publicados na década de 80 do século passado pela Direção Regional
dos Assuntos Culturais da Secretaria Regional da Educação e Cultura da Região
Autónoma dos Açores, da autoria de Abílio Fernandes e Rosette Batarda
Fernandes.
Com estampas a preto e branco para cada
planta, o texto contém, entre outros aspetos, informação sobre o nome
científico, a família, uma descrição completa, informações relativas à
ecologia, a sua distribuição nos Açores e geográfica geral, processos de
disseminação, importância na flora açoriana e valor económico.
Boas leituras.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 32281, 11 de novembro
de 2020, p.14)
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