Alice Moderno e o Hino das Sociedades Protetoras dos Animais
No dia 11 de abril de 1915, Alice Moderno publicou, no seu jornal “A Folha”, o Hino das Sociedades Protetoras dos Animais.
A letra é do jornalista Alberto Bessa (1861-1930) e a música da autoria de Thomaz de Lima (1887-1950). Alberto Bessa foi escritor e jornalista e António Thomaz de Lima foi violinista, compositor, maestro e professor no Conservatório Nacional de Lisboa, tendo residido em São Miguel, onde nasceu o seu filho Eurico Thomaz de Lima, na cidade de Ponta Delgada, em 1908.
Embora, hoje, o entendimento que se tem do “papel” dos animais no mundo seja bastante diferente do que havia no início do século XX, a letra do hino é clara ao afirmar que devemos amar e proteger todos os seres vivos, como se pode concluir através da leitura dos dois últimos versos:
“Sejamos todos bons para tudo o que é vivente:
- Árvore ou animal, insetos ou passarinho.”
Hino das Associações Protetoras dos Animais
Se o homem foi fadado o rei da criação,
E à frente dos mais seres a natureza o pôs,
É seu dever prestar aos outros proteção,
Sem ter jamais direito a ser o seu algoz.
Um povo civilizado
Só é o que souber
A tudo o que é criado
Amar e proteger
No mundo os animais são nossos companheiros,
E embora a natureza os fizesse inferiores,
É certo que lhes deu afetos verdadeiros,
Tornando muitos deles em nossos servidores.
Um povo civilizado
Só é o que souber
A tudo o que é criado
Amar e proteger
Devemos todos, pois, tratá-los com piedade,
Que há uma só justiça, com uma só razão,
Ambas a condenar toda a barbaridade,
Ambas a reclamar para eles compaixão.
Ser bom é uma virtude augusta e resplandecente,
Da qual cumpre seguir o largo e bom caminho,
Sejamos todos bons para tudo o que é vivente:
-Árvores ou animal, inseto ou passarinho.
Pico da Pedra, 4 de dezembro de 2022
Teófilo Braga
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