domingo, 26 de outubro de 2008

(J)aulas de substituição



São um martírio para os professores.

Basta ver a mudança de humor logo após lerem no placard da escola que foram escalonados para substituir um colega.

Estragado fica o dia quando são recebidos "a pontapé" por alunos que nunca viram.

Proveito nem para professores nem para alunos.

Satisfeitos ficam os governantes e alguns pais, os primeiros porque o que lhes interessa é "vergar" os professores e os segundos porque o que querem é que os filhos fiquem fora de casa e ocupados, não lhes interessa muito saber o que estão a fazer.

sábado, 25 de outubro de 2008

TEMOS DE DEFINIR OBJECTIVOS DE LUTA EM CADA ESCOLA DESTE PAÍS

A população ignora a gravidade do que se passa nas escolas portuguesas.

Os docentes não estão a conseguir quebrar o isolamento em que foram colocados por uma campanha governamental denegrindo a sua imagem. São bons comunicadores com os seus alunos, mas estão demasiado envolvidos nas teias absurdas de um processo de avaliação que nasceu torto e que não se pode endireitar. Se ele não for para onde merece, o caixote de lixo, é a ESCOLA PÚBLICA PORTUGUESA que estará liquidada, na prática.

As implicações da política do Ministério da Educação e do Governo PS, devem ser conhecidas de toda a cidadania:

- No domínio da qualidade das aprendizagens: ela está em risco de descer e de não se conseguir sequer diagnosticar a grave falência do ensino. Porquê? Porque é forçar a inflacção de notas querer (segundo modelo imposto pelo ME) que a avaliação do desempenho dos professores seja feita em função dos resultados dos seus alunos.

- No domínio da democracia, a escola pública vai ser autocraticamente dirigida por um director, com uma corte de acessores nomeados por ele, à revelia das pessoas que na escola trabalham. Será o reino da prepotência, do arbítrio, do compadrio. Podemos esperar o pior, incluindo perseguições políticas e ideológicas.
É difícil de imaginar algo mais importante do que a escola: uma sociedade sem escola democrática, não poderá manter a democracia nos restantes domínios da vida pública.

- Tudo o que acontecer dentro deste contexto é previsível. Já se verifica agora uma hemorragia dos professores com mais experiência. Uns preferem a reforma antecipada, mesmo com reduções (penalizações) significativas no montante da pesnão. Outros conseguirão transitar para outras profissões.
Os mais novos, com vocação para docentes, mas afastados do ensino por uma política de contenção de custos ultra-neo-liberal, irão para outras profissões e muitos irão emigrar, dando o seu valor (e o saber adquirido em escolas portuguesas) noutros países, onde o seu talento é reconhecido.

- A escola vai perder qualidade; os orçamentos vão sempre ser menores do que as necessidades. Tirando uma ou outra escola «modelo», a imensa maioria das escolas vai degradar-se, pois a componente humana (fundamental no processo educativo) vai ficar diminuída. Haverá maior conflitualidade interna, instigada por uma concorrência artificial entre docentes, haverá uma degradação das relações humanas. Haverá um acentuar do autoritarismo. Haverá um atirar com deficientes profundos para a escola pública, sem os meios correspondentes de atendimento e acompanhamento. Isso tudo somado com uma sobrecarga de alunos por turma
O governo gaba-se de ter extinto ou destinar à extinção, mais de 3 000 escolas públicas do 1º ciclo, agrupando crianças de baixa idade em grandes centros, com crianças de idades mais avançadas, longe de suas freguesias, em muitos casos.

As medidas publicitárias, como a distribuição de computadores «Magalhães» são apenas isso, medidas publicitárias, sem nenhum efeito real, a não ser levar alguns incautos a votar ps nas próximas eleições.
A regra deste governo tem sido privatizar as universidades e institutos superores com interesse para a indústria e os negócios. Fazer baixar a qualidade nas escolas públicas não-superiores, levando muitos pais a retirar seus filhos da escola pública e colocá-los nos colégios privados, onde vão gastar milhares de euros por ano, para obter o ensino que o Estado tem obrigação de lhes dar.

É preciso portanto fazer campanha nas escolas, junto dos pais e encarregados de educação e formar -com eles- comissões de defesa da escola pública, para conseguir derrotar os intuitos deste governo. Os docentes são perfeitamente capazes de esclarecer a população; é na medida em que ganhem a população que poderão derrotar esta política contrária à escola pública e à dignidade da sua função.

Manuel Baptista (grupo de discussão Ecola Pública- para enviar mensagens para este grupo, envie um email para escola-publica@googlegroups.com)

Sindicato de Professores quer avaliação suspensa por falta de formação


O Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA) exigiu a suspensão do modelo de avaliação dos docentes, que entrou este ano em vigor, alegando falta de formação de avaliadores e avaliados.
Além de um Estatuto de Carreira específico, os professores que trabalham nos Açores dispõem de um processo próprio de avaliação de desempenho, proposto pela Secretaria Regional da Educação.

“Estamos a defender que, enquanto não houver formação generalizada de todos os professores da região, este modelo de avaliação não possa prosseguir”, salientou o presidente do SDPA, que hoje se reuniu em plenário, na cidade de Ponta Delgada.

Segundo Fernando Fernandes, nos Açores “não foi feito nenhum trabalho” para a formação generalizada dos avaliados e avaliadores, razão pela qual este processo, neste primeiro ano, deve ter, apenas, um carácter experimental.

Além disso, o processo de avaliação, no ano que entra em vigor, não deve repercutir efeitos negativos nas carreiras, defendeu o dirigente sindical.

“Esta avaliação deve ser presidida, no que diz respeito à sua concepção e implementação, por uma comissão científica de avaliação de desempenho”, preconizou Fernando Fernandes, que se mostrou disponível para dialogar com o novo Governo Regional, que tomará posse na sequência das eleições de domingo passado.

O presidente do SDPA salientou, também, que esta avaliação de desempenho em vigor nos Açores “parte do princípio que todo o professor é mau, até prova em contrário”.

Caso o novo Governo Regional não aceite as pretensões do SDPA, os docentes dos Açores “partirão para todos os meios de luta ao seu alcance para que os professores tenham direito a uma avaliação justa”, alertou Fernando Fernandes.

No plenário de hoje, o sindicato analisou, ainda, a distribuição do serviço docente nas escolas das ilhas, tendo chegado à conclusão que se está a verificar uma “burocratização” da profissão.

“Os professores estão a deixar de ter tempo para serem professores”, alegou o presidente do sindicato, para quem os docentes estão cada vez menos centrados nos “alunos, na preparação das aulas e nas actividades lectivas”.

Lusa/AOonline, 24-10-2008

PS- O principal não foi dito ou não foi transcrito. Com efeito, o mal começa no Estatuto que não serve os professores, prolonga-se pelo modelo de avaliação que serve apenas para impedir/dificultar a progressão e acaba nas grelhas de avaliação que são de uma subjectividade tal que ou dão para tudo ou irão "grelhar-nos" no final do ano.

As exigências principais deverão ser Revogação do Estatuto e a Alteração do Modelo de Avaliação. Até lá deverá vigorar o medelo anterior.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A propósito da avaliação nos Açores

Escola Secundária Antero de Quental, 21 de Outubro de 2008


Colegas

Escrevia o outro dia ao nosso colega, sem me sair do olhar, em pleno bosque, no Conselho Pedagógico, o Sambuco (nome fictício) de entre os vários personagens do “Sonho de Uma Noite de Verão” de Shakespeare. Se era com Nick Bottom de focinho de burro que a rainha das fadas, Titany, se embeiçava de amores, não estava Sambuco embeiçado por figura menos caricata e menos virtual:

Sambuco
(A propósito da supina avaliação docente)

Amante assim tão forte
Sambuco?
Amante assim tão cego
Em diurna celebração?
Que mago, que flor,
Que floresta,
Te embrenha em tão estrénua ternura
Por corpo tão desconforme,
Por objecto tão indiscreto,
Por tão impúdico serviço,
Da legal mancomunação?
Sem fim,
Sambuco,
A tua noite de verão?

Pedro
16 Out 08

Não já no bosque, mas no meu carro eléctrico, a caminho da escola, ouvi o outro dia um excerto da ópera cujo teor de fina crítica ao regime do fuhrer, não caindo bem aos SS de serviço, deu livre trânsito aos dois notáveis músicos da tolerada prisão de artistas directamente para o eficaz campo de extermínio.
Não sou notável, muito menos músico.
No entanto aos olhos dos meus colegas poderei estar a exorbitar na licença de vida que me dão os guardas do regime.
Reparem bem no figurino de escola que se tem vindo a desenhar e no carácter, ou falta de carácter, como queiram assumir, da lei de avaliação docente, e digam-me se ao abrir-lhe a boca lhe não vêem dentes iguais em iniquidade, em cinismo, em despudor, em desrespeito, aos dos de muitos comandantes de castelo e de chefes de quina da insidiosamente chamada “Mocidade Portuguesa”? (Falo para os que têm idade para se lembrarem disto e para aqueles que, sendo mais novos, não têm da história só a memória da sebenta que, devidamente decorada, ou passada no pente fino da cábula, lhes abriu as portas do desejado bom desempenho). É forte demais tal comparação? Ou é forte demais o que se desenha - e o medo, o atentismo, o dolo, a cobardia rasteira, o fazer de conta, batem à porta?
É bom que não haja dúvidas quanto ao carácter político desta avaliação dos docentes. É requintadamente nazi. Como naqueles breves treze anos de eternidade de terror para quem neles viveu, os nazis, “democraticamente” alcandorados ao poder, tinham nos outros, na massa da população docente, discente, operária, camponesa, etc., os instrumentos de acção e de coacção que eles por si sós nunca teriam possibilidade de garantir e de impôr.
Se politicamente esse é o coração de aço da avaliação docente da ministra em exercício e desiderato decisivo do libreto da opereta na qual afina Sócrates a voz que o mantém em cena, esta avaliação docente, tecnicamente, é uma verdadeira fraude.
Tecnicamente é tão fraudulenta, que são os próprios promotores dela os primeiros a tentar adoçar o amargo de boca que a sua operacionalização já está a causar.
Argumentam já alguns, a defender a sua dama, que a coisa pode não ser exactamente com o rigorismo da lei. Que uma aula não tem necessariamente de ser entendida em bloco, e que bem podem bastar 45 minutos de observação: há é que cumprir a observação, há é que cumprir o processo administrativo, com entrevista e tudo - e está feito!
Não contem comigo para isto.
Prefiro lutar, tal como preferi há dois anos arrostar a prisão do que demitir-me do direito de exercer, forte, é certo, mas alicerçada, a minha crítica à acção governativa. Tive na altura a boa sorte de deparar com uma Juíza de carácter e de coragem, advogados de excelência, e generosos cidadãos a depor, não propriamente a meu favor, mas a favor do direito de opinião e de lídima luta.
Prefiro lutar, tal como preferi há cinco anos arrostar o iníquo processo disciplinar na Escola Canto da Maia. Tive na altura defesa pelo advogado do Sindicato que me tem aceite como sócio mas me abandona no fim da acção, depoimentos de colegas, e o perjuro do Presidente do Executivo que me levantou o processo.
Por que é que afirmo que é politicamente nazi o processo de avaliação em curso?
É porque se alicerça, tal como aconteceu nos anos trinta e quarenta na Alemanha - com simpatizadas releituras em praticamente todos os países europeus e até nos EUA - num castelo de teoria edificado com o cimento do preconceito e a armadura do estereótipo elevados a campo duma realidade quotidiana tão mais virtual nas impostas representações quanto mais subjugadamente, ferozmente, cruamente, duramente, redutoramente vivida. É o paraíso da propaganda e a ocultação do inferno.
E por que é que afirmo que é tecnicamente uma fraude?
Dou a este respeito uma simples referência para os que dizem que gostam de falar uma mesma linguagem de profissionalismo e eficiência: HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Point).
Por qualquer ponta por onde queiram pegar no processo de avaliação, que o governo de Sócrates tem como indispensável e decisivo para o cumprimento do seu exaltante desempenho governativo, constatarão que 1) a análise de risco incide na classe docente, 2) identificam os professores como pontos críticos a controlar, 3) os limites críticos para cada ponto crítico e a 4) monitorização requerida para cada ponto crítico, são estabelecidos para a pessoa de cada docente, 5) as acções correctivas são estabelecidas para a pessoa de cada professor, 6) o arquivo de registos estabelece-se com a fichagem docente a docente e 7) os procedimentos estabelecidos para garantir que o HACCP está funcionando como deve ser passa pelo envolvimento dos próprios professores no processo.
Como se evidencia, esta avaliação docente prima logo à partida pela unilateralidade da evidência, pela descontextualização da acção, pela arbitrariedade da conclusão, pela promoção do abuso, pela exaltação do absurdo.
Não conduz a melhoria qualquer do ensino, visto que não é esse o objecto em avaliação (longe disso! Que o HACCP tem de ficar bem longe de tão inoportuna fantasia!).
Destrói, sim, desorganiza, sim, perturba, sim, o processo de ensino/aprendizagem e a própria avaliação do ensino/aprendizagem. Como já está a acontecer há muito, aliás, pois este figurino curricular, que já se passou a ferro e ora se impõe ao corpo incomodado da nação, foi começado a executar na segunda metade de oitenta do século passado pelo 1º Ministro Cavaco com o Ministro Carneiro na pasta da Educação, logo após a mordomia do Dr. Mário Soares ter dado entrada da CEE em Portugal.
Mas não são tão ilustres antecessores razão para deixar de perguntar se o Sr. 1º Ministro José Sócrates mais a sua colega Sra. Ministra Maria de Lurdes Rodrigues se não terão equivocado nas funções, dado que, apesar de tudo, a avaliação docente mais parece saída da António Maria Cardoso do que de S.Bento.

Grato por eventual atenção,

Pedro Albergaria Leite Pacheco
(Professor do Quadro de Nomeação Definitiva)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Magalhães

A Escola Pública e o Fordismo

Luís Filipe Torgal,retirado de Educare.pt

A nova escola pública é hoje uma empresa gerida por muitos tecnocratas alinhados com a actual ordem política e equipada por operários que se desejam amanuenses servis e catequizados na alegada única ideologia vigente.



A escola pública morreu, enquanto espaço democrático multifacetado (e idealista) de instrução científica e artística e de formação cívica - já o proclamei aqui algumas vezes. Foi abruptamente estilhaçada pelo maremoto das desconexas e demagógicas ordenações socratistas de 2008: novo estatuto do aluno, nova lei sobre o ensino especial, novo regulamento de avaliação de desempenho docente e novo modelo de gestão escolar. Foi desacreditada pela propaganda do Ministério e da ministra que a tutelam e caiu em desgraça junto da opinião pública. Foi tomada por demasiados candidatos a futuros directores escolares embevecidos pelos decálogos de José Sócrates e inebriados pelas cartilhas sobre as dinâmicas de gestão empresarial no mundo neoliberal - afinal, as mesmas cartilhas que agora puseram o mundo à beira do caos. Foi pervertida pela imposição, por parte do Ministério da Educação, de um sistema burocrático kafkiano que visa obrigar os professores a fabricarem um sucesso educativo ilusório. Foi adulterada por alguns professores pragmáticos ou desprovidos de consciência crítica, os quais exibem a sua diligente e refinada burocracia como arma de arremesso para camuflar as suas limitações científicas, pedagógicas e culturais. E, neste momento, quando estão a constituir-se nas escolas os conselhos gerais transitórios, está a ser vítima de um já previsível mas intolerável processo de politização (no sentido mais pejorativo da palavra). Tal processo é dirigido por forças que em muitos casos se mantiveram durante anos alheados dos grandes problemas das escolas, mas que na actual conjuntura encaram estas instituições (outrora) educativas como tribunas privilegiadas para servirem maquiavélicos interesses de poder pessoal e/ou de carácter político-partidário.

A nova escola pública que está a emergir é uma farsa. Tornou-se um território deveras movediço, onde reina uma desmedida conflitualidade (e competitividade) social e política e uma grotesca e insuperável contradição entre os conceitos de "escola inclusiva" e de "pedagogia diferenciada". Nesta instituição naufragaram, entretanto, num conspurcado lamaçal, os nobres ideais instrutivos e formativos. O prodigioso computador portátil "Magalhães", ofertado em grande escala, numa operação de marketing à americana, a alunos do 1.º ciclo que cada vez sabem menos de Português ou Matemática e utilizam os computadores somente para simples divertimento, é, de resto, o mais recente exemplo do sentido irreal e burlesco das prioridades deste sistema educativo.

A nova escola pública é hoje uma empresa gerida por muitos tecnocratas alinhados com a actual ordem política, e equipada por operários que se desejam amanuenses servis e catequizados na alegada única ideologia vigente (a qual - agora já todos o sabemos - se encontra manifestamente em crise de final de ciclo). A verdadeira função desta espécie de mal engendrada e desalmada linha de montagem é produzir, automaticamente, em massa, de forma acelerada, e a baixos custos, duvidosos produtos estandardizados. Esta nova escola é, afinal, um hino ao velho fordismo. O tal sistema aplicado por Henry Ford em 1908 que venerou o dinheiro como deus supremo do Homo sapiens sapiens e que projectou um mundo sublime, onde o Homem é castrado da sua capacidade cognitiva e coagido a demitir-se das suas quotidianas obrigações familiares bem como de outros cívicos desígnios sociais em nome do lucro desenfreado (de uns poucos), da sobrevivência, do consumismo e do hedonismo desregrados. Aquele sistema perfeito superiormente ironizado por Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo) ou por Charlie Chaplin (Tempos Modernos), nos anos 30 do século XX, que está agora no epicentro de mais um superlativo "tsunami" económico e financeiro de consequências imprevisíveis para a humanidade; "tsunami" esse cujas causas são reincidentes e estão bem diagnosticadas. Enfim, aquele implacável sistema materialista mecanicista e "darwinista", que hoje transcende o sector secundário para atingir muitos serviços do sector terciário, e cujo modo de vida o escritor americano de ascendência portuguesa John dos Passos também satirizou, numa obra datada dos mesmos anos 30 (O Grande Capital), com estas antológicas palavras: "quinze minutos para almoçar, três para ir à casa de banho; por toda a parte a aceleração taylorizada: baixar, ajustar o berbequim, acertar a porca, apertar o parafuso. Baixar-ajustar o berbequim-acertar a porca-apertar o parafuso. Baixarajustaroberbequimacertaraporcaapertaroparafuso, até que a última parcela de vida tenha sido aspirada pela produção e que os operários voltem à noite a casa, trémulos, lívidos e completamente extenuados".

"Porreiro pá!" Mas, pá, será esta a escola e o mundo que nós desejamos para os nossos alunos, para os nossos filhos?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Selvajaria na Escola Secundária da Ribeira Grande


Pai de aluna e namorado agridem professor da Escola Secundária da Ribeira Grande.

Segundo apuramos, o professor depois de ter sido socado, foi pontapeado pelo pai e namorado da aluna.

Ao que isto chegou.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Abaixo-Assinado Por uma outra Avaliação



Notícia publicada no Açoriano Oriental de 13 de Outubro de 2008

sábado, 11 de outubro de 2008

Hino da Indignação.

Professores de Portugal
Gente nobre e dedicada
Força fértil e vital
Desta Pátria sufocada
Acorrei todos à praça
Resgatar a Educação
Perdida na nevoaça
Do Outono da Nação

Está na hora de lutar
Com a nossa indignação
Está na hora de bradar
É preciso dizer NÃO

NÃO à condição servil
NÃO à vã mediocridade
NÃO à demissão de Abril
Aos chacais da liberdade
NÃO ao sonho amordaçado
NÃO ao silêncio da voz
NÃO à perda do legado
Da Escola de todos nós

Está na hora de lutar
Com a nossa indignação
Está na hora de bradar
É preciso dizer NÃO

Luís Costa

(recebido por mail)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Professores reformam-se à média de 400 por mês

Quatro mil pediram a reforma nos 10 primeiros meses.Carga burocrática excessiva retira tempo para os alunos

TIAGO RODRIGUES ALVES

Em 2008 já se reformaram quase quatro mil professores e educadores de infância. E, apesar de perderem regalias, cada vez mais optam pela reforma antecipada. Só no mês passado houve 510 docentes a reformar-se.

Das duas uma: os professores portugueses estão a ficar velhos ou cansados. O JN comparou as listas de aposentados da função pública e constatou que, de um ano para o outro, estão a reformar-se, todos os meses, duas vezes mais professores e educadores de infância.

Por exemplo, comparando o mês de Setembro deste ano com o do ano anterior verifica-se que o número de aposentados mais que duplicou: de 249 passou para 510. Esta é uma tendência que parece estar a ganhar forma porque o número de professores e educadores de infância que se reformaram este mês de Outubro (322) é bem maior do que os reformados no conjunto de Outubro e Novembro de 2007 (272).

Ao todo e ainda com dois meses para contabilizar, este ano já pediram a reforma 3821 professores e educadores de infância. Sendo que os meses com mais reformas concretizadas foram Setembro (510) e Agosto (485) e o com menos foi o mês deMaio (126).

Como parece pouco crível que de um ano para o outro a população docente tenha envelhecido brutalmente e atendendo a que muitos pedem a reforma antecipadamente, sujeitando-se às respectivas penalizações (ver caixa), a resposta mais provável é que eles andam mesmo cansados e fartos. De quê, só os próprios poderão responder.

"Os professores estão saturados e desmotivados e, por mais que tentemos que não saiam prejudicados querem a reforma de qualquer maneira e com qualquer idade", diz Teresa Maia Mendes, do Sindicato de Professores do Norte. Esta docente auxilia os professores a calcularem quais os termos em que se poderão reformar e, por isso, conhece bem os motivos. Na sua opinião, "muitos professores, especialmente os que estão em topo de carreira, não estão a conseguir aguentar o ritmo da escola e dizem que mais vale sair com qualquer coisa porque, com o desgaste que estão a ter, vão acabar é no cemitério antes da idade da reforma".

A professora tem visto no Diário da República vários professores com pensões baixas o que significa que "muitos não estão a aguentar ir até ao fim". E comprova isso todos os dias pessoalmente. "Temos muitos pedidos de ajuda para a reforma antecipada e, mesmo avisando que vão ter uma quebra enorme com a aposentação, eles dizem que o clima nas escolas está impraticável e que não há maneira de dar a volta. Por isso, raramente mudam de opinião e fogem em frente", explicou ao JN.

(in Jornal de Notícias, 8 de Outubro de 2008)

domingo, 5 de outubro de 2008

FNE repudia Estatuto da Carreira Docente e exige um novo modelo de avaliação dos professores

Sábado, Outubro 04, 2008

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) aprovou hoje, em Coimbra, uma resolução que repudia o Estatuto da Carreira Docente e que exige um modelo de avaliação de desempenho "que respeite os professores".
O documento foi aprovado no decorrer da conferência nacional subordinada ao tema "Professores de Qualidade em Escolas de Qualidade", para assinalar o Dia Mundial do Professor, que se realizou durante todo o dia de hoje em Coimbra, e será enviado aos grupos parlamentares na Assembleia da República. João Dias da Silva, líder da FNE, afirmou à agência Lusa que é "inaceitável a existência de uma prova de ingresso na carreira docente, a divisão dos professores em duas categorias, que é desnecessária, inútil e incompreensível," e um modelo de avaliação baseado em quotas para acesso aos níveis superiores de avaliação. O dirigente federativo critica o estatuto de carreira docente por este impedir que dois terços dos professores acedam automaticamente ao topo da carreira, não pela qualidade do trabalho, mas "porque burocraticamente se lhes impede, por muita qualidade que tenham", e denuncia atropelos nas escolas na marcação de trabalhos e reuniões. O secretário-geral da FNE garantiu ainda que aquele organismo vai construir uma proposta alternativa ao modelo de desempenho dos professores e "contribuir seriamente para uma solução que seja exequível e mobilize as pessoas". "Nós vamos já começar a discutir com os professores várias modalidades com vários intervenientes, vários critérios e vários instrumentos até sermos capazes de encontrar uma solução final", reiterou João Dias da Silva, adiantando que, em Abril de 2009, altura em que vai decorrer o período de negociação com o Governo, a FNE terá uma proposta para apresentar. "É um estudo que vai ser feito ao longo dos próximos tempos com os professores. Aquilo que nós queremos é um modelo que seja simples, que não seja burocrático, mas que seja sobretudo percebido pelas pessoas", acrescentou o responsável. O líder da FNE denunciou ainda situações de "autoritarismos e excessos que estão a campear" nas escolas, afirmando que o Ministério da Educação "tem obrigação de intervir para evitar que a avaliação de desempenho se torne no centro da preocupação dos professores, desviando a sua atenção daquilo que deve ser o seu motivo mais importante de atenção: o seu trabalho com os alunos". "Isto significa que o processo de avaliação tem de ser despido de tudo o que é excesso em burocracia, em papelada, em reuniões inúteis, que só servem para criar stress e medo", frisou.

(extraído de Luta Social)