terça-feira, 23 de abril de 2024
Uma flor revolucionária, o cravo vermelho
Uma flor revolucionária, o cravo vermelho
O cravo vermelho foi, sobretudo para as mulheres progressistas, o símbolo da igualdade, sendo por elas usado em várias manifestações públicas.
Neste texto, damos a conhcer a sua utilização por quatro mulheres que perfilharam ideais socialistas, embora de diferentes correntes.
A revolucionária francesa Louise Michel (1830-1905) foi professora, poetisa e escritora e uma das principais militantes da Comuna de Paris. Mulher corajosa, durante o movimento que levou ao poder os proletários franceses fez um pouco de tudo, desde enfermeira e condutora de ambulâncias até comandante de um batalhão feminino.
Com a derrota da Comuna (1871), vários dos participantes foram perseguidos e mortos., um deles foi o revolucionário blanquista Théophile Ferré (1846-1871) que acabou por ser condenado à morte e executado.
Em sua memória, Louise Michel escreveu o seguinte poema:
Os cravos rubros
Quando ao negro cemitério eu for,
Irmão, coloque sobre sua irmã,
Como uma última esperança,
Alguns 'cravos' rubros em flor.
Do Império nos últimos dias
Quando as pessoas acordavam,
Seus sorrisos eram rubros cravos
Nos dizendo que tudo renasceria.
Hoje, florescerão nas sombras
de negras e tristes prisões.
Vão e desabrochem junto ao preso sombrio
E lhe diga o quanto sinceramente o amamos.
Digam que, pelo tempo que é rápido,
Tudo pertence ao que está por vir
Que o dominador vil e pálido
Também pode morrer como o dominado
O cravo vermelho está também associado à revolucionária polaca Rosa Luxemburgo (1871-1919).
Rosa Luxemburgo, filosofa, economista, feminista e militante comunista, foi uma botânica dedicada, possuiu um genuíno interesse pela literatura, pela música e pela geologia, pintou com pormenor flores e paisagens e demonstrou um amor profundo pela natureza.
Após o seu assassinato, a 15 de janeiro de 1919, em Berlim, na Alemanha, a mando dos seus antigos camaradas social-democratas, todos os anos são colocados milhares de cravos vermelhos na sua campa no aniversário do seu assassinato e do seu nascimento, a 5 de março.
Alexandra Kollontai (1872-1952) foi uma revolucionária russa, membro do partido bolchevique, teórica do feminismo marxista.
Na sua militância em defesa dos direitos das mulheres, Alexandra Kollontai, em 1908, no Congresso das Mulheres de toda a Rússia, organizou um “grupo de mulheres trabalhadoras, todas com cravos vermelhos nos seus vestidos baratos, para defenderem reformas sociais” e não apenas o voto feminino.
O cravo vermelho também está associado a Clara Zetkin (1857-1933), uma professora, jornalista e política marxista alemã.
Clara Zetkin, foi quem, com Alexandra Kollontai, propôs a criação de um dia anual dedicado à celebração da luta das mulheres pela igualdade de direitos, entre os quais o voto feminino. Tal ocorreu, em 1910, em Copenhaga, na Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, onde ela subiu ao pódio com um cravo vermelho na mão.
Fontes:
https://www.marxists.org/history/france/paris-commune/michel-louise/1872/red-carnations.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Louise_Michel
https://www.rosalux.de/en/news/id/51751/rosa-luxemburgs-red-ecology
https://isj.org.uk/how-working-class-women-won-the-vote/
https://soviet-art.ru/red-carnation-revolutionary-flower/a-girl-with-carnation-flowers-usual-attribute-on-great-october-revolution-day-and-demonstration-of-7-november/
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