Apontamentos
sobre o NPEPVS-DA, a primeira organização ambientalista dos Açores (2)
Terminámos
o texto anterior com a indicação dos principais assuntos tratados no primeiro
número do boletim “Priôlo”, da responsabilidade do NPEPVS-DA. Hoje, continuamos
a história daquela que foi a primeira organização ambientalista dos Açores.
No
mesmo número do boletim, Geráld Le Grand relata o avistamento de um bando de
uma nova espécie, o lugre (Carduelis spinus) que poderia tornar-se uma
nova espécie para os Açores e são publicadas pequenas notícias, nomeadamente de
observações de aves, como a de uma poupa em Santa Maria, pelo sr. Dalberto
Pombo ou a da chegada dos cagarros à freguesia dos Mosteiros, em 23 de fevereiro
de 1983, por Daniel Melo.
No
dia 8 de fevereiro de 1983, por iniciativa do NPEPVS-DA, realizou-se uma
conferência com projeção de slides sobre “O Mercantour”, um Parque Nacional
francês com 68 500 hectares.
Em
abril de 1983, foi publicada uma folha informativa em defesa das aves de
rapina. Por não ter perdido atualidade, transcreve-se três das razões pelas
quais as mesmas são úteis na natureza:
“-
a cada uma que morre corresponde um aumento de proliferação de ratos, répteis e
insetos, que fazem parte da sua alimentação habitação;
-
grande parte das peças de caça que matam, é constituída por indivíduos doentes,
feridos ou mais fracos;
-
cada animal doente que as aves de rapina deixam de eliminar pode ser um foco de
infeção para cada sadia.”
Com
data de 12 de abril de 1983 foi divulgada uma circular onde são dadas notícias
sobre a campanha de angariação de novos sócios e sobre a distribuição do
boletim “Priôlo”. Na mesma circular foi publicado um texto sobre os golfinhos
(toninhas) que continuavam a ser alvo de massacres e atrocidades cometidas pelo
“homem”. No referido texto pode-se ler o seguinte:
“A
Delegação dos Açores do NPEPVS opõe-se frontalmente à continuação deste
morticínio, exigindo das entidades responsáveis e competentes a imediata
publicação da lei que permita a salvaguarda de tal espécie.
Apelamos
desde já a todos os nossos Consócios para diligenciarem junto das comunidades
piscatórias sobre as razões por que não se deverá abater tão bela espécie de
manífero marinho.”
Em
maio de 1983, o NPEPVS-DA esteve presente, no hangar da marinha, na
Exposição-Feira de Artesanato, com um pavilhão com material informativo, alertando
para a importância de proteger a vida selvagem.
A
18 de junho de 1983, no âmbito das festas em honra de São João, foi inaugurada,
em Vila Franca do Campo, a sede do NPEPVS, localizada na rua Padre Manuel José
Pires, 11-13, na freguesia de São Pedro. A inauguração contou com a presença de
António Daniel Carvalho Melo, presidente da Câmara Municipal e de Vasco Garcia,
em representação do reitor da Universidade dos Açores.
No
dia 16 de dezembro de 1983, o NPEPVA-DA promoveu uma exposição de cartazes
alusivos à proteção do ambiente, no Externato Maria Isabel do Carmo Medeiros,
na Povoação.
Na
ocasião foram projetados slides e dois filmes. Na exposição que foi visitada
por cerca de 500 pessoas, estiveram à venda autocolantes sobre avifauna e foram
distribuídos panfletos sobre a importância da conservação das aves de rapina.
(Continua)
(Correio dos Açores, 32 666, 23 de fevereiro de 2022,
p.17)
Sem comentários:
Enviar um comentário