sábado, 31 de agosto de 2024

Virusaperiódico (31)

 



Virusaperiódico (31)

 

Logo pela manhã do dia 26 estive, na Praia do Pópulo, a fazer uma caminhada na areia. Já notei um cheirinho ao outono que está para vir. Pela primeira vez observei alguns resíduos devolvidos pelo mar e algumas aves marinhas pousadas na praia, com destaque para as gaivotas (Larus michahellis atlantis), as rolas-do-mar (Arenaria interpres) e os pilritos (Calidris sp.).

 

Comecei a leitura do livro “Herdar Estrelas” de Tomaz Borba Vieira. Estou a gostar muito.

 

No dia 27, estive a consultar o jornal “A Crença”. Fiquei com a sensação de que a democracia, ainda que apenas representativa, já foi mais democrática em Vila Franca do Campo e acabei a leitura do “Herdar Estrelas”.

 

No dia 28 de manhã estive a fazer pesquisas na Biblioteca Pública de Ponta Delgada, Não encontrei o que pretendia, voltarei. Requisitei o livro de Nuno Bragança, “Square Tolstoi”.

 

De tarde, visitei uma casa que já foi moinho, da Levada da Condessa, na Ribeira Grande. Gostei muito!

 

Dediquei o dia 29 a estudar um pouco sobre a flora da nossa terra e ao ativismo ambiental e cultural.

 

No dia 30, estive a trabalhar no quintal, tendo a contragosto cortado uma Brassaia (Schefflera actinophylla). Para compensar, aguardo o próximo mês de outubro, para plantar várias árvores e arbustos. Continuei a ler “Square Tolstoi”.

 

Vi num jornal o secretário da agricultura (talvez melhor da pecuária) com um chapéu na cabeça com publicidade de uma empresa. Depois de o disparate dos touros libertadores de dióxido de carbono por isso grandes auxiliares no combate às alterações climáticas, nem sei o que dizer.

Hoje, depois de um duro dia de trabalho na terra, onde arranquei invasoras, sobretudo conteiras e tabaqueiras e rocei alguma erva, cheguei a casa e com tristeza li nos jornais que o presidente da associação de criadores de gado voltou a “defender” a introdução do cultivo de milho transgénico para alimentar as infelizes vacas. Também li que 90% dos cagarros já apresentam microplásticos no organismo ainda antes de abandonarem os ninhos e que os artrópodes endémicos estão ameaçados devido à redução da floresta nativa, à invasão de espécies exóticas e às alterações climáticas. Que raio de paraíso (Açores) é este em que vivemos?

 

31 de agosto de 2024

domingo, 25 de agosto de 2024

Virusaperiódico (30)

 



Virusaperiódico (30)

 

Estive quase todo o dia 22 a pesquisar no jornal “A Vila” de 1996 a 2004. No fim do dia voltei a regar as plantas do quintal.

 

Entre os jornais encontrei dois números publicados logo a seguir ao dia 25 de Abril de 1974. Num deles, João Ribeiro critica fortemente os suportes do Estado Novo, nomeadamente os membros da União Nacional/ Ação Nacional Popular, como o eram o diretor do jornal, Augusto Simas, bem como o seu chefe de redação e editor, Teotónio de Andrade.

 

No dia 23, estive a fazer limpezas no material apícola e a cuidar das plantas, nomeadamente a regá-las.

 

Li mais umas páginas da “Confissão”. Não estou a apreciar e estou tentado a colocar o livro na estante, sem chegar a meio da sua leitura.

 

Redigi um pequeno texto sobre o jambeiro para o jornal “Voz Popular”, da Casa do Povo do Pico da Pedra.

 

No dia 24, estive na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo, primeiro na Courela a limpar bananas e bananeiras, que estão com muito bom aspeto, e depois, na Ribeira Nova, a cortar conteiras, a mondar e a roçar ervas, tendo ficado exausto.

 

De Vila Franca do Campo, trouxe alguns vimes para tentar fazer um pequeno cesto, algumas bananas, dois cachos da banana-de-prata e meia dúzia de jambos.

 

Hoje, foi dia de descascar os vimes trazidos ontem e de escrever um texto sobre a cletra, planta que nos Açores é considerada invasora.

 

25 de agosto de 2024

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Virusaperiódico (29)

 



Virusaperiódico (29)

 

Hoje, foi dia de trabalho na Ladeira, margem esquerda da ribeira que atravessa a propriedade conhecida por Ribeira Nova, onde estive, acompanhado do Rex,  a cuidar das plantas endémicas (urzes, sanguinhos e azevinhos) plantadas há três anos. A tarefa consistiu essencialmente em cortar conteiras e feitos.

 

A uma altitude aproximada de 105 m, num local com muita sombra, a espécie que mais se tem adaptado é o sanguinho (Frangula azorica), existindo alguns com mais de 2,5 metros. A que tem mais dificuldade em se manter é a urze.

 

Na Ribeira Nova, colhi meia dúzia de jambos e as primeiras goiavas (araçás).

 

De tarde, depois de dormitar um pouco, desta vez na companhia da Zizi, voltei às leituras dos livros “Confissão” e “Se os gatos desaparecessem do mundo”.

 

Acabei o dia a assistir a um debate na RTP-Madeira sobre o incêndio que flagela aquela ilha. Quando tudo voltar “à normalidade”, ficará tudo na mesma à espera de que a situação se repita?

 

Recebi dos EUA, do meu amigo Varmélio, fotografias da casa onde viveram os pais de Alice Moderno e da campa onde estão sepultados, no cemitério de St. Patrick, em Fall River.

 

21 de agosto de 2024

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Virusaperiódico (28)

 


Virusaperiódico (28)

 

Hoje, 19 de agosto, o fogo continua a destruir a Madeira e os (ir)responsáveis continuam a achar que eram autossuficientes, a pensar que as cabras e as ovelhas bem escolarizadas eram capazes de comer apenas plantas invasoras e poupar as nativas e endémicas e a não tomar quaisquer medidas preventivas, em termos de ordenamento do território que implica uma reflorestação com espécies nativas e mais resistentes aos fogos.

 

Comecei o dia na Praia do Pópulo, desta vez com um banho para além das caminhadas e exercícios físicos.

 

Acabei a leitura do livro “Memórias Minhas”. Gostei muito de o ler, mas não mudei a minha opinião sobre o autor Manuel Alegre. Comecei a leitura da “Confissão”, de Mikhail Bakunine. O autor do prefácio, depois de afirmar que o autor era pouco conhecido afirmou: “Bakunine voltará, pois, a ser actual no dia em que o homem começar a achar insuportáveis o despotismo burguês e o despotismo proletário.”

 

Comecei o dia 20 com uma ida à praia e com o passeio diário com os cães. Para além da monda de algumas ervas, prossegui as minhas pesquisas sobre António Borges Coutinho, durante o chamado verão quente e li as primeiras páginas do livro, de Genki Kawamura, “Se os gatos desaparecessem do mundo”.

 

O incêndio na Madeira continua e dois dos principais (ir)responsáveis políticos, entre os quais o presidente do governo, estão de férias no Porto Santo. Que triste exemplo!

 

20 de agosto de 2024

domingo, 18 de agosto de 2024

Virusaperiódico (27)

 


Virusaperiódico (27)

 

No dia 12, estive na Ribeira Nova a cortar conteiras que estavam a impedir as plantas nativas e endémicas a crescer e estive a observar a situação nas colmeias. As abelhas estão tristes por quase só encontrarem milhos e poucas flores e estranham que o tão propalado projeto “Abelha Amiga” tenha caído no esquecimento.

 

No mesmo dia, estive a roçar ervas no quintal. Com este tempo quente espero voltar a cortar ervas a meados de setembro.

 

Continuei a leitura do livro “O Cavaleiro da Ilha do Corvo” e comecei a escrever um texto sobre a piteira (Agave americana).

 

No dia 13, acabei a escrita do texto sobre a piteira, estive a derreter cera das abelhas, continuei a leitura do livro mencionado e logo de manhã passei pela praia.

 

No dia 14, depois de alguns anos de ausência, regressei à Lagoa do Areeiro em Vila Franca do Campo. Continua linda! De tarde estive a escrever um texto sobre o freixo.

 

No dia que é “santo de guarda”, 15 de agosto, passei pela Praia do Pópulo, acabei a leitura do “Cavaleiro da ilha do Corvo” e terminei com a monda de ervas no jardim e com a sua rega.

 

Comecei o dia 16 com pesquisas no jornal “A Vila” e com a escrita de um texto sobre o nogão (Juglans nigra). Estive na Courela (Vila Franca do Campo) e de tarde comecei a leitura de “Memórias Minhas”, de Manuel Alegre, Gosto do escritor, deteste o político que ajudou a colocar o “socialismo” na gaveta e “odeio” o defensor da tortura de animais.

 

No dia 17, acompanhado de D.C., andei na Lomba, Ribeira Seca de Vila Franca do Campo, a ver um “drone” a trabalhar. No fim do dia fui assistir à apresentação das novas fardas da Filarmónica Aliança dos Prazeres.

 

17 de agosto de 2024

domingo, 11 de agosto de 2024

Virusaperiódico (26)

 


Virusaperiódico (26)

 

No dia 9, fui à Courela buscar 2 bananeiras para participarem num cortejo de oferendas em São Roque. As bananeiras de Vila Franca do Campo estão a ficar famosas!

 

Continuei a leitura do romance “O Cavaleiro da Ilha do Corvo”. Apreciei vários capítulos sobre Água de Pau, nomeadamente sobre a sua gruta vulcânica e o seu escaravelho cego. O autor associa muito bem a realidade com a ficção.

 

Recordo que a descoberta do escaravelho se deve a investigadores da Universidade dos Açores, da Universidade de La Laguna e da Universidade de Edinburgh, tendo eu sido um dos micaelenses que os acompanhou, penso que no final da década de 80 do século passado e que a “redescoberta” da gruta aconteceu alguns anos antes num “trabalho de campo” em que participei na companhia de George Hayes e Lúcia Ventura. Dos investigadores recordo Paulo Borges e Pedro Oromi.

 

Li e subscrevo o texto do jornalista Chris Christello sobre uma proposta para utilização de pirotecnia silenciosa. Apetecia-me reproduzir a frase atribuída a Albert Einstein: “a tradição é a personalidade dos imbecis”. Não o faço, pois não quero ofender ninguém, mas se há tradições que devem ser mantidas, outras há que devem ser colocadas imediatamente no caixote do lixo.

 

O dia 10 foi um dia dedicado a limpezas no quintal no Pico da Pedra, ou melhor de combate a duas plantas que apresentam um comportamento invasor: a bonita lanterna-chinesa (Abutilon megapotamicum) e a não menos vistosa trepadeira-azul ou bons-dias (Ipomoea indica).

 

Hoje, grande parte da manhã foi dedicada a pesquisas históricas e a limpezas e a tarde a leituras diversas e ao ciberativismo ambiental e não só.

 

11 de agosto de 2024

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Virusaperiódico (25)

 



Virusaperiódico (25)

 

No dia 4, recebi uma inesperada visita de George Hayes, sendo uma das maiores alegrias que tive este ano. Com 89 anos de idade, pensava que el já não saia de casa. A ele devo muito do que sou hoje, nomeadamente a minha paixão pela espeleologia, pelo pedestrianismo e a minha “veia naturalista”.

 No dia 5, comecei as minhas visitas (quase) diárias à praia e estive na Ribeira Nova (Ribeira Seca de Vila Franca do Campo) a trabalhar na terra. De tarde, estive a ler mais alguns textos sobre Antero de Quental.

 No dia 6, voltei à praia e passei pela Rua Nova da Misericórdia tenho observado uma jovem pata-de-elefante (Beaucarnea recurvata), planta oriunda do México que foi plantada no lugar de outra monumental que estava doente.

 No dia 7, destaco a visita ao jardim litoral de Santa Cruz (Lagoa), onde os cubres (Solidago sempervirens), planta endémica dos Açores, estão prestes a florir. A novidade está na construção de um edifício no espaço que não percebi a que se destina. Se for para ficar fechado quase todo o ano antes não tivesse passado do papel. Também passei pelo Parque Florestal da Chã da Macela e fiquei com pena ao ver alguns animais em cativeiro.

 Hoje, dia do gato, caminhei no Pinhal da Paz, onde estive a identificar algumas plantas e observei algumas aves, com destaque para a estrelinha (Regulus regulus azoricus) que é a ave mais pequena da Europa.

 Comecei a leitura do romance “O Cavaleiro da Ilha do Corvo”, de Joaquim Fernandes.

 8 de agosto de 2024

domingo, 4 de agosto de 2024

Virusaperiódico (24)




 


Virusaperiódico (24)

 

No dia 1 de agosto participei numa iniciativa de sensibilização ambiental organizada pelos Amigos dos Açores destinada a crianças da Lagoa, a convite da Câmara Municipal da Lagoa. A atividade realizou-se no Parque Maria das Mercês Carreiro no Pico da Pedra.

 

Depois de uma visita ontem a um hospital para fazer um exame de rotina para provar que o coração batia bem, hoje estive nas Furnas no 6º Festival de Fibras Naturais.

 

Está de parabéns quem organizou o referido festival. Aprendi um pouco como se faz um cesto de vimes e agora vou procurar vimes para aprender ainda mais.

 

Tenho continuado com a leitura do livro “As Conferências do Casino e o socialismo em Portugal”.  Continuo a ler vários textos sobre aquele evento e sobre Antero de Quental, sendo um deles, de Fernando Piteira Santos, muito crítico do maior poeta dos Açores, admirador de Proudhon.

 

A um ritmo mais lento continuam as pesquisas sobre as figuras dos últimos anos do Estado Novo nos Açores e sobre o chamado Verão Quente. No fim destas talvez encontre uma das explicações para termos a “democracia” que temos.

 

3 de agosto de 2024