segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Um Jardim Comestível


Um Jardim Comestível

O Jardim Botânico José do Canto, com a área de 5,8 hectares, embora não possua a riqueza existente no tempo do seu criador que inventariou cerca de 6 000 espécies, continua a ser um espaço de grande riqueza botânica com espécies de plantas dos quatro cantos do mundo.

Uma das curiosidades do Jardim, talvez menos conhecida, é a presença, na lista das suas espécies, de um conjunto de plantas produtoras de frutos comestíveis.

No texto de hoje, damos a conhecer algumas das plantas referidas, indicando alguns usos dos seus frutos.

Começamos pela bananeira-prata (Musa x paradisiaca) que é uma variedade de bananeira menos comum na ilha de São Miguel e que se distingue das outras por possuir uma maior altura e pelo sabor dos seus frutos.

O castanheiro (Castanea sativa), muito conhecido e apreciado pela sua madeira e pelos seus frutos, também está presente no jardim através de, entre outros, um bonito exemplar.

A anoneira (Annona cherimola), planta nativa da cordilheira dos Andes, cujos frutos para além de muito saborosos têm propriedades nutricionais e medicinais dignas de relevo.

No jardim, também, está presente a nespereira ou moniqueira (Eriobotrya japonica) cujos frutos são muito apreciados e usados em compotas e tartes.

O género Psidium está presente com duas espécies, cujos frutos são muito apreciados em São Miguel. Assim, temos a goiabeira (Psidium guajava) e o araçazeiro (Psidium cattleianum).

Outra planta presente no jardim é o tomateiro arbóreo ou tamarilho (Solanum betaceum) cujos frutos, também conhecidos em Vila Franca do Campo por mamonas, são muito nutritivos e pobres em calorias, sendo usados em compotas, geleias, saladas ou para fabrico de licores.

A pitangueira (Eugénia uniflora) mais rara na ilha de São Miguel e muito comum na Madeira é outa espécie que marca presença no jardim, podendo os seus frutos doces e perfumados ser comidos ao natural ou usados em licores, geleias ou sumos. A pitangueira é, também, muito usada como planta ornamental.

Outra planta muito usada como ornamental é a costela-de-adão (Monstera deliciosa) que poucas pessoas sabem que o seu fruto, para além de comestível, é muito saboroso, devendo ser consumido apenas quando está muito maduro, isto é quando a sua casca verde cai de forma natural.

Pouco conhecido entre nós é o jambeiro ou jambo-rosa (Syzygium jambos) cujos frutos sabem a rosas.

Mais raro, é o diospiros-americano (Diospyros virginiana), espécie nativa do este dos Estados Unidos da América. Os seus frutos, muito ricos em vitaminas, quando maduros são muito doces.

Outra planta existente no jardim é a guabiroba (Campomanesia reitziana) que é uma espécie originária do Brasil cujas flores são melíferas e os seus frutos muito deliciosos, desde que consumidos bem maduros.

A palmeira-da-geleia (Butia capitata), originária do Brasil, Uruguai e Argentina, produz uns frutos que no Brasil são usados para fazer sucos, geleias e licores.

Por último, também pode ser observada a mangueira (Magnifera indica), originária do sul e sudeste da Ásia, cujos frutos são muito ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes.


Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31591, 7 de agosto de 2018, p.19

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