terça-feira, 8 de novembro de 2016
Turismo e defesa dos animais
Turismo e defesa dos animais
Um relatório elaborado na sequência de uma investigação realizada pela Unidade de Pesquisa e Conservação da Vida Silvestre da Universidade de Oxford (WildCRU) revelou que 550.000 animais silvestres sofrem devido a atrações turísticas irresponsáveis.
No mesmo relatório é revelado que a maioria das pessoas desconhece que os animais são tratados com crueldade, mas que, ao tomar consciência do facto, decidem não mais visitar os locais onde os maus tratos são praticadas.
O relatório mencionado apresenta o que de pior e o que de melhor se faz na indústria do entretenimento e mapeia “as soluções para desenvolver uma indústria de turismo amiga dos animais, destacando o papel crítico do TripAdvisor”.
O TripAdvisor, que é a maior rede de avaliações turísticas online, disponível em cerca de 50 países e em cerca de 30 idiomas diferentes, por sua vez, no passado dia 11 de outubro, anunciou que vai deixar de vender bilhetes para experiências turísticas em que os viajantes entrem em contato físico com animais selvagens e espécies ameaçadas que estejam em cativeiro.
No que diz respeito às touradas, tal como outros “desportos de sangue”, a referida empresa reafirmou que são um dos negócios que vão manter-se fora da sua listagem de ofertas.
Para o próximo ano, a empresa comprometeu-se com o lançamento de diversas ações que se traduzirão na implementação de mudanças na sua política de venda de bilhetes para atrações com animais e no lançamento de um novo portal educacional com vista a “ajudar a informar os viajantes sobre os padrões de cuidado e proteção de espécies de animais selvagens, ameaçadas e em cativeiro no setor do turismo, sobre a interação destes animais com os turistas e o seu impacto na conservação da vida selvagem”.
Terminamos, saudando a posição da TripAdvisor e condenado todos os que nos Açores ainda não perceberam que o bem-estar animal e os direitos dos animais devem ser respeitados se queremos criar riqueza e distribuí-la equitativamente pelos seus habitantes.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31075, 8 de novembro de 2016, p.16)
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