quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Virusaperiódico (59)

 



Virusaperiódico (59)

 

Comecei o dia 8 a divulgar um estudo que revela que o herbicida “glifosato” utilizado na agricultura pode causar danos duradouros no cérebro. Há um partido político sempre virado para o passado que defende o seu regresso às ruas e caminhos dos Açores.

 

Hoje, estive a colocar em vasos diferentes trigo e ervilhaca. As boas tradições são para serem conservadas.

 

Passei uma grande parte do dia 9 a ler “O canto do melro - A Vida do Padre José Martins Júnior”. Continuo a ouvir notícias sobre o derrube de uma ditadura na Síria e sobre a transformação de terroristas em “democratas”. Não se esperava outra coisa, num mundo em que para além de grupos terroristas há estados terroristas que recebem apoio das democraCIAs.

 

Comecei o dia 10 a ler uma reportagem sobre o possível regresso do glifosato às ruas da nossa terra. A iniciativa é de um partido que parece querer o regresso de tudo, até de Oliveira Salazar (?). Vamos ver quem o vai acompanhar!

 

De manhã estive na Biblioteca Pública de Ponta Delgada onde por uma quantia irrisória adquiri livros e brochuras maravilhosas, como um livro de Alice Moderno e outro sobre Teófilo Braga. De tarde, estive na festa de Natal do Centro de Dia da Casa do Povo do Pico da Pedra.

 

A chuva fez com que a manhã do dia 11 fosse passada com leituras diversas. Acabei de ler o romance sobre o Padre Martins da Madeira e recomendo a que todos os que não têm a alma pequena. Também, li uma pequena publicação de José da Mota Vieira, confirmei que a República foi(mal) construída com não republicanos tal como a democracia que temos é fruto de adeptos da ditadura. Não me refiro a Mota Vieira que sendo republicano nem sempre foi bem tratado por aqueles.

 

Informaram-me que a ALRA aprovou o regresso do glifosato. É a sustentabilidade insustentável açoriana!

 

11 de dezembro de 2024

domingo, 8 de dezembro de 2024

O Parque Pedagógico Recreativo Maria das Mercês Carreiro merece uma visita

 


O Parque Pedagógico Recreativo Maria das Mercês Carreiro merece uma visita

 

No passado dia 13 de novembro, dia de São Martinho, voltei a visitar o Parque Maria das Mercês Carreiro, coisa que faço com regularidade, pois não me canso de observar as suas plantas e de apreciar a beleza das suas flores. Naquele dia, fui com outro objetivo, o de averiguar se havia alguma degradação daquele espaço tal como me haviam afirmado algumas pessoas.

 

Pelo que me foi dado observar, não posso concordar que aquele espaço ajardinado esteja degradado. Tal como todos jardins necessita de um cuidado permanente não só na limpeza dos caminhos- estava impecavelmente limpo- mas também no cuidado das plantas, nomeadamente através da retirada de ramos secos ou na substituição de plantas que morrem.

 

Concretizando, com alguma preocupação notei que algumas faias (Morella faya) do labirinto estão mortas, sendo necessário averiguar as causas e substituí-las por outras, o mesmo acontecendo com a maior parte dos buxeiros ou buxos (Buxus sempervirens) de uma pequena sebe que devem ser arrancados e substituídos por plantas de outra espécie. Por último, carece de limpeza um canteiro com urzes (Erica azorica) e queirós (Calluna vulgaris) já que algumas das plantas parecem estar sem vida.

 

Para além do referido, sugiro que se continue o louvável e difícil, para não botânicos, trabalho de identificação de algumas espécies e que se faça a substituição da única placa identificativa que não está de acordo com a planta lá existente

 

Mas como tristezas não pagam dívidas, apresento a seguir algumas boas razões para a manutenção e visita daquele parque que do meu ponto de vista é, neste momento, o principal ponto de atração de visitantes ao Pico da Pedra.

 

O Parque Maria das Mercês Carreiro é um excelente equipamento de educação ambiental, que as escolas e organizações de juventude ou de defesa do ambiente poderão tirar o máximo proveito. A título de exemplo, recordo que lá já ocorreu uma parte de uma ação de formação contínua de professores, maioritariamente docentes da Escola Secundárias das Laranjeiras, que este ano já foi visitado por um grupo de jovens da Lagoa que participaram numa atividade dinamizada pelos Amigos dos Açores-Associação Ecológica e que no referido dia da visita encontrei lá uma turma da Escola Secundária da Lagoa.

 

Mas, ao contrário do que se pensa, não é só na primavera que o parque está atraente para os visitantes. No outono, a passos largos para o inverno, o visitante pode deleitar-se com a beleza das flores de algumas espécies, de que, entre ouras, menciono as seguintes:

 

A primeira espécie em floração é a rosa-louca (Hibiscus mutabilis), nativa da Ásia (China e Taiwan), cujas flores mudam de cor durante o dia, abrindo brancas, passado por róseas até ficarem magentas ao murcharem.

 

A segunda é a lança-de-fogo ou guarda-do-cardeal (Odontonema cuspidatum), planta endémica do México, cujas bonitas flores vermelhas de grande durabilidade podem ser usadas como flor de corte.

 

Por último, o aloé, aloé-do-natal ou foguetes-de-natal (Aloe arborescens), oriundo do Sul de África, que apresenta flores vermelhas/alaranjadas.

 

Pico da Pedra, 13 de novembro de 2024

 

Teófilo Braga

sábado, 7 de dezembro de 2024

Virusaperiódico (58)

 


Virusaperiódico (58)

 

Comecei o dia 6 com a leitura de mais algumas páginas do livro “Três Hectares de Liberdade”, de Bolton Hall, um dos fundadores do Movimento de Regresso à Terra. Não vou acabar de o ler, pois o livro apenas tem interesse histórico e adaptado à realidade dos EUA.

 

De manhã, andei pela Biblioteca Pública de Ponta Delgada a fazer pesquisas sobre Alice Moderno e a sua relação com Teófilo Braga. Numa passagem por uma livraria comprei dois livros: “O canto do melro - A Vida do Padre José Martins Júnior, de Raquel Varela e “A Planta do Mundo – Aventuras de Plantas e Pessoas, de Stefano Mancuso.

 

O dia 7 foi dedicado a uma profunda limpeza do quintal, trabalho que não havia sido feito há muito tempo. A criptoméria que estava envasada foi transformada em árvore de Natal.

 

Depois de uma manhã soalheira cheguei a Vila Franca do Campo e fui recebido com uma forte pancada de água que felizmente não durou muito. Aqui podei uma mangueira (manga) e estive na Ribeira Nova onde “alimentei” as abelhas e limpei as entradas das colmeias. Foi mais um dia de aprendizagem com o meu “professor” de apicultura.

 

No fim do dia recebi a oferta de feijão-verde. Tal como o Natal é quando um homem (mulher) quiser, parece que as colheitas hoje dependem da altura da plantação e não da época do ano. O clima anda maluco?

 

7 de dezembro de 2024

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Casuarina

 


Casuarina

 

A casuarina ou filau (Casuarina equisetifolia Forst. & Forst. f.) é uma árvore oriunda da Austrália pertencente à família Casuarinaceae, à qual pertencem pelo menos 91 espécies.

 

O nome do género, Casuarina, está associado ao facto de os ramos da planta serem semelhantes às penas do casuar, ave do grupo das aves ratitas de grande porte, nativas da Austrália, Nova Guiné e ilhas circundantes. O nome da espécie, equisetifolia, é devido à semelhança entre as suas folhas e as frondes de equisetum (cavalinha ou rabo-de-asno), planta de zonas húmidas.

 

De acordo com um texto publicado no periódico da SPAM. “O Agricultor Michaelense”, nº 22, de outubro de 1849, a casuarina foi introduzida na Europa, em 1776, pelo 1º Lord Byron e na ilha de São Miguel, antes da data que Saraiva (2020) aponta para a sua introdução em Portugal, isto é, “após 1890”. Assim, segundo o texto referido aquela planta terá sido introduzida em São Miguel por Francisco Alves Vianna Serra que trouxe sementes do Rio de Janeiro e as entregou a Jorge Nesbitt.

 

Ainda de acordo com a mesma fonte as plantas adaptaram-se bem às condições do clima e solos da nossa ilha. Para além do referido, o autor do texto escreve que “o Filau chega a grande altura, sendo o tronco muito direito, e pouco ramificado: produz tão bons paus, que d’elles fazem mastros de Navios, e é empregado em todas as mais construções navaes.”

 

A casuarina é uma árvore perenifólia de casca acastanhada e copa verde-acinzentada com ramos pendentes que pode facilmente ser confundida com uma conífera. A sua altura pode atingir 30 metros e em termos de longevidade pode alcançar os 60 anos.

 

As folhas são muito pequenas, cerca de 1 mm, dispostas em raminhos e as flores, que surgem de julho a outubro, são unissexuais e encontram-se agrupadas em inflorescências: as masculinas são amareladas e femininas apresentam estiletes e estigmas cor de sangue. Os frutos são pequenas sâmaras (fruto seco, com uma semente, com um prolongamento em forma de asa membranosa), ovaladas agrupados ao longo do eixo da estrutura floral. 

 

A casuarina em alguns locais é considerada uma espécie invasora, nomeadamente nas Bermudas, Flórida e Brasil, pois tem a capacidade de produzir compostos que não permitem o desenvolvimento de outras espécies na sua proximidade.

 

A casuarina é uma planta usada na fixação de dunas e como planta ornamental. A sua madeira é também um bom combustível, podendo ser utilizada na construção civil e em marcenaria. A sua casca, rica em tanino, é utilizada no controlo de diarreias, as folhas são adstringentes e as raízes servem para a preparação de unguentos para uso dermatológico.

 

Entre nós, na ilha de São Miguel, não se conhece qualquer uso da casuarina para além do ornamental. Assim, entre outros locais, é possível encontrar casuarinas no Jardim do Palácio de Santana, no Jardim da Universidade dos Açores, no Jardim Botânico José do Canto e no Parque Pedagógico Recreativo Infantil Maria das Mercês Carreiro, no Pico da Pedra.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

A um tal Godofredo de Vera-Cruz

 


A um tal Godofredo de Vera-Cruz

 

No passado dia 29 de novembro o senhor Godofredo de Vera-Cruz, brindou-nos com o último texto que escreveu a propósito de uma homenagem a António Borges Coutinho.

 

Sobre a organização da sessão de homenagem ao resistente antifascista, que foi o último governador civil do distrito de Ponta Delgada, António Borges Coutinho, realizada no passado dia 26 de outubro em Ponta Delgada, o senhor Godofredo de Vera-Cruz ou está mal informado ou é mal-intencionado, não sendo de excluir que padeça dos dois males.

No seu texto, Vera-Cruz, afirma que a homenagem foi promovida pela família e por comunistas (os tais que matavam os velhinhos com uma injeção atrás da orelha?). Tal afirmação não corresponde à verdade, pois o evento foi uma organização da família e da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.

 

Querendo mostrar alguma eloquência, Vera Cruz discorre sobre trotskismo e estalinismo a propósito dos putativos comunistas responsáveis pela organização do evento. Tal facto, assemelha-se ao que se passava antes de 25 de Abril de 1974. Com efeito, para os fascistas e seus fiéis servidores, os pides, quem não pensava como eles e seus chefes, Salazar e Caetano, era apodado de comunista e terrorista. Faltou coragem ao Vera-Cruz, para nomear quem era ou eram os trotskistas e quem era ou eram os estalinistas?

 

No que diz respeito aos oradores parece que Vera- Cruz tem algum ou alguns inimigos de estimação. Mas vamos ao que interessa, pelos nomes apresentados não é difícil constatar que havia pessoas de algum modo ligadas a vários partidos políticos (PSD, PS, PCP- desconhecemos se havia de outros) e outras sem qualquer filiação partidária. Pelas comunicações apresentadas foi fácil depreendermos que quem falou ou era familiar do homenageado ou conviveu com ele em ditadura ou em democracia ou havia feito investigações sobre o seu pensamento e ação.

 

José dos Santos Verdadeiro

 

Virusaperiódico (57)

 





Virusaperiódico (57)

 

Depois de um dia de cansaço, seguiu-se um dia de (quase) repouso. Hoje, 1 de dezembro escrevi um textículo que um dia verá a luz do dia e li o livro “1949 Acidente aéreo na Algarvia”. Consegui fazê-lo porque já conhecia muitos dos textos que haviam sido publicados nos jornais da época.

 

Depois de uma pausa, onde estive a meditar enquanto corria roupa, li as primeiras páginas de uma biografia de Tolstói.

 

No dia 2, de manhã, destaco as pesquisas efetuadas no Arquivo Regional de Ponta Delgada. De tarde, muito repouso e leituras diversas que me fizeram compreender as atividades de algumas pessoas que conheci(o) durante o PREC.

 

Comecei a manhã do dia 3 a preparar uma viagem e depois estive a aprender como podar mangas ou mangueiras (Mangifera indica). De tarde, li algumas páginas da biografia de Tolstói.

 

No dia 4 não houve forças para leituras. Todo o dia foi dedicado, primeiro à jardinagem, no Pico da Pedra, e depois a uma ida a Vila Franca para limpar e colher bananas e goiabas (goiavões).

 

No dia 5 andei por Vila Franca do Campo a cuidar das plantas e das abelhas que estão com pouco alimento.

 

5 de dezembro de 2024