Apontamentos
sobre o NPEPVS-DA, a primeira organização ambientalista dos Açores (3)
Hoje,
terminamos a série de três textos sobre o NPEPVS-DA- Delegação dos Açores do
Núcleo Português de Estudo e Proteção da Vida Selvagem.
Nos
dias 30 e 31 de dezembro de 1983 e 1 de janeiro de 1984, esteve patente ao
público, na sede da Junta de Freguesia do Pico da Pedra uma exposição de
cartazes com o objetivo de sensibilizar a população para a necessidade e o
dever de proteger o ambiente.
Esta
exposição do NPEPVS-DA, foi visitada por cerca de 110 pessoas e foi amplamente
divulgada junto dos órgãos de comunicação social, tendo a RTP-Açores
transmitido imagens da mesma no dia 30 de dezembro. Para que a exposição fosse possível, o NPEPVS
contou com a colaboração de várias pessoas da freguesia, como o carpinteiro
José Ventura Almeida que cedeu material diverso e algumas horas de trabalho.
Igualmente foi indispensável o trabalho de Lúcia Oliveira Ventura, Maria José
Almeida, Maria de Lurdes Ventura e Paula Almeida.
O
segundo número do “Priôlo”, com 40 páginas, surgiu em março de 1984. No
“edital”, Duarte Furtado apela à colaboração de mais pessoas para “darmos o
exemplo da completa defesa e preservação da fauna e flora da nossa região,
grandemente ameaçadas, se medidas concretas de salvaguarda não forem desde já
postas em marcha” e acrescentou que “o que, desinteressadamente, pudermos fazer
em prol da sociedade, é certamente o que amanhã nos dará por certo uma maior
alegria, permitindo ao mesmo tempo encarar o dia a dia, imensas vezes
desgastante”.
No
referido boletim, Margarida Medeiros, da Divisão de Ambiente da SRES, publica
um “Alerta- A nossa flora corre perigo”, Teófilo Braga, escreve contra a caça à
baleia, Geráld Le Grand publica um pequeno texto sobre o priôlo, António Frias
Martins escreve sobre “O ilhéu de Vila Franca”, Erik Sjogren é autor de um
artigo sobre “Plantas dos Açores”, Fátima Melo escreve sobre a nossa ave de
rapina noturna “O mocho”, Rolando Cabral escreve sobre “A Vida na Cidade”,
Dalberto Pombo é autor do texto “Plantas e Saúde- a salsa”, Maria Furtado assina
o texto “A importância dos espaços verdes nos Centros Urbanos” e Geráld Le
Grand é autor do texto “«Satus» e Distribuição da avifauna nidificante no
arquipélago dos Açores”.
No
boletim é também referido o início de uma campanha em defesa das aves de rapina
e são dadas a conhecer algumas informações, nomeadamente de avistamentos de
aves, como um falcão (Falco tinnunculus) na zona do Pico das Camarinhas,
em São Miguel, no dia 18 de janeiro de 1984, ou a chegada dos pardais (Passer
domesticus) à ilha das Flores.
Com
data de 25 de maio de 1984, foi lançado uma folha informativa com um texto
intitulado “Porque se anilham aves?”., extraído de uma folha informativa do
CEMPA.
Por
último, a 6 de junho de 1984, foi enviada ao todos os sócios a informação de que
os mesmos poderão passar férias, apenas durante o verão, na ilha de Lanzarote,
nas Canárias, bastando para tal colaborar em trabalhos domésticos.
O
terceiro número do boletim não chegou a ver a luz do dia, mas através da
consulta do material que já havia sido recolhido, fica-se a saber que o mesmo
contaria com um novo colaborador, o Eng.º. Fernando Monteiro com um texto
intitulado “Mensagem”. Pelo seu conteúdo, transcreve-se um extrato:
Mas os inimigos da natureza são inúmeros e
ameaçadores.
Nos Açores a dinâmica vertiginosa da pecuária é, por
exemplo, a maior ameaça ao equilíbrio natural.”
O
mesmo número contaria com um texto de Paulo Alexandre Vieira Borges intitulado
“Espeleologia nos Açores”, com a colaboração de Geráld Le Grand com o texto
“Azores tern expedition” e de Dalberto Pombo intitulado “Plantas e Saúde- o
girassol”. Estava também prevista a saída de um escrito intitulado “Como e
porquê se anilham aves?”, extraído de um folheto informativo do Centro de
Estudos de Migrações e Proteção de Aves”.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 32666, 2 de março de 2022, p. 13)
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