segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Virusaperiódico (122)

 


Virusaperiódico (122)

 

Depois de um sábado em que o mau tempo me impediu de ir trabalhar na terra, em Vila Franca do Campo, comecei o domingo, dia 24 de agosto, a ler vários documentos dos arquivos da PIDE. Num deles há referência a Ernâni Pinto Basto. Não conhecendo nada da sua biografia fui pesquisar e encontrei um texto da sua autoria. Quase a terminar, li uma pérola sobre a antiga anarquista (?) que foi ministra da educação de um governo dito socialista, Maria de Lurdes Rodrigues. Segundo ele, a “Milu” estava para os professores como a filoxera para as videiras.

 

Raramente me alimento de poesia, mas algumas vezes vale a pena, como esta de Almeida Firmino:

 

Nós, na ilha

 

Falta-nos a terra,

Falta-nos o mar.

Falta-nos a voz

Com que protestar.

 

Sequestrados vamos

Adiando a viagem.

Nós, na ilha, ficamos

A ceifar coragem.

 

Grande parte do domingo foi passada a ler a biografia de Tolstói. A dado passo o autor menciona o grupo religioso “Dukhobors” que era pacifista e foi perseguido na Rússia. Meu pai que foi emigrante no Canadá durante 10 anos, a eles se referia, pois muitos dos seus membros foram bem acolhidos naquele país.

 

O livro dá conhecer o pensamento de Lenine, o chefe da Revolução Soviética sobre as ideias e práticas de Tolstoi e seus seguidores: “Um tolstoiano é um desses choramingas esgotado e histérico a quem chamam o intelectual russo, e que batendo no peito publicamente, exclama: “Sou mau, sou nojento, mas ocupo-me do aperfeiçoamento moral, não como carne e alimento-me de bolinhas de arroz”.

 

24 de agosto de 2025

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