MEMÓRIA HISTÓRICA A PRESERVAR
A denominada esquerda revolucionária, que desempenhou em Portugal um papel importante nos anos de 1960-70, constituiu um fenómeno comum a nível global, designadamente na Europa e na América Latina, fruto do dissídio sino-soviético, da experiência cubana, da Revolução Cultural Chinesa, da rebelião planetária da juventude em 1968 e da crescente afirmação do Terceiro Mundo.
Em Portugal, essa dinâmica internacional cruzou-se com a eternização da guerra colonial e do regime de Salazar-Caetano. A sua expressão plural em cerca de duas dezenas de grupos e movimentos foi particularmente intensa na denúncia do colonialismo e na oposição à guerra colonial, sendo incontestável o seu contributo, nos últimos anos do regime da ditadura, para erosão da ditadura, na solidariedade com os movimentos de libertação das colónias.
Com o 25 de Abril, cujo cinquentenário se comemora em breve, contribuiu para o fim da guerra colonial e para o subsequente processo de descolonização. No processo revolucionário que se seguiu, a sua presença foi incontornável nas movimentações de massas, nas fábricas, nos bairros e quartéis e na paisagem política. Coube à esquerda revolucionária portuguesa a única representação parlamentar no quadro da Europa capitalista. Mesmo encerrado o processo revolucionário de 1974-75 1974-74, nos anos subsequentes, a sua presença manteve-se, só vindo a declinar após a queda do Muro de Berlim.
Os historiadores e outros cientistas sociais necessitam de documentos para poder estudar o passado. Nos arquivos nacionais encontra-se atualmente apenas uma pequena parte do património documental destes partidos e movimentos, que, em benefício da memória colectiva futura, é preciso preservar.
Apelamos aos particulares, antigos dirigentes e militantes que disponham ainda de documentação dessas organizações a que pertenceram que a depositem ou doem ao Centro de Documentação 25 de Abril, instituição pública idónea, prestigiada e com provas dadas na salvaguarda dos materiais de memória, para que sejam disponibilizados à consulta pela comunidade científica e por todos os interessados, evitando assim que se perca tão frágil acervo nas imprevisíveis circunstâncias do desenrolar do tempo.
Este é o apelo que fazemos, enquanto estudiosos dos temas da esquerda revolucionária, antigos dirigentes e militantes de organizações dessa área política.
SUBSCRITORES
Albérico Afonso Costa
Alcídio Torres
Amélia Resende
Ana Barradas
Ana Gomes
Ana Sofia Ferreira
António Louçã
Carlos Marques
Carlos Maurício
Constantino Piçarra
Domicília Costa
Fernando Rosas
João Madeira
José Alves
José Manuel Lopes Cordeiro
José Neves
Hugo Castro
Manuela Tavares
Manuel Monteiro
Manuel Raposo
Manuel Rodrigues
Marcelo Novello
Mário Tomé
Miguel Cardina
Miguel Perez
Pamela Cabreira
Pedro Caldeira Rodrigues
Ricardo Andrade
Ricardo Cabral Fernandes
Rui Bebiano
Rui Jacinto
Saul Nunes
Teófilo Braga
Virgínia Baptista
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