terça-feira, 10 de maio de 2016
Santo Antão
SANTO ANTÃO
Na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo a tradição já não é o que era pelo menos no que diz respeito ao culto a Santo Antão.
No passado, Santo Antão era alvo de uma celebração no seu dia, 17 de janeiro, através de uma pequena festa, cujo programa fazia parte iluminação, arraial abrilhantado por uma filarmónica e por vezes fogo preso, para além de fogueiras de louro, na véspera.
Hoje, na localidade referida, apenas se regista a presença de Santo Antão anualmente na procissão de São Miguel, denominada, pelo Padre Ernesto Ferreira, procissão do trabalho.
Mas quem foi Santo Antão?
Foi um monge egípcio que viveu por volta de 251-356, tendo morrido com 105 anos de idade. Decidiu viver isolado no cimo de uma montanha, tendo lá permanecido cerca de 20 anos.
No seu isolamento foi procurado por muitas pessoas que após as visitas viram desaparecer as suas doenças. Assim, Santo Antão passou a ser “venerado como protetor contra a peste e doenças contagiosas”. Depois, surgiu uma congregação religiosa, que para angariar fundos para a manutenção de hospitais que tratavam doenças contagiosas, criava porcos que andavam pelas diversas localidade e que eram alimentados pelas pessoas, daí que a sua imagem esteja associada a um porquinho.
Santo Antão é apenas o santo protetor dos porcos?
Se é verdade que primeiro foram os porcos, depois passaram a ser colocados sob a sua proteção todos os animais domésticos que na Itália antiga eram benzidos no seu dia.
Mais tarde, Santo Antão passou a ser o padroeiro dos lavradores, hoje, na Ribeira Seca, de número bastante reduzido quando comparado com o existente há três décadas.
Respeitando as crenças de cada um, nada tenho contra as boas tradições e muito menos contra a evolução, mas querer transformar o santo protetor de todos os animais em patrono do setor leiteiro acho que é abusivo.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 30930, 10 de maio de 2016, p.12)
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