segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Santo Antão protetor dos animais


Santo Antão protetor dos animais

Nasci e vivi os primeiros anos da minha vida na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo, terra de pequenos camponeses, camponeses assalariados e pequenos criadores de gado bovino.

Sendo uma localidade sem igreja, a única ermida existente na altura era a de São João e encontrava-se em ruínas, as festividades religiosas eram as da sede da freguesia, São Miguel, e, portanto, as da Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo.

Na localidade propriamente dita havia um império do Espírito Santo, antes existia dois tal como agora, e a participação na procissão de São Miguel, através de três “santos”, Santa Catarina, Nossa Senhora do Egipto e Santo Antão.

Em criança, embora não fosse muito amigo de festas, participava nas procissões do Espírito Santo e também cheguei a acompanhar Santo Antão, pois o meu avô materno era lavrador e aquele Santo durante muitos anos esteve à guarda da senhora Leopoldina Pacheco e desde então até hoje continua sob a responsabilidade de um membro da família Pacheco.

De acordo com várias fontes consultadas Santo Antão foi um monge egípcio que viveu por volta de 251-356, tendo morrido com 105 anos de idade. Santo Antão, primeiro foi venerado como protetor contra a peste e doenças contagiosas, depois como protetor dos porcos e mais tarde de todos os animais domésticos.

Hoje, na localidade onde nasci, a boa tradição de celebrar o dia 17 de janeiro, com arraial e com a tradicional fogueira, desapareceu, restando a ornamentação do quarto pelas festas de São Miguel.

Se fosse devoto de um santo, seria de Santo Antão, pelas memórias de infância e por ser o protetor de seres humanos e de animais que dizem irracionais.

Teófilo Braga
(Correio dos Açores 31086 de 22 de novembro de 2016, p.13)

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