sábado, 16 de novembro de 2024

Álamo

 


Álamo

 

O álamo ou choupo-branco (Populus alba L.) é uma planta da família Salicaceae originária do centro e sul da Europa, havendo alguns autores que levantam a hipótese de o ser também do norte de África e da Ásia Central.

 

O álamo é uma árvore caducifólia de crescimento rápido, que em média atinge uma altura de 12 a 15 metros.

 

O tronco apresenta uma casca lisa e esbranquiçada. As folhas são alternas e ovais, verdes na face superior e de cor branco-cinza na inferior, e as flores formam amentilhos, os masculinos acinzentados, com estames avermelhados e os femininos esverdeados. Os frutos são cápsulas ovoides.

 

Tudo indica que as duas espécies de álamo; a alba e a nigra, foram introduzidas, na ilha de São Miguel, no século XIX. Mas poderão ter sido antes, como terá ocorrida na ilha Terceira onde já estavam presentes no final do século XVIII.

 

Os dois irmãos Joseph e Henry Bullar, que nos anos 1838 e 1839 estavam nos Açores, ao descreverem no seu livro “Um inverno nos Açores e um verão no vale das Furnas”, Vila Franca do Campo, mencionaram a existência de uma pequena mata onde, entre outras árvores, encontraram álamos.

 

José do Canto, em 1856, já possuía várias espécies de álamos no seu jardim de Ponta Delgada e plantou-os em várias das suas vastas propriedades existentes no Porto Formoso, na Ribeirinha ou na Lagoa do Congro.

 

Nos Açores, os álamos, sobretudo a espécie nigra, foram usados para a divisão de propriedades e como sebes e os seus ramos mais finos eram utilizados para amarrações e para fazer cestos, constituindo também umas excelentes plantas ornamentais. O engenheiro agrónomo Arlindo Cabral, no nº 17do Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, relativo ao primeiro semestre de 1953, sobre o assunto menciona o seguinte:

 

“A ele [Populus nigra] se associa por vezes a hortênsia, a qual preenche a parte inferior mais despida […]. Não toma grande desenvolvimento, pelo que não é usado na defesa de pomares, mas apenas nas terras empregadas m culturas arvenses. Havendo o cuidado de cortar as raízes laterais, esta espécie pouco concorre com as plantas cultivadas sob a sua protecção.”

 

Em 1932, num relatório elaborado sobre o caso florestal do distrito da Horta, no que toca à ilha do Pico pode ler-se que o álamo (Populus alba) era “empregado na ornamentação de parques e na arborização das estradas” (Costa, 1989):

 

Ambas as espécies são usadas, também, na medicina popular, apresentando as mesmas indicações terapêuticas.

 

Augusto Gomes (1992) refere que, na ilha Terceira, “os seus rebentos, em infusão de aguardente ou álcool, servem para desinfectar feridas.”

 

Corsépius (1997), para o choupo-negro, menciona as seguintes propriedades e indicações: “antissética e expectorante- bronquite; febrífuga e sudorífica – febre; digestiva; analgésica-reumatismo; vulnerária-caspa.”

 

Saraiva (2020) refere a presença de exemplares notáveis na Estrada de Circunvalação, no Porto, e na mesma cidade na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação.

 

Na Madeira, Raimundo Quintal (2022), regista a presença de álamos na Quinta Jardins do Lago, no Jardim da Universidade e no Solar dos Esmeraldos, na Lombada da Ponta do Sol.

 

Em São Miguel há álamos em várias localidades, de que destacamos o Pinhal da Paz, o Jardim de Infância, na Rua Prof. Luciano Mota Vieira, em Ponta Delgada, e a Mata-Jardim José do Canto, nas margens da Lagoa das Furnas.

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