terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Sonhar com touradas

 




Sonhar com touradas

 

“O hábito é a mais venérea de todas as doenças” (Oriana Fallaci)

 

No meio de uma pandemia que afeta toda a população embora com diferente intensidade, na ilha Terceira os adeptos da tortura de animais, sobretudo os das touradas de praça, não perdem uma oportunidade para as incentivar e programar.

 

Neste sentido, o coordenador das Sanjoaninas, no passado dia 8 de janeiro, no Diário Insular, anunciou que em Angra do Heroísmo, durante aquelas festas realizar-se-ão touradas de praça. Sabendo-se que a indústria tauromáquica tem como suporte a nobreza e os principais políticos locais tudo leva a crer que a tortura de animais vai ser tolerada mesmo em situação sanitária pouco favorável.

 

No mesmo jornal do dia 9 de janeiro, um deputado que é forcado e que se diz socialista escreve um texto a criticar o atual diretor regional da cultura porque no passado considerou a tourada um espetáculo sádico.

 

No seu texto o deputado, que recentemente foi despromovido de governante, teve a ousadia de voltar a afirmar a importância económica das touradas quando sabe que as mesmas só servem para transferir dinheiro dos aficionadas e dos nossos impostos para a minoria de ganadeiros e toureiros e afins e o descaramento de afirmar que a tortura de animais, a tourada, “é um dos mais relevantes patrimónios culturais e sociais das nossas ilhas”.

 

Pela nossa parte, continuaremos a denunciar as mentiras dos defensores da tortura animal e a lutar por um mundo mais solidário e mais justo para todos os seres vivos.

 

José da Agualva

11 de janeiro de 2021

(MATP- Boletim informativo, nº 68, janeiro de 2021)

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