Virusaperiódico (151)
Depois de um curto interregno, devido às
festas, onde aliada à solidariedade e amizade, abunda e destaca-se a
hipocrisia., voltei ao trabalho na terra porque o restante não meteu férias,
nem fez pausa.
Comecei o dia 27 de dezembro a ler uma nota no
Diário dos Açores sobre a vanguarda dos Açores na produção de eletricidade a
partir da queima de resíduos. Uma vergonha de jornalismo, que nem uma
referência fez ao facto de ser a forma de produzir energia que mais contribui
para o agravamento do efeito de estufa. Nem convém referir as dioxinas e demais
emissões. Ler jornais, pelos vistos é saber menos!
Neste último dia de trabalho de 2026, andei por
Vila Franca do Campo, onde foram plantadas várias espécies ornamentais, que
produzem flores apreciadas pelas abelhas. Também foram colocadas na terra
várias estacas de alfenheiro ou ligustro.
Fiquei com o dia estragado ao detetar o roubo
de uma laranjeira de 2 anos. Estou farto de ser filho de uma terra linda, Vila
Franca do Campo, mas muito mal frequentada. Diria, pejada de gente boa e de
muitos filhos-de-puta (atenção não é insulto a nenhuma mãe!).
No fim do dia, estive a ler mais umas páginas
de “O Antigo Regime e a Revolução”, de Diogo Freitas do Amaral, um homem de
direita que hoje seria considerado esquerdista por muitos do seu partido, por
outros tantos do PPD/PSD, isto para não falar numa direita extrema em que
muitos dos seus apoiantes ainda não descobriram que são fascistoides.
No domingo, dia 28, todos os meus planos de
visitar amigos e familiares falharam devido ao mau tempo. Para além de tarefas
domésticas passei o dia em pesquisas nos meus arquivos de jornais e revistas.
Fiquei a conhecer melhor o passado!
No dia 30, dediquei algum tempo ao
estudo das plantas existentes no jardim José do Canto e visitei uma pessoa
amiga que me ofereceu uma roseira (Rosa grandiflora). Li com agrado o
balanço que os Amigos dos Açores fizeram ao desempenho dos Açores em termos
ambientais: uma desgraça, onde as más decisões são tidas como pioneirismo. Aqui
fica um extrato:
“Findo
mais um ano, é altura de sintetizar o que de mais significativo sucedeu nos
Açores em matéria ambiental, bem como deixar reflexão do que poderia ser mais
importante para o ano vindouro.
Após décadas de contestação e avanços e recuos, foi
inaugurada a segunda incineradora dos Açores, na ilha de São Miguel.
Embora a central tenha uma capacidade instalada de menos
de metade da inicialmente projetada, e de ter sido instalada uma
subdimensionada unidade de tratamento mecânico e biológico, não deixa de ser um
investimento que o tempo demonstrará a sua desadequação à realidade insular,
bem como irá onerar o cidadão, sem qualquer benefício derivado da energia
elétrica produzida, a qual ousam classificar como uma energia renovável.
A primeira incineradora dos Açores, instalada em 2011 na
ilha Terceira, não revolucionou minimamente a realidade da gestão de resíduos
na ilha, ao nível da reciclagem. A ilha Terceira carece, urgentemente, da
instalação de uma unidade de tratamento mecânico e biológico.”
30 de dezembro de 2025

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