sábado, 18 de agosto de 2012

Roteiro Ecocultural de São Roque


Açoriano Oriental, 17 de Agosto de 2012

Texto da Apresentação do roteiro Eco cultural de Rosto do Cão - São Roque, de Miguel Fontes Cabral

Não venho, aqui, fazer perder o vosso tempo a ouvir-me falar sobre um roteiro pedestre numa freguesia, São Roque, que muitos dos presentes, como o senhor presidente da Junta de Freguesia, Gilberto Rodrigues, meu conterrâneo de Vila Franca do Campo, ou o próprio Miguel Fontes, autor do roteiro, conhecem melhor do que eu.

Também não vou fazer uma análise ao seu conteúdo, texto ou ilustrações, pois considero que este roteiro não é, nem deve ser, um cais de chegada mas sim um ponto de apoio para despertar futuras investigações sobre o património cultural e natural da freguesia de São Roque.

Também considero que este ou qualquer outro roteiro não é para ser lido no sofá à lareira, no inverno, ou na esplanada no verão. Abro aqui um parêntese para afirmar que nada tenho contra a leitura, nas situações descritas anteriormente, que sou um leitor compulsivo e para declarar que subscrevo o seguinte pensamento do poeta e filósofo norte-americano Henry David Thoreau: “Quantos homens têm datado o início de uma nova era das suas vidas a partir da leitura de um livro”.

Mas o que fazer com um roteiro e com este em especial?

Ler não chega. O mais é importante é socorrendo-se da proposta de trajeto apresentada, fazer o percurso, parar em cada posto, ler as descrições constantes nos roteiros e, eventualmente, descobrir pormenores que escaparam ao autor ou que este, voluntariamente, optou por não mencionar.

O já citado Thoreau dizia no seu livro “A arte de caminhar” que não conseguia preservar a sua saúde e o seu espírito se não passasse quatro horas por dia a caminhar e estranhava o facto de em algumas profissões existirem pessoas que passavam todo o dia “sentados de pernas cruzadas – como se as pernas fossem feitas para nos sentarmos sobre elas e não estarmos de pé ou caminharmos sobre elas.

Para além da utilidade em termos de saúde já mencionada, o caminhar com sentido é de vital importância em termos de transmissão de conhecimentos. Assim, como é por demais sabido, sobretudo para os mais novos, é mais motivadora uma imagem do que  mil palavras escritas.

Espero que este roteiro escrito, pelo Miguel Fontes, para além da sua importância para dar a conhecer São Roque a quem nos visita seja um contributo para despertar os mais novos para a necessidade de melhor conhecerem a sua terra e o seu património e para motivá-los para colaborar na sua conservação.

Termino, felicitando o Miguel pela iniciativa e dando os meus parabéns à Junta de Freguesia por ter patrocinado este projeto de carácter cultural numa altura em que o que mais se vê por aí, mesmo em momento de sufoco financeiro, são apoios a projetos de interesse no mínimo duvidosos.

Como sei que o Miguel não é pessoa para ficar parado de braços cruzados, fico à espera da sua próxima iniciativa/projeto.

São Roque, 14 de Agosto de 2012

Teófilo Braga

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