A Greve de 18
de Janeiro de 1934 e os Açores
Para
quem a seguir ao 25 de Abril de 1974 se empenhou na construção de uma sociedade
mais justa, integrado em organizações de esquerda ou da esquerda da esquerda, o
18 de Janeiro de 1934 foi sempre uma data anualmente recordada como um marco da
história da luta contra o fascismo.
Tal
como muitos outros episódios da nossa história, a greve geral insurrecional de
18 de Janeiro tem sido apropriada por diversas correntes políticas que a
consideram ter ocorrido por sua iniciativa ou por iniciativa de sindicatos por
elas influenciados. Assim, segundo alguns historiadores, o PCP, que primeiro
classificou o evento como uma “anarqueirada”, mais tarde veio reclamar para si
a organização da greve, sobretudo nos locais onde a mesma teve maior adesão,
como na Marinha Grande.
A
greve geral revolucionária de 18 de Janeiro de 1934, segundo vários
historiadores, entre os quais Irene Pimentel e Maria de Fátima Patriarca, foi
da iniciativa da CGT-Confederação Geral do Trabalho (anarco-sindicalista), da
CIS- Comissão Intersindical (comunista), da FAO (Federação das Associações
Operárias (socialista) e por membros da COSA- Comité das Organizações Sindicais
Autónomas e teve por objetivos imediatos o protesto contra o Estatuto do
Trabalho Nacional e Organização dos Sindicatos Nacionais e o derrube do regime
salazarista.
Pelas
mais diversas razões, a greve fracassou e seguiu-se um período de repressão,
com a desarticulação de grande parte das organizações, a prisão de centenas de
militantes, alguns dos quais foram deportados, tendo alguns deles morrido posteriormente
no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.
Entre
os deportados que faleceram, em Cabo Verde, encontrava-se Mário dos Santos
Castelhano, na altura coordenador da CGT e um dos principais organizadores da
greve geral, que havia sido preso três dias antes, resultado de denúncia cujo
autor nunca foi identificado.
Em
Outubro de 1930, Mário Castelhano e outros catorze deportados chegaram à ilha
do Pico onde permaneceram algum tempo. Depois da saída do Pico, que emocionou
muitos dos seus habitantes, foi para a ilha da Madeira, onde voltou a
participar numa revolta que se iniciou a 4 de Abril de 1931 e que, a 8 de
Abril, se estendeu a algumas ilhas dos Açores.
Na
sequência dos acontecimentos de 18 de Janeiro de 1934, Mário Castelhano foi
condenado a 16 anos de degredo, tendo em Setembro de 1934 partido para a ilha
Terceira, onde esteve, na Fortaleza de São João Batista, até Outubro de 1936,
ano em que foi enviado para o Tarrafal, onde viria a morrer, a 12 de Outubro de
1940, aos 44 anos, vítima de deficiente alimentação e de falta de medicação
adequada por parte do médico Esmeraldo Pratas.
Sobre
a greve geral de 1934, a imprensa açoriana, durante alguns dias, foi
transcrevendo as notícias que iam sendo publicadas a nível nacional e as
declarações das entidades oficiais.
De
entre os jornais existentes, o Correio dos Açores distinguiu-se dos restantes,
tendo no dia a seguir, 19 de Janeiro, noticiado a “tentativa de greve geral
revolucionária, malograda devido às rápidas e enérgicas providências tomadas
pelo governo” que havia reunido durante toda a madrugada.
Ao
longo de vários dias, o jornal foi publicando notícias sobre a greve geral, até
que no dia 26 de Janeiro o Correio dos Açores dedicou toda a primeira página e
parte da segunda ao assunto.
Para
além de uma descrição pormenorizada do que se havia passado, tanto em Lisboa
como no resto do país, foram publicadas declarações do Ministro da Guerra e do
Ministro do Interior. Este afirmou que “os acontecimentos … não podem
considerar-se um movimento organizado com uma finalidade definida, mas apenas
um propósito firme e averiguado de alterar a ordem e criar em todo o país um
ambiente terrorista…”
No
mesmo número do jornal mencionado, são publicadas informações prestadas pela
PVDE, segundo as quais, a maioria dos implicados eram “rapazes novos” que se
consideravam comunistas e raros eram os que se declaravam anarco-sindicalistas.
Não
foi possível, até agora, apurarmos a participação de açorianos na greve geral,
o que se sabe é que a grande maioria dos condenados na sequência do 18 de
Janeiro foram enviados para o Depósito de Deportados de Angra do Heroísmo, que
havia entrado em funcionamento em Novembro de 1933.
Teófilo
Braga
(Correio
dos Açores, nº 3027, 26 de Fevereiro de 2014)
1 comentário:
FLUXOGRAMA DAS METAS DOS 14 SISTEMA:
SISTEMAS E METAS
S. 01 FAMÍLIA
* GERAÇÃO
S. 02 SAÚDE * SANIDADE
S. 03 MANUTENÇÃO * SUBSISTÊNCIA
S. 04 LEALDADE * AMOR
S. 05 LAZER * ALEGRIA
S. 06 VIÁRIO *COMUNICAÇÃO
S. 07 EDUCAÇÃO *SABEDORIA
S. 08 PATRIMÔNIO * DOTAÇÃO
S. 09 PRODUÇÃO *RECRIAÇÃO
S. 10 RELIGIÃO *DIVINDADE
S. 11 SEGURANÇA * PROTEÇÃO
S. 12 ORGANIZAÇÃO *GOVERNO
S. 13 LEIS *JUSTIÇA
S. 14 PRECEDÊNCIA * PRESTÍGIO
A
ORGANIZAÇÃO DO HOMEM NA SOCIEDADE ; PESSOAL , GRUPO , COMUNITÁRIO E
SOCIEDADE... SOB OS 14 SISTEMAS E METAS SOCIAIS DISCORRA APONTAMENTOS
EM CADA SISTEMA E ATINJA AS METAS, ELABORE PROJETOS.......->
Profª***Valburga KÜEHLKAMP Ped.PsiClí Institu
VOCÊ QUER O QUE DESEJA????...ESCOLA MODELO?
18 de dezembro de 2013 23:38
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