segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Santo Antão e o porquinho


Santo Antão e o porquinho

No último texto, fizemos referência a Santo Antão, santo protetor não só de humanos mas de todos os animais. Hoje, vamos tentar responder a uma questão que se coloca a quem vê a sua imagem que está associada à de um porquinho.

Sobre o assunto, conhecemos duas versões que apresentaremos de seguida.

Para alguns autores, Santo Antão era venerado como protetor contra a peste e doenças contagiosas. Em sua memória foi criada uma congregação religiosa que criou hospitais com o objetivo de cuidar as doenças referidas e como forma de arranjar dinheiro para a subsistência dos hospitais, os religiosos criavam porcos que andavam nas ruas das cidades e que eram alimentados pelas pessoas.

Uma outra explicação foi publicada no Almanaque de S. António e transcrita no jornal Estrela Oriental de 7 de setembro de 1901.

Abaixo, transcrevemos um longo extrato que explica por que razão a imagem de Santo Antão é representada acompanhada de um porco:

“Foi o Santo em certo dia chamado por um rei, para que lhe curasse uma filha que emudecera repentinamente. Foi, com efeito, o Santo Anacoreta, e restituiu-lhe a fala; e quando ia a retirar-se, sentiu que lhe puxavam pelo hábito e o seguravam. Era uma porca (salvo seja …) que conduzia consigo um leitãozinho atacado de umas convulsões malignas, e que, com demonstrações de grande aflição, como que lhe rogava o curasse. O santo assim o fez; e daí em diante, sempre o animalzinho o acompanhou”.

Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31092, 29 de novembro de 2016, p. 13)
Fotografia de Reginaldo Andrade

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