Capitão Manuel Cordeiro: de canada a rua, depois do sonho de ser avenida
Quando cheguei ao Pico da Pedra, nos primeiros anos da década de 80 do século passado, o alargamento e abertura da canada da Sabina já era um anseio dos habitantes da freguesia.
Mais ou menos por esta altura uma Junta de Freguesia, penso que presidida por Armindo Botelho, conseguiu obter um projeto para que o sonho fosse concretizado. Como no Pico da Pedra não há exceção para uma doença que é endémica de quase todas as terras, outra junta de freguesia de coloração diferente não achou que tal fosse prioridade e o projeto foi engavetado.
Muitos anos depois, com um novo projeto, o sonho concretizou-se e hoje estamos todos mais bem servidos. Mas, como não há bela sem senão, aqui vão alguns aspetos que consideramos menos positivos e que, nalguns casos, poderiam ser solucionados sem grandes custos.
Começamos pelo caso mais complicado que é a existência de uma longa lomba, junto à saída do campo de futebol, que constitui um perigo para a vida, sobretudo das crianças que frequentam aquela infraestrutura desportiva. Se na altura das obras a solução era muito fácil e não encarecia o projeto, hoje os custos são elevados e nunca uma junta de freguesia poderá arcar com os mesmos.
A segunda situação de facílima solução está relacionada com o pequeno espaço “ajardinado” que se localiza em frente ao campo de futebol.
Se felicitamos os promotores pela tentativa de arborizar com espécies nativas ou endémicas, não podemos nos calar face à ignorância ou descuido com que são tratadas as plantas, nomeadamente as faias e os paus-brancos.
A inexistência de caldeiras ou de qualquer proteção à volta das plantas fazem com que os fios da roçadoras mutilem os seus caules o que leva, mais cedo ou mais tarde à morte das mesmas, como já aconteceu com algumas e vai acontecer em breve com outras. A solução para o problema é muito fácil e passa pela criação de caldeiras ou pela proteção dos caules.
Relacionado ainda com a arborização da rua, verificamos que as plantas usadas na mesma, apesar de estarem plantadas há alguns anos não se têm desenvolvido como seria de esperar. Com sinceridade não sabemos o que está a falhar, bem como o que deverá ser feito para alterar a situação, a não ser esperar para ver o que acontece, mas não eternamente. Na altura da construção abordamos o encarregado das obras e chamamos a atenção para o facto de nos parecer que as caldeiras serem pequenas, a resposta que tivemos foi se forem pequenas mais tarde alguém vai mandar fazer maiores e é mais trabalho para a empresa.
Por último, uma referência ao ecoponto talvez mais utilizado do Pico da Pedra. Embora não tenhamos dados para tal afirmar, uma coisa é certa vemos pessoas de quase todas as ruas da freguesia a utilizá-lo, bem como trabalhadores de empresas, de outas localidades, que lá depositam sobretudo embalagens.
Para além da formação cívica da população que deve ser contínua, devia ser estudada a possibilidade de existir mais um contentor de lixo indiferenciado, pois o existente rapidamente enche, o que faz com que as pessoas passem a colocar resíduos no chão ou, pior do que isso, a depositá-lo nos outros contentores destinados a resíduos específicos, como o vidro, etc.
Pico da Pedra, 5 de janeiro de 2018
Teófilo Braga
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