Faia-europeia
A faia-europeia ou faia
(Fagus sylvatica L.) é uma espécie, da família Fagaceae, oriunda de uma
vasta área da Europa que abrange o norte de Espanha, França, sul de
Inglaterra e sul dos países escandinavos, Holanda, Bélgica, Luxemburgo,
Alemanha, Polónia, Itália e Países Balcânicos.
O nome
científico Fagus, conserva a denominação latina que, por sua vez, deriva
do grego fagos ou phagos, que significa comilão, uma referência
ao facto dos frutos serem muito nutritivos e sylvatica, que indica dos
bosques ou selvagem.
A faia-europeia á uma
árvore caducifólia, de copa ovada ou arredondada que pode atingir 30 m de
altura ou mais. O seu tronco apresenta casca lisa e cinzenta. As folhas, de
margens ondeadas, são ovadas ou elíticas, apresentando nas margens uma penugem.
As flores, tanto as masculinas como as femininas, que são pouco notórias, estão
dispostas em amentos. Os frutos (aquénios) são normalmente constituídos por duas
nozes lustrosas de forma triangular.
Em Portugal continental, a faia é uma espécie exótica que tem sido plantada
pelos Serviços Florestais, sobretudo na Serra da Estrela, no perímetro
florestal de Manteigas, e nalgumas serras do Norte. Também é cultivada como
espécie ornamental, em parques e jardins, existindo exemplares notáveis em
Ponte de Lima, Lamego, Porto (no Parque de Serralves), em Lisboa e em Sintra.
Sobre a presença da faia-europeia na ilha de São Miguel, há um excelente
texto, intitulado “Matas”, publicado no nº 21, de 1849, de “O Agricultor
Michaelense”.
Para alem da menção à utilidade da planta e do modo de propagação da mesma,
que era por semente, sobre a sua chegada a São Miguel, podemos ler o seguinte:
“Sabemos que nos últimos sete anos várias pessoas fizeram sementeiras de Faia,
importada a sua semente de Inglaterra.”
Mas tudo leva a crer que a presença da faia-europeia é mais antiga, pois no
mesmo texto é afirmado que:
“No logar das
Socas, em prédio pertencente ao Sr. Guilherme Scholtz há um grupo de magestosas
faias; ni sitio do Botelho, na auinta do Sr. Barão de Fonte Bella, há tambémuma
avenida de belas faias, na servidão que dirige à cascata; e finalmente na
Grimaneza, n’uma matta que pertence ao fallecido Sr. Annio José de
Vasconcellos, campeam á margem da estrada, e como que pregando o exemplo, duas
frondosíssimas árvores.”
Na atualidade, na ilha de São Miguel, a faia-europeia é usada como planta
ornamental, podendo ser observada no Jardim do Palácio de Santana, no Jardim do
Pico Salomão, no Parque Terra Nostra, no Viveiro Florestal das Furnas e na
Mata-Jardim José do Canto-Lagoa das Furnas.
A madeira da faia,
branca ou acastanhada, por vezes com tons rosados, é bonita, sendo por isso
muito usada em carpintaria e marcenaria, para o fabrico de elementos torneados,
mobiliários e instrumentos musicais. Também pode ser usada para pasta de papel
e como combustível, já que apresenta uma elevada capacidade calorífica.
Segundo Pio Font Quer
(1988) o carvão vegetal proveniente da madeira de faia-europeia é:
“usado em Medicina sempre que convém absorver gases
pútridos, sobretudo em fermentações intestinais de tipo anormal, no chamado
meteorismo, nas disenterias flatulentas e em todos os casos em que não só é
aconselhável desinfetar moderadamente, mas também absorver gases produzidos em
excesso. Na higiene oral o mesmo carvão macio e ligeiramente desinfetante
constitui um excelente dentífrico. Também se usa em certos casos de
envenenamento, como primeira providência para parar o mal.”
O mesmo autor refere que
por destilação seca da madeira se obtém o breu de faia que foi muito usado para
combater a tuberculose.
https://sig.serralves.pt/pt/flora/detalhe.php?id=1010
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fagus_sylvatica
Teófilo Braga
Sem comentários:
Enviar um comentário