Virusaperiódico (122)
Depois de um sábado em que o mau tempo me impediu de ir trabalhar na
terra, em Vila Franca do Campo, comecei o domingo, dia 24 de agosto, a ler
vários documentos dos arquivos da PIDE. Num deles há referência a Ernâni Pinto
Basto. Não conhecendo nada da sua biografia fui pesquisar e encontrei um texto
da sua autoria. Quase a terminar, li uma pérola sobre a antiga anarquista (?)
que foi ministra da educação de um governo dito socialista, Maria de Lurdes
Rodrigues. Segundo ele, a “Milu” estava para os professores como a filoxera
para as videiras.
Raramente me alimento de poesia, mas algumas vezes vale a pena, como
esta de Almeida Firmino:
Nós, na ilha
Falta-nos a terra,
Falta-nos o mar.
Falta-nos a voz
Com que protestar.
Sequestrados vamos
Adiando a viagem.
Nós, na ilha, ficamos
A ceifar coragem.
Grande parte do domingo foi passada a ler a biografia de Tolstói. A dado
passo o autor menciona o grupo religioso “Dukhobors” que era pacifista e foi perseguido na Rússia. Meu pai que foi emigrante no
Canadá durante 10 anos, a eles se referia, pois muitos dos seus membros foram
bem acolhidos naquele país.
O livro dá conhecer o pensamento
de Lenine, o chefe da Revolução Soviética sobre as ideias e práticas de Tolstoi
e seus seguidores: “Um tolstoiano é um desses choramingas esgotado e histérico
a quem chamam o intelectual russo, e que batendo no peito publicamente,
exclama: “Sou mau, sou nojento, mas ocupo-me do aperfeiçoamento moral, não como
carne e alimento-me de bolinhas de arroz”.
24 de agosto de 2025
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