quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Osvaldo Pacheco e os animais


Osvaldo Pacheco e os animais

Em Outubro de 1980, por razões profissionais, fui viver para ilha Terceira onde permaneci três anos letivos. Foi em Angra do Heroísmo que dei os primeiros passos na minha já longa caminhada em defesa do ambiente e da vida, tendo conhecido várias pessoas que também se interessavam pelo assunto, sendo uma delas chamada Osvaldo Pacheco.

Não me lembro quem indicou o seu nome como pessoa preocupada com as questões ambientais e com a defesa dos animais, mas sempre me interroguei como era que uma pessoa que trabalhava numa ourivesaria se interessava tanto pela biologia, possuindo uma biblioteca invejável sobre aquela ciência e sobre a história natural.

Osvaldo Pacheco lia muito, como por exemplo, tudo o que encontrava sobre a vida e a obra de Charles Darwin (1809-1882), as obras do biólogo francês Jean Rostand (1894-1977) e, entre outros, o famoso livro do americano James Watson, “A Dupla Hélice”.

Além destes, Osvaldo Pacheco, que tem pequenos textos, dedicados “à defesa dos Direitos dos Animais”, publicados em diversos jornais dos Açores, também, leu o filósofo australiano Peter Singer que, segundo ele, é autor de “uma obra que é considerada a “Bíblia” da defesa dos Direitos do Animal”.

Osvaldo Pacheco também deu o seu contributo a associações de que destaco os Amigos dos Açores, tendo sido seu associado e colaborado no boletim “Vidália”, nº 3, de maio/agosto de 1990, com um texto intitulado “História Natural, nos Açores, Hoje”, onde referiu o nome dos principais naturalistas dos Açores e a dado passo escreveu que Konrad Lorenz defendeu “que uma das maneiras dos jovens não caírem no vazio, em face da vida, é dedicarem-se ao estudo da Natureza”

Sobre a sua preocupação com os animais, Osvaldo Pacheco, numa pequena brochura que redigiu em Coimbra, em 1996, para onde foi estudar Filosofia, intitulada “A Minha Prosa”, dedicada a Alice Moderno, escreveu: “Pessoalmente sempre me preocupei com os animais. Estou inteiramente de acordo com Konrad Lorenz, quando escreveu que não há bons biólogos sem a capacidade de se emocionarem com os seres vivos”.

Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31299, 8 de agosto de 2017, p. 13)

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