Com os
pés na terra (497)
As
plantas da Escola Secundária das Laranjeiras
A
Escola Secundária das Laranjeiras foi criada, pelo Decreto Regulamentar
Regional nº 6-A/86/A, para responder ao aumento progressivo da população
escolar e entrou em funcionamento no ano letivo 1986-87.
Com
espaços exteriores ajardinados e com uma horta que ocupa uma área com cerca de
dois alqueires, a Escola das Laranjeiras tem procurado tirar partido das
condições excecionais que possui para formar e informar a comunidade escolar
não só no que diz respeito às disciplinas mais ligadas à natureza, como a
ciências naturais, a biologia, as ciências agrárias e a jardinagem, mas também
para trabalhar valores como a responsabilidade, a cooperação e a autonomia,
podendo inspirar mudanças de comportamentos imprescindíveis para tornar a Terra
mais sustentável.
Ao
longo dos anos, muito trabalho tem sido feito, contudo mais recentemente os
docentes passaram a tirar mais partido dos espaços verdes, através da
implementação de um conjunto de ações em que as árvores e as demais plantas são
recursos imprescindíveis. Assim, este ano está a ser implementado no âmbito do
Clube de Hortofloricultura, do Projeto Eco Escolas e por algumas turmas, como
as A e B do 8º ano e H do 11º ano de escolaridade, no âmbito da disciplina de
Cidadania e Desenvolvimento, o projeto “Adote uma Árvore”
O
projeto “Adote uma árvore” tem como objetivos principais conhecer a importância
das árvores para os ecossistemas e para a vida na Terra e colaborar no esforço
de valorização dos espaços verdes da Escola. No âmbito deste projeto cada aluno
seleciona uma árvore, fotografa-a em diferentes épocas do ano, faz uma pesquisa
sobre a planta tendo em consideração os seguintes itens: designação científica,
nome ou nomes comuns, família, origem/distribuição geográfica, algumas
características do caule, das folhas, das flores e do frutos e utilização da
planta. Também poderá haver o envolvimento dos alunos na criação e limpeza da
caldeira da planta que escolheu.
Embora
a inventariação não esteja concluída, não considerando as plantas cultivadas na
Horta Pedagógica, o número de espécies vegetais existentes na Escola Secundária
das Laranjeiras ultrapassa as seis dezenas. Não contando com as herbáceas, até
ao momento já foram identificadas 35 árvores, 14 arbustos e 3 trepadeiras.
Com
origem nos vários continentes, a maioria das plantas da Escola Secundária das
Laranjeiras provém da Ásia (30%), da América (27%), da Oceânia (Austrália) (12%),
da África (4%) e dos Açores há 9 espécies, o que corresponde a cerca de 17 %.
Das
plantas dos Açores, estão presentes, o cedro-do-mato (Juniperus brevifolia), que outrora foi usado na construção
de igrejas, conventos e barcos, o folhado (Viburnum treleasse), cuja madeira era usada no fabrico de alfaias agrícolas, o pau branco
(Picconia azorica), usado na construção de carros, a ginjeira-do-mato
(Prunus azorica), o sanguinho (Frangula azorica) e o azevinho (Ilex
azorica), produtores de madeiras que eram usadas em obras de marcenaria, a
urze (Erica azorica) usada em tinturaria para a obtenção do verde e no
fabrico de vassouras, o louro (Laurus azorica), de cujas bagas se
extraiu um óleo que foi usado na iluminação e no tratamento de feridas do gado
e da sua madeira eram feitas charruas e cangas para as juntas de bois, e a faia
(Morella faya), usada, ainda hoje, em sebes.
No
que diz respeito às utilizações, as plantas presentes nos espaços exteriores da
Escola e na horta são, na sua maioria ornamentais, mas há cinco que são
cultivadas pelos seus frutos. São elas, a feijoa (Feijoa sellowiana), o
cafezeiro (Coffea sp.), a anoneira (Annona cherimola), a goiabeira (Psidium
guajava) e o abacateiro (Persea americana). Há três plantas que são
bonitas ornamentais, mas que apresentam frutos comestíveis e muito apreciados,
são elas o jambeiro (Syzygium jambos),
a palmeira da geleia (Butia capitata) e a costela-de-adão ou
banana-de-macaco (Monstera deliciosa).
No
que diz respeito às plantas ornamentais, quase todas plantadas em 1987,
destacamos pelo seu porte ou beleza das suas flores ou singularidade das suas
folhas as seguintes espécies: a magnólia (Magnolia grandiflora), a
América do Norte, o ginco (Ginkgo biloba), da Ásia oriental, a tipuana (Tipuana
tipu), da América do Sul, o jacarandá (Jacaranda mimosifolia), da
América do Sul e a bela-sombra (Phytolacca dioica), da América do Sul, o
eucalipto de flor (Corymbia ficifolia) da Austrália e a acmena (Syzygium
ingens) , da Austrália.
Teófilo Braga
(Correio dos
Açores, 32392, 24 de março de 2021, p.12)
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