Virusaperiódico
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pela manhã do dia 26 estive, na Praia do Pópulo, a fazer uma caminhada na
areia. Já notei um cheirinho ao outono que está para vir. Pela primeira vez
observei alguns resíduos devolvidos pelo mar e algumas aves marinhas pousadas
na praia, com destaque para as gaivotas (Larus michahellis atlantis), as
rolas-do-mar (Arenaria interpres) e os pilritos (Calidris sp.).
Comecei
a leitura do livro “Herdar Estrelas” de Tomaz Borba Vieira. Estou a gostar
muito.
No
dia 27, estive a consultar o jornal “A Crença”. Fiquei com a sensação de que a
democracia, ainda que apenas representativa, já foi mais democrática em Vila
Franca do Campo e acabei a leitura do “Herdar Estrelas”.
No
dia 28 de manhã estive a fazer pesquisas na Biblioteca Pública de Ponta
Delgada, Não encontrei o que pretendia, voltarei. Requisitei o livro de Nuno
Bragança, “Square Tolstoi”.
De
tarde, visitei uma casa que já foi moinho, da Levada da Condessa, na Ribeira
Grande. Gostei muito!
Dediquei
o dia 29 a estudar um pouco sobre a flora da nossa terra e ao ativismo
ambiental e cultural.
No
dia 30, estive a trabalhar no quintal, tendo a contragosto cortado uma Brassaia
(Schefflera actinophylla). Para compensar, aguardo o próximo mês de
outubro, para plantar várias árvores e arbustos. Continuei a ler “Square
Tolstoi”.
Vi
num jornal o secretário da agricultura (talvez melhor da pecuária) com um
chapéu na cabeça com publicidade de uma empresa. Depois de o disparate dos
touros libertadores de dióxido de carbono por isso grandes auxiliares no
combate às alterações climáticas, nem sei o que dizer.
Hoje,
depois de um duro dia de trabalho na terra, onde arranquei invasoras, sobretudo
conteiras e tabaqueiras e rocei alguma erva, cheguei a casa e com tristeza li nos
jornais que o presidente da associação de criadores de gado voltou a “defender”
a introdução do cultivo de milho transgénico para alimentar as infelizes vacas.
Também li que 90% dos cagarros já apresentam microplásticos no organismo ainda
antes de abandonarem os ninhos e que os artrópodes endémicos estão ameaçados
devido à redução da floresta nativa, à invasão de espécies exóticas e às alterações
climáticas. Que raio de paraíso (Açores) é este em que vivemos?
31
de agosto de 2024
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