Mais apontamentos
históricos sobre a apicultura
No
texto de hoje, damos a conhecer mais alguns apontamentos históricos sobre a
apicultura nos Açores, com destaque para a ilha de São Miguel e para a
CASERMEL- Cooperativa de Apicultores e Sericicultores de São Miguel.
Para
além da consulta a vários textos publicados na comunicação social, a principal
fonte para o que escrevemos foi o Relatório de Projeto “Contributo para a
Caracterização das Associações de Apicultores”, da autoria do meu companheiro
de luta por uma Terra mais justa, limpa e pacífica, Luís Filipe Carloto
Marques, apresentado, em 2007, no âmbito do Curso de Engenharia Agro-Florestal,
Ramo: Desenvolvimento Rural.
De
acordo com o relatório mencionado, nos Açores, existiam três organizações de
apicultores: a Cooperativa Flor do Incenso, na ilha do Pico, o Agrupamento de
Produtores de Mel, na ilha Terceira, e a CASERMEL, na ilha de São Miguel.
Fundada
em 1986, a Cooperativa Flor do Incenso possuía 35 associados, apresentava
dificuldades na constituição de listas para os órgãos sociais e havia passado
por dificuldades financeiras.
O
Agrupamento de Produtores de Mel da Ilha Terceira foi fundado em 1996, possuía
15 associados, não apresentava dificuldades na constituição de listas para os
órgãos sociais e gozava de estabilidade financeira.
A
CASERMEL foi fundada a 26 de maio de 1989, e na altura
do relatório de que vimos extraindo a informação possuía 100 associados, não
apresentava dificuldades na constituição de listas para os órgãos sociais e a
sua situação financeira era estável.
Um ponto alto da vida
associativa da CASERMEL foi a organização, em colaboração com a Secretaria
Regional da Agricultura, do IV Congresso Nacional de Apicultura que se realizou
entre 6 e 9 de outubro de 2004.
De acordo com informações
recolhidas, o balanço ao referido congresso, que “pretendeu reforçar a identidade de todos aqueles que
trabalham nesta área de atividade e do conhecimento científico, debater os
temas de interesse para a Apicultura Nacional, promover o estabelecimento de
contactos, a troca de experiências e a promoção do sector e dos seus produtos”,
foi extremamente positivo.
Em
2009, a CASERMEL publicou um único número da revista “As Abelhas dos Açores”, que
teve como objetivo a divulgação das suas atividades perante a comunidade envolvente
e estreitar relações com outras cooperativas apícolas dos Açores.
Em
2014, a CASERMEL, que possuía cerca de 70 associados, viu melhoradas as suas
instalações localizadas no recinto da Associação Agrícola de São Miguel, na
localidade de Santana (Ribeira Grande). De acordo com um texto de Ana Mendonça,
de 15 de dezembro de 2014, “às suas instalações que contam já com uma
pequena sede e um armazém … juntam-se agora um novo espaço destinado à
construção de uma melaria que irá aumentar a capacidade de produção desta
cooperativa e contribuirá desta forma para promover o mel dos Açores neste arquipélago,
mas também no estrangeiro onde este produto é muito apreciado e leva mais um
pouco do sabor açoriano ao resto do mundo.”
A 3 de maio de 2020,
numa entrevista ao “Correio dos Açores, o vice-presidente da CASERMAL, Alfredo
Martins, deu a conhecer a vida associativa e um novo interesse de alguns
amantes das abelhas que não passa pela colheita de mel.
A equipa, de que fazia
parte Alfredo Martins, começou com cerca de 15 associados e conseguiu atingir
cerca de 50, através de ações de formação que foram realizadas desde 2017.
Outra realidade é o crescimento de interesse pela apicultura não para a
produção de mel, mas para a polinização das fruteiras.
A
14 de julho de 2018, os associados da CASERMEL elegeram os novos corpos
sociais, que se propuseram conduzir a cooperativa “em direção a
um desenvolvimento sustentável através da criação de alianças com parceiros que
tornem os pilares desta cooperativa ainda mais forte, sendo o cooperativismo
fundamental para o seu crescimento.”
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 32528, 8 de setembro de 2021, p.15)
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