A Propósito de Chernobyl: Energia Nuclear? Sim, muito obrigado!
«As modernas
centrais eléctricas atómicas soviéticas são as mais inofensivas do ponto de
vista ecológico: o problema da defesa contra a radiação, na U.R.S.S., já foi
resolvido. (…) Observações feitas ao longo de muitos anos têm evidenciado que
as centrais eléctricas atómicas não alteram praticamente o estado radioactivo
do meio ambiente. Graças aos sistemas de protecção de várias etapas, mesmo no
caso de um desastre na central, não haverá fuga de radiações». Nikolai Tikhonov
(chefe do Governo Soviético, 1983).
Muitos são os
livros publicados por fanáticos, que se dizem ecologistas, a combater a
utilização, de energia nuclear, mesmo para fins pacíficos. Esta não é,
concerteza, a minha opinião. Acho que a utilização da energia nuclear, quer
para fins pacíficos quer para bélicos contribui, como veremos, para o progresso
científico e cultural da nossa civilização.
Em virtude de,
ainda, estarmos em cima dos acontecimentos não nos referiremos ao que se passou
na União Soviética. Confiamos, aliás, na sinceridade e abertura dos dirigentes
soviéticos quanto a um futuro esclarecimento do sucedido. Basta recordarmos a
rapidez com que o chamado acidente foi divulgado.
Com base no
livro «A Nuclearização do Mundo», editado pela Antígona, tentaremos esmagar, de
uma vez para sempre (e de que maneira !), alguns dos estafados argumentos
contra o nuclear.
Um dos
argumentos contra o nuclear, consiste em afirmar que as centrais nucleares
correm o risco de sofrerem acidentes de consequências bastante nefastas e como
exemplo é apontado o que ocorreu em Three Miles Island.
Quanto a nós não se tratou de acidente mas, sim, de uma pequena falha resultante
de um defeito anatómico comum, aliás, no homem da sociedade prénuclear que os
malditos ecologistas pretendem perpetuar.
Assim, «segundo
um dos peritos desta infalível comissão (Comissão de Regulamentação Nuclear), a
enfiada de erros humanos que nesse 28 de Março de 1979 perturbou
inoportunamente a central, esse desastroso encadeamento de circunstâncias teve
por origem a proeminente pança de um dos operadores da central, cujo
exorbitante volume ocultou desgraçadamente os mostradores do controle que, se
tivessem estado no seu campo de visão teriam indicado a esse operador o
disfuncionamento que lhe pertencia remediar. Não duvidemos que, munidos destas
informações, os especialistas não se empenhem doravante a calcular os índices
de tolerância nuclear em matéria de curva abdominal, a fim de determinar o
perfil ideal do operador nuclear, e seu regime alimentar esperando poder
modelar directamente, com a ajuda dos seus colegas geneticistas, a morfologia
do HOMO NUCLEARES perfeito…».
Os ecologistas,
cambada de ignorantes, ao defenderem que a energia nuclear é poluente mais não
fazem do que poluir as mentes dos mais desprevenidos. Aos seus apelos não
devemos dar nenhum crédito. A nossa estima e apoio devem cair em pessoas
honestas e suficientemente cultas como o é, por exemplo, o lente Vladimir Kiriline,
Presidente do Comité de Estado para a Ciência e Técnica e Vice-Presidente do Conselho
de Ministros da União Soviética (não sei seja foi substituído), que afirmou: «A
energia nuclear parece-nos a melhor reposta para a protecção do meio ambiente».
Igual consideração nos merece o então primeiro-ministro de França, Raymond
Barre, que declarou: «O que é preciso é familiarizar o público com a
radioactividade» ou então um perito, cujo nome desconhecemos, que a propósito
de mariscos pescados nas proximidades de fugas radioactivas de La Hague declarou que estava
disposto a comê-los durante um ano.
Ainda há quem
não acredite nesses homens?!
Ficaríamos com
um pequeno excerto do já referido livro que, por si, desmarcará não só os
ecologistas como também os chamados pacifistas: «Não possuímos nós doravante,
graças ao aperfeiçoamento dessas mesmas técnicas, armas chamadas «bombas de
neutrões» cuja delicadeza na protecção do meio ambiente chega a deixar tudo
intacto, tocante solicitude que ousarei qualificar de ecologia no melhor
sentido do termo? Deste modo, se por um motivo extraordinário se produzisse uma
guerra antes que a nuclearização do mundo a tivesse tornado impossível – porque
absolutamente inútil, como veremos mais adiante – não apresentaria em todo o
caso nenhum dos traços o seu tanto chocantes, que apresentaram as guerras do
passado. Mais uma vez, a acção militar se apresenta como uma antevisão
promissora de progresso, destinada a servir a vida civil; pois é uma das evidentes
superioridades da energia nuclear sobre as que precederam, a ser mesmo quando
modifique em profundidade a natureza das coisas, eminentemente respeitadora das
aparências: nada é mais discreta que uma radiação».
Para nós,
açorianos, com tantos desafios para vencer e numa «época em que se caminha para
a automização integral, é necessário que os homens se aproximem cada vez mais
da eficácia das máquinas», não será o peixe radioactivo um «excelente óleo
lubrificante dos «robots» humanizados e dos homens robotizados»?
(Publicado
no jornal “Correio dos Açores”, de 8 de
Junho de 1986)
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