domingo, 15 de setembro de 2024

Virusaperiódico (35)

 


Virusaperiódico (35)

 

A jornada de trabalho no dia 14 de setembro começou bem cedo. Pelas 4 horas da manhã, comecei a trabalhar na versão em inglês do livro “As plantas na medicina popular nos Açores”.  Deverá estar disponível a meados de 2025, tal como a terceira edição do livro em português.

 

De manhã, com a orientação e ajuda imprescindível de Leonardo Milhomens, acabei de fazer o cesto de vimes. A satisfação é enorme, será maior do que a publicação do meu primeiro livro quando fizer um sozinho.

 

De tarde, acabei a leitura do livro “Memórias Históricas de Vila Franca do Campo-vivências, património e personalidades”, de Miguel Puim. Fico à espera do 2º volume.

 

A noite não foi famosa com o ruído de uma festa que dizem que é religiosa, mas é mais profana e ruidosa. Música até depois da uma hora da manhã e roqueiras àquela hora é de quem não respeita o direito ao sossego. Temos uma lei do ruído magnífica, proíbe, mas depois autoriza, desde que haja quem pague. É a treta do poluidor-pagador. Pelos vistos neste país o “crime” compensa!

 

No domingo, voltei ao meu trabalho na tradução do livro referido e às leituras. Li alguns textos do número 8 da revista “Ecossocialismo” e comecei a leitura de “Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal- As convergências possíveis (1892-1910)”, de António Ventura.

 

15 de setembro de 2024

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Virusaperiódico (34)


 


Virusaperiódico (34)

 

O domingo, dia 8, foi quase todo dedicado aos animais, cães e gatos, e às plantas. Coloquei na terra três sementes de ravenala, algumas sementes de maçaroco e de jambeiro. Li mais algumas páginas do livro “O Povo Esquecido-Uma História de Genocídio e Resistência no Donbass”.

 

No dia 9, estive a tratar de alguns problemas burocráticos e continuei a leitura do livro lido no dia anterior. Dediquei algum tempo ao ativismo ambiental e cultural e escrevi alguns parágrafos de um texto sobre os álamos ou choupos.

 

O dia 10 foi dedicado ao ativismo social e a pesquisas relacionadas com os primeiros anos a seguir ao 25 de Abril de 1974. Neste dia fiquei indignado pelo facto de uma familiar, com mais de 90 anos, ter ficado até depois das 4 horas sem almoçar porque quem tinha a responsabilidade de a ir buscar a uma clínica não o fez no tempo que era devido fazer. Se a instituição em causa estava com problemas devia ter comunicado à família.

 

O dia 11 foi dedicado a leituras diversas, sendo de destacar a das primeiras páginas do livro “Do 25 de Abril ao 25 de Novembro de 1975- Episódios menos conhecidos”, de Irene Flunser Pimentel. Confirmei o que já sabia, as democracias são danadas para apoiar as ditaduras e os ditadores.

 

No dia 12 destaco duas idas a Vila Franca do Campo, a primeira para colher alguma fruta e conversar com as abelhas e a segunda para assistir ao lançamento do livro “Memórias históricas de Vila Franca do Campo-vivências, património e personalidades”, de Miguel Puim.

 

No dia 13, regressei à Escola Secundária das Laranjeiras para conversar com um colega e notei que algumas laranjeiras, recentemente plantadas já estão a frutificar. Deixei os outros em repouso e comecei a leitura do livro de Miguel Puim e só pararei quando acabar.

 

Voltei a regar as plantas do quintal. Não me recordo de o fazer em Setembro de anos anteriores.

13 de setembro de 2024

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Recordando o "directo"

 





Recordando o "directo"

O jornal "directo" publicou-se em Angra do Heroísmo entre 1982 e 1991, sendo seu primeiro director António Neves Leal, meu colega professor na Escola Secundária de Angra do Heroísmo.

O primeiro número saiu a 3 de dezembro de 1982 e o último é datado de 3 de fevereiro de 1991.

Participei em algumas reuniões preparatórias do seu lançamento que se realizaram na casa de Manuel José Dias Júnior, do número 1 ao 5 fui um dos colaboradores permanentes do jornal e a partir do número 6 passei a ser coordenador de uma secção de Ecologia.

O primeiro texto assinado da minha autoria foi publicado no número 6 e teve por título: Conservação da Natureza: O que se faz nos Açores?"

9 de setembro de 2024



domingo, 8 de setembro de 2024

Teófilo Braga e Ângelo Jorge

 


Teófilo Braga e Ângelo Jorge

 

No ano em que se assinala o centenário do falecimento de Teófilo Braga (1842-1924), uma das principais figuras do Partido Republicano Português, que chegou a ser Presidente da República, achamos por bem homenageá-lo, dando a conhecer o seu relacionamento com o anarquista naturista portuense Ângelo Jorge (1883-1922).

 A relação de amizade entre o republicano Teófilo Braga e o anarquista Ângelo Jorge pode ser comprovada através das seguintes publicações (livros, panfleto e revistas) existentes no “Arquivo Teófilo Braga” existente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada:

- Libertas;

- Espírito sereno, com uma carta do Dr. Teophilo Braga a auctor ácerca da poesia dos poetas modernos;

- Dôr Humana.

- “Luz e Vida”, nº 3 (revista).

 

Nas três publicações não periódicas, Ângelo Jorge escreveu dedicatórias a Teófilo Braga e no “Espirito Sereno” foi publicado o texto deste que abaixo se transcreve:

 

“Lisboa, 6 de Outubro de 1908

 

PRESADISSIMO AMIGO:

 

Recebi a sua generosa homenagem do livro Dor humana e o folheto Libertas; devia ter logo agradecido, se complicados trabalhos que tive de dispor para a minha ausência de Lisboa me não tivessem forçado a acudir ao mais clamoroso. Pouco depois de tr regressado a casa, recebi a sua carta de 25 de Setembro mostrando-me que não o tinha melindrado o meu silencio, o que deveras me cativa, e confessando-me que necessita da minha opinião para continuar o caminho encetado. Li a Dor humana e o Libertas! Ficando com uma grata impressão, pela sua emoção de sinceridade, pela aspiração a que se eleva o seu espirito; tem vigor e ímpetos de alma. Mas a Poesia não se julga só pelos versos; ha muita gente que faz versos bem feitos, bem rimados, visando só ao effeito rhetorico, á emphase, ás imagens arrojadas; enfim, fazerem uma coisa que reluz, que não é oiro. Imitam as correntes dominantes: Victor Hugo, Musset, Beaudelaire, os Parnasistas, dynamisados em Junqueiro e outros. Mas a Poesia, o estado de alma de uma época, de uma gração, de uma individualidade, essa não a suspeitam mesmo de longe, porque para comprehendel-a é preciso ser instruído, identificar a synthese poética com a philosophica. Como poderão conseguir esta alta expressão e concepção poética espiritos que tem para si que a absoluta ignorância é a condição para manter a originalidade poética? D’ahi vém, que os que querem ser poetas nem disciplinam a intelligencia, nem universalizam o sentimento, nem se preocupam com o conhecimento da marcha da Poesia para seguir e realizar a sua evolução. Dá-se na Poesia o mesmo que na Musica: qualquer musico, Beethoven, Weber ou Wagner, e mesmo os subalternos, Clementi, Paesiello, Verdi, Puccini, representam uma corrente de que tem mais ou menos a consciência: uns abrem o caminho e vão adiante, outros seguem atraz, ás vezes sem saber para onde vão. São assim os nossos poetas: poucos tem individualidade sua, mas não chegaram á posse plena da sua consciencia esthetica ao serviço da synthese sentimental.

 

Passa-se na Poesia uma revolução: saiu-se do Petrarchismo, que foi uma synthese poética da Edade média, que atravessou a Renascença e que predominou no Romantismo, dissolvendo-se em diffusão rhetorica. Deve seguir-se o novo Lyrismo; e essas correntes de parnasismo, decadismo, nefelibatismo são a desorientação cahotica dos que não entrevêem a Nova Ordem.

 

Para ser um Poeta moderno não basta ir com os outros, mas com a compreensão de espirito do tempo, fugindo das macaqueações do tolstoismo, do hugoismo, tão fáceis para dar diplomas de genio ao cabotinismo.

 

Amigo obrigado,

THEOPHILO BRAGA”

 

Teófilo Braga também colaborou com Ângelo Jorge através da escrita de um texto na revista mensal “Luz e Vida” por ele dirigida, que se publicou no Porto entre fevereiro e julho de 1905. “Luz e Vida” era uma revista libertária ou anarquista que defendia uma sociedade livre, igualitária e fraterna.

 

No terceiro número da revista dedicado à Lei de 13 de fevereiro de 1896, datado de abril de 1905, que punia com deportação para África e Timor quem professasse doutrinas anarquistas, Teófilo Braga foi autor de um texto de repúdio, que abaixo se transcreve na íntegra:

 

“Acções ha, que além de inflamarem quem as pratica, deshonram todos os que as toleram. É o caso da Lei de 13 de Fevereiro. Os nomes dos ministros que redigiram e assignaram essa Lei execranda, sumir-se-hao no limbo do esquecimento d’onde casualmente surgiram, ficando impunes á sombra da sua propria nulidade; mas a vergonha nacional de uma Lei que affronta a consciencia humana ficará caracterizando Portugal como um tracto africano na Europa civilizada.

 

A Lei de 13 de Fevereiro é um delirio de covardia, que contradiz todos os progressos realizados no Direito; estabelece a retroactividade para actos que hoje considera crimes, ainda no dominio moral, mesmo na intnção subjectiva; e impondo a pena ao acto não effectuado, não lhe basta a condemnação pelo Poder Judicial, entrega a execução ao arbitrio do governo para ampliar a pena no tempo e forma que lhe convenha!

 

É esta a essencia da Lei de 13 de Fevereiro um perigo social, e um documento de degradação nacional.”

 Ponta Delgada, 8 de julho de 2024

 T. Braga

 Letra a Letra, nº 14, outubro de 2024

sábado, 7 de setembro de 2024

Memória de 2002

 



Jambeiro

 




Jambeiro

 

Hoje, ainda poucas pessoas conhecem o jambeiro, jambo ou jambreiro e as mais idosas que a conhecem referem imediatamente o “sabor a rosas” do seu fruto.

 

O jambeiro, cuja designação científica é Syzygium jambos L. (Alston), é uma planta, pertencente à família Myrtaceae, nativa do Sul da China e Sudeste da Ásia até à Austrália, sendo cultivado em quase todos os países tropicais.

 

Arbusto ou árvore que pode atingir até 15 metros de altura, mas que entre nós é geralmente muito mais baixa, e que frutifica nos Açores nos meses de agosto, setembro e outubro, normalmente a partir do sexto ano. As folhas são persistentes, coriáceas, elípticas e terminam em ponta, as flores, muito apreciadas pelas abelhas, são cremes e os frutos são globosos e quando maduros são amarelados. As sementes são aproximadamente esféricas.

 

O jambeiro é cultivado essencialmente por ser uma bonita planta ornamental, existindo em várias quintas particulares e em jardins públicos e privados, como o Jardim José do Canto, o Jardim António Borges, o espaço ajardinado da Escola Secundária das Laranjeiras, em Ponta Delgada, o antigo Jardim de Sebastião do Canto, em Vila Franca do Campo, e o Parque Terra Nostra, nas Furnas. No Pico da Pedra é possível encontrar jambeiros em alguns quintais.

Sobre o jambeiro e a sua utilização na página amelia/palmela (https://www.ameliapalmela.pt/) pode ler-se o seguinte:

 

Possui um forte apelo ornamental especialmente na época da floração, onde se cria um visual espetacular. É muito indicado para ser plantado em calçadas, pois além de ficar muito bonita quando florida, proporciona uma bela sombra para proteger os carros do sol. No seu tamanho adulto pode atingir até 15 metros de altura e 60 cm de diâmetro do tronco, porém para chegar a este tamanho deve demorar mais de 20 anos após a plantação. Apresenta grande plasticidade às condições ambientais adversas (ex. alta resistência ao vento e tolerância ao sal), e fácil adaptação aos ambientes de florestas tropicais húmidas.

 

Apresenta diferentes utilidades ao uso humano. Sendo usados como corta-ventos e para controle de erosão (embora existam restrições). Sua madeira é amplamente usada como combustível (lenha) (um dos principais motivos da sua ampla disseminação pelo mundo) e para extração de tanino. Embora apresente baixa qualidade, a sua madeira também é usada na construção civil e confecção de artesanatos. Os seus frutos são bastante apreciados para consumo humano e usados para produção de doces e geleias. Nalgumas regiões, madeira, raízes, frutos e sementes costumam ser utilizadas na medicina popular.”

 

Para os interessados, abaixo, publicamos uma receita de doce de jambo (http://www.andreaquitutes.com/2013/11/doce-de-jambo.html).

 

Ingredientes:

500 g de jambo amarelo, 1 e 1/2 xícara (chá) de açúcar, 1/2 xícara (chá) de água, 5 cravos da Índia,

 

Modo de fazer:

Lave os jambos, corte-os ao meio, retire os caroços. 

No liquidificador, coloque o jambo e a água, bata por alguns minutos.

Transfira a polpa para uma panela, junte o açúcar e os cravos, leve ao fogo médio mexendo de vez em quando até engrossar.”

 

Teófilo Braga

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Defesa dos Animais em Vila Franca do Campo em 2013

 





Medeiros Ferreira

 




Ilhéu de Vila Franca

 




Virusaperiódico (32)

 


Virusaperiódico (32)

 

No primeiro dia de setembro, domingo, continuei a leitura de “Square Tolstoi”, estive a preparar jambos para fazer compota e a cortar tomates para desidratar. Aproveitei o dia para preparar quadros para colocar nas colmeias que estão a ficar sem espaço.

No dia 2 de setembro, estive na Ribeira Nova a colocar alças nas colmeias. No Pico da Pedra, voltei a cortar tomates para serem desidratados e acabei de ler o livro referido.

No dia 3, estive de manhã, a aprender a fazer um cesto de vimes com o Leonardo Milhomens. A tarde foi dedicada a leituras diversas, com destaque para vários textos da revista “Letra a Letra”.

No dia 4, de manhã estive na Biblioteca Pública de Ponta Delgada a pesquisar sobre as eleições presidenciais de 1958.  Comecei a ler o livro “O Povo Esquecido-Uma História de Genocídio e Resistência no Donbass”.

4 de setembro de 2024

terça-feira, 3 de setembro de 2024

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Eduardo Calisto

 



“A Família Miranda e os Açores: resistência e multiculturalismo”

 


Sobre a minha colaboração no livro

“A Família Miranda e os Açores: resistência e multiculturalismo

 

Boa noite,

 

Faz hoje, 101 anos que nasceu a maior figura da Oposição Democrática nos Açores, António Borges Coutinho (3 de maio de 1923-3 de fevereiro de 2011). Feliz coincidência!

Começo por dar a conhecer como cheguei à Família Miranda.

Interessei-me por conhecer melhor Lúcio Miranda, depois de ler um seu texto sobre a vida e a obra de Ghandi publicado na revista Insulana, do Instituto Cultural de Ponta Delgada. Depois deste livro editado, aprofundei o meu conhecimento sobre a sua atividade cultural, entre 1945 e 1952, de que destaco a sua colaboração no jornal “Açores”, através da página “Educação e Ensino” que tinha como subtítulo “uma página a que o prof. Lúcio de Miranda dá orientação pedagógica”.

 Cheguei ao conhecimento de Fédora Miranda, através das minhas pesquisas sobre Alice Moderno e a vida da Sociedade Micaelense Protetora dos Animais. Descobri que a primeira teve uma digna sucessora, Fédora Miranda, que foi presidente daquela associação entre 1947 e 1954. Também, posteriormente à edição do livro fiquei a saber que a SMPA, entre 1947 e 1949, manteve uma página no “Açores” em que Fédora Miranda deu a sua colaboração.

 A Sacuntala de Miranda, cheguei, através da leitura de “O Ciclo da Laranja e os “gentlemen farmers” da ilha de São Miguel:1780-1880”. Depois desta primeira leitura, outras se seguiram, mas só li o seu livro de poesia, na fase de preparação deste livro.

 Com Álvaro de Miranda a situação foi diferente, isto é, fui contatado por ele no dia 30 de abril de 2023, através de uma rede social, a dizer que vinha a São Miguel em outubro e que gostava de me conhecer.

 Termino, talvez por onde devia ter começado, por agradecer a presença de todos os que numa sexta-feira do Santo Cristo decidiram marcar a sua presença no lançamento deste livro.

 Agradeço à minha colega Helena Melo Medeiros pela leitura das provas tipográficas e pelas sugestões para a melhoria dos textos.

 Estou grato à Associação de Solidariedade Social dos Professores pela divulgação do convite junto dos seus associados.

 Agradeço ao Álvaro Miranda por me ter convidado a colaborar com ele na edição do livro. Se foi uma tarefa que existiu algum esforço, sinto-me recompensado por tudo o que aprendi.

 

3 de maio de 2024