quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Um perigoso leitor de jornais


Um perigoso leitor de jornais

Ontem, 14 de fevereiro, pela primeira vez, depois de ter lido “os Subterrâneos da Liberdade”, de Jorge Amado, li o romance “Um perigoso leitor de jornais”, de Carlos Tomé, de um só folego, isto é, li-o numa tarde, sem fazer qualquer pausa.

Embora se trate de um romance, o livro de Carlos Tomé, editado pela Artes e Letras, de Ponta Delgada, relata a vida durante a ditadura do Estado Novo, liderada pelo sinistro António de Oliveira Salazar e implementada pelos seus capangas em todo o país.

Carlos Tomé, no seu muito bem conseguido escrito relata a vida humilde de um seu familiar, dá a conhecer a inexistência de liberdade de expressão, o medo em que se vivia, a prepotência da polícia política, a parcialidade dos tribunais, a arbitrariedade dos chefes e do pessoal menor nas prisões políticas e a malvadez do regime que também castigava injustamente as crianças inocentes, filhas dos prisioneiros.

Não querendo desvendar a história, apenas menciono que no romance há a referência a um vila-franquense que foi preso por ter feito “a apologia das democracias, mostrando-se desafeto à Situação Política Actual” e por ter “feito intercâmbio de jornais de doutrina subversiva”.

Recomenda-se a leitura.

15 de fevereiro de 2018
Teófilo Braga

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