quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Nogão

 



Nogão

 

O nogão ou nogueira-preta (Juglans nigra L.) é uma árvore da família Juglandaceae oriunda do este da América do Norte.

 

De acordo com Saraiva (2020), o termo Juglans deriva de jovis glans – noz de Júpiter e o nigra, negra deve-se à cor da casca e dos frutos. O nigra, segundo um texto publicado no jornal “Agricultor Michaelense”, nº 23, de novembro de 1849, “vem-lhe de que o cerne de cor violeta, se torna preto, exposto ao ar.”

 

O nogão é uma árvore de folha caduca, de tronco cinzento perfurado que pode atingir uma altura de 15 metros e possui uma longevidade próxima dos 75 anos. As suas folhas são grandes e compostas, podendo atingir 60 cm de comprimento, sendo os folíolos de margens serradas e de cor verde baça. Cada árvore possui flores dos dois sexos, sendo as masculinas de cor verde, sendo o período de floração nos meses de abril, maio e junho. Os frutos são globosos, com um diâmetro de 4 a 5 cm.

 

O nogão foi introduzido em Inglaterra em 1629 e daí terá passado para outros países, como Portugal.

 

À nossa ilha, tudo leva a crer que terá sido introduzido em 1849, como se pode depreender do texto já mencionado publicado no órgão da Sociedade Promotora da Agricultura Michaelense:

 

“Apenas tem decorrido alguns mezes depois que possuímos em S. Miguel uma destas plantas; a sua vegetação ressentiu-se da viagem: na futura primavera informaremos os nossos leitores do seu andamento: mas bom seria que outros experimentassem a sua cultura, porque ensaios desacompanhados não dão resultado em que ninguém se fie.”

 

Sobre os usos do nogão, ainda no texto que vimos citando pode-se ler o seguinte:

 

“A madeira é rigissima, não racha, pule-se bem, e não é atacada de bicho algum. Fazem-se d’ ella forro para cazas, excelentes cubos para rodas; nos tapumes das terras fincam ás vezes estacas desta madeira, que duram mais de 25 annos sem apodrecer:  e em toda a architectura civil e naval d’ella fazem grande uso. É co, a casca verde das nozes que esta nogueira produz, que se tingem estofos de lan.”

 

Para além do mencionado, regista-se que as nozes são comestíveis e também são usadas para a extração de um óleo.

 

Embora pouco usado entre nós, o nogão pode ser utilizado como planta ornamental.

 

Em Portugal continental há alguns exemplares notáveis, nomeadamente na cidade do Porto, nos arruamentos da cidade universitária, e em Ponte de Lima, no Parque da Lapa (Saraiva, 2020).

 

Na ilha da Madeira, pode-se encontrar o nogão em vários jardins, como a Quinta do Palheiro Ferreiro, a Quinta Monte Palace, a Quinta do Santo da Serra e o Campo de Educação Ambiental do Santo da Serra, este propriedade e gerido pela Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal (Quintal, 2022).

 

Na ilha de São Miguel, pode-se observar alguns exemplares, nas Furnas, no Parque Terra Nostra, e na Mata-Jardim José do Canto e na freguesia da Fajã de Cima, concelho de Ponta Delgada, no Pinhal da Paz.

 

7 de novembro de 2024

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