quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Poema de Júlio Oliveira

 


Poema de Júlio Oliveira

 

ao Teófilo Soares Braga 

 

das vidas inominadas e dos apelidos sem nome 

reconduzes na candeia luminosa das ruas sem espaço 

o seu tempo no nosso tempo tão escasso 

de conter as pessoas sem tanto ou quanto renome 

na memória colectiva de uma terra 

sem margens expressivas para comendas  

sem justiça civil que nos mereça louvar 

senão pelo demérito de quem dá mérito 

que o repões com tanto brio na sua justiça de o julgar 

 

vila-franquense que tu também vida exemplar 

das vidas tantas que tu nomeaste 

dos exemplos máximos que tu louvaste  

trouxeste do céu as memórias de quem revelou 

ao mundo os dons que gratuitamente doou: 

e tu vila-franquense sem manchas nódoas nem feitios 

que sempre soubeste onde andavas 

sopras somenos os méritos pelos favores 

e trazes à baila tanto os fervores 

de quem se revelou digno das tuas palavras 

 

assim despeço-me de ti ó digna vida 

que de prometida a exemplar a remetida 

para a cápsula eterna dos que eternos 

na história desta terra de gente ilustre 

por mais que nos digam que tanto custe 

valer a pena contar a nossa história 

brindemos então à tua memória 

e façamos um banquete juntos ó açorianos 

aos acéfalos dos próximos anos! 

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