Novelão
O
novelão ou hortênsia (Hydrangea macrophylla (Thunb.) Ser.) é uma planta
da família Hydrangeaceae, nativa do Japão e da China que se encontra
naturalizada em várias regiões do mundo, entre as quais os Açores, onde pode
ser encontrada em todas as ilhas.
O
novelão foi introduzido na Europa em 1775 e em 1790 já era usada como
ornamental nos jardins ingleses.
A
sua chegada aos Açores terá ocorrido no século XIX, desconhecendo-se a data
precisa da sua introdução e o responsável pela mesma. Sabe-se, contudo, que a
espécie constatava de uma lista das principais plantas existentes no Jardim
Botânico José do Canto na primavera de 1856.
Em
1953, o novelão fazia parte de uma lista das “Principais plantas cultivadas e
espontâneas nos Açores” elaborada pelo Regente Agrícola Silvano Pereira,
publicada no nº 18 do Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago
dos Açores. Sobre a planta pode ler-se o seguinte: “arbusto ornamental,
cultivado.”
O
novelão é um arbusto caducifólio lenhoso na base que pode atingir 3 m de
altura. As suas folhas são simples, com os bordos serrilhados, ovais a
elíptico-orbiculares e acuminadas. As flores vão do branco ao azul, passando
pelo violeta e pelo róseo, dependendo do pH dos solos. Assim, nos solos ácidos
as flores são azuis e nos básicos ou alcalinos cor-de-rosa.
O
novelão escapou-se dos parques e jardins e colonizou pastagens abandonadas e
outros locais onde a sua vegetação foi perturbada por um motivo qualquer, sendo
considerada invasora sobretudo nas ilhas do Faial, das Flores e do Corvo.
Apesar disso, é inegável que na altura da floração, de maio a outubro, a
paisagem transforma-se ficando com tonalidades que vão do branco ao azul. Os
frutos são cápsulas subglobosas.
A
propagação do novelão faz-se por estacaria, colocando-se na terra, de
preferência no inverno e na primavera, pedaços dos seus ramos.
Sobre
as suas utilizações, Vieira, Moura e Silva (2020) mencionam o seguinte:
“Ornamental. Medicinal (planta rica em compostos orgânicos fenólicos derivados
da isocumarina; o extrato da folha é potencialmente benéfico no combate da
malária e dos diabetes; tem efeitos psicotrópicos).
O
novelão é também usado nas divisórias de propriedades e no artesanato, onde
persiste a arte de trabalhar o seu miolo para criar composições florais em
miniatura.
1
de março de 2025
Teófilo
Braga (IRIS-Núcleo Regional dos Açores)
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