A Lagoa do Congro de A a Z
Nos
próximos tempos a Lagoa do Congro vai ser alvo da visita de muitas pessoas,
quer individualmente, quer integradas em grupos. Para eles, e não só,
elaboramos um esboço de “glossário” que poderá ajudar a compreender melhor o
local ou servir de pista para quem quiser aprofundar as suas pesquisas.
Amigos dos Açores
- Em 1997 editaram o livro Lagoas e Lagoeiros da Ilha de São Miguel onde, entre
outras foram descritas as lagoas do Congro, Nenúfares e Areeiro.
No
ano 2000, os Amigos dos Açores apresentaram ao Governo Regional dos Açores uma
“Proposta de Classificação das Lagoas do Congro e dos Nenúfares como Área
Protegida”.
Em
2010, editaram a brochura “Lagoas do Congro e dos Nenúfares- Proposta de
recuperação e gestão da cratera”, que pretendia ser uma “ideia base a
desenvolver em plano de pormenor” com o objetivo de “recuperar o património
“perdido” e restituir ao local parte do seu antigo esplendor”.
Anfíbios- Na
lagoa ou na área envolvente existem duas espécies: a rã (Rana perezi) e o tritão de crista (Triturus cristatus carnifex).
Aves-
Na zona envolvente à Lagoa do Congro é possível encontrar diversas espécies, de
que se destacam: a estrelinha (Regulus
regulus azoricus), o tentilhão (Frigilla
coelebs moreletti), o melro negro (Turdus
merula azorensis), o pombo torcaz (Columba
palumbus azorica), a alvéola (Mottacila
cinerea patriciae) e o milhafre (Buteo
buteo rothschildi). Além destas, é possível encontrar diversas aves migratória,
sendo a mais observada a garça-real ou cinzenta (Ardea cinerea).
Designação
– Está relacionada com o cognome do seu proprietário André Gonçalves Sampaio
que era homem de muitas posses. Gaspar Frutuoso explica da seguinte forma:
“…por em seu tempo ser o mais rico homem da terra, como dizem ser o congro,
entre os peixes que se comem, o maior peixe do mar”.
Governo Regional dos Açores
– Em 2007, a cratera das lagoas do Congro e dos Nenúfares foi classificada como
“área protegida para a gestão de habitats ou espécies (Decreto Legislativo nº
15/06/2007) e no ano seguinte, em 2008, parte da bacia hidrográfica foi
adquirida pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.
Idade
– A cratera terá sido formada há cerca de 3 900 anos.
José do Canto (1820- 1898)
– Mandou plantar nos terrenos circundantes matas de criptomérias, pinheiros,
eucaliptos e acácias bem como ajardinou a parte de sul da propriedade e
construiu uma casa de campo.
Localização - Nas
freguesias de Ponta Garça e de Ribeira das Tainhas, concelho de Vila Franca do
Campo.
Maar –
A lagoa está implantada numa cratera de explosão do tipo maar. As explosões que
deram origem há cratera foram “freatomagmáticas, em que houve contato do magma
em ascensão, com níveis freáticos existentes nas formações sobrejacentes”
Mamíferos –
são possível encontrar diversas espécies de ratos (Rattus sp.), coelhos (Oryctolagus
cuniculus), morcegos (Nyctalus
azoreum) e esporadicamente furões (Mustela
furo).
Peixes
– Têm variado ao longo dos tempos. Atualmente é possível encontrar a carpa (Cyprinus sp.) e a perca (Perca fluviatilis).
Plantas nativas/endémicas
– Não são muito abundantes, mas é possível encontrar o louro (Laurus azorica),
o cedro do mato (Juniperus brevifolia), a Lysimachia azorica, a uva-da-serra
(Vaccinium cylindraceum), o azevinho (Ilex azorica), etc.
Plantas introduzidas
– São muitas com destaque para criptomérias (Cryptomeria japónica), hortênsias (Hydrangea
macrophylla), azáleas
(Rhodondendron indicum), eucaliptos (Eucalyptus globulus), incensos (Pittosporum undulatum) e conteiras (Hedychium gardneranum). De entre as introduzidas destaca-se pela
abundância e pelo porte, o til, espécie endémica da Madeira.
Plantas invasoras
– Para além da conteira, da silva (Rubus
ulmifolius), do incenso, ultimamente a área envolvente à Lagoa está a ser
invadida pela madressilva-dos- Himalaias (Leycesteria
formosa).
Tradições
– Era tradição, em Vila Franca do Campo, festejar o dia de São João, 24 de
junho, na Lagoa do Congro. Numa altura em que é crescente a busca pelos espaços
verdes faria todo o sentido retomar esta saudável tradição.
Teófilo
Braga
(Correio
dos Açores, nº 30301, 19 de Março de 2014, p.14)
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