sábado, 2 de março de 2024
Sequoia
Sequoia
A sequoia (Sequoia sempervirens (D. Don) Endl.) é uma planta pertencente à família- Cupressaceae. É nativa da América do Norte (Califórnia e Oregão) e a partir de meados do século XIX começou a ser plantada na Europa.
Há muitas dúvidas acerca da etimologia do nome genérico Sequoia. Saraiva (2020) aceitou como sendo derivado de Seequayah nome de uma pessoa que inventou um alfabeto para a língua da sua tribo. Quanto à designação da espécie, sempervirens significa sempre verde.
Não sendo possível afirmar que foi José do Canto quem introduziu a sequoia nos Açores, sabe-se que também foi apaixonado por espécies de grande porte. Sobre este assunto, Pedro Maurício (2007) escreveu:
“Tal como no Continente, também S. Miguel passa por uma vaga de delírio pelas árvores gigantes. Não há colecção botânica que se preze que não tenha uma sequóia: é a maior árvore do mundo e tem reputação de ser difícil de aclimatar. No Congresso de Horticultura de 1866 a que José do Canto assistiu em Londres, o professor Candolle de Genève apresentou uma comunicação sobre a medida recente e muito exacta do diâmetro duma das grandes sequóias da Califórnia. Pouco menos de cem anos depois, a sequóia de José do Canto nas Furnas é uma das árvores notáveis da Ilha.”
A sequoia é uma árvore de grande porte que pode viver muitos anos, por vezes mais de 200 anos, podendo atingir 100 metros de altura. O seu tronco é reto e os seus ramos são quase horizontais e encurvados para baixo. As folhas são perenes, estreitas e distribuídas em fileiras no ápice dos ramos. As flores, que surgem nos meses de janeiro e fevereiro, são muito pequenas e encontram-se agrupadas em pequenos cones. Os seus frutos têm a forma de um cone.
O Regente Florestal António Emiliano Costa, no Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, nº 17, relativo ao primeiro semestre de 1953, no seu texto “Árvore Notáveis de São Miguel”, refere-se à Sequoia da Mata-Jardim José do Canto nos seguintes termos: “A Sequoia sempervirens End. (Californian redwood) …é um belo exemplar local com 4,27 m de perímetro à altura do peito …”
Ainda no mesmo texto, o autor menciona o facto de esta espécie ter a vantagem de se desenvolver melhor do que a criptoméria pelo que podia ser usada na arborização de algumas zonas de São Miguel.
Sobre a sua madeira, António Emiliano Costa escreve que “é muito superior à da criptoméria, com a vantagem também de ser leve, é óptima para todos os géneros de construções e mesmo marcenaria, tomando um belo aspecto quando polida e envernizada”.
Sobre a multiplicação da sequoia, A. Emiliano Costa (1953) menciona que a sequoia pode reproduzir-se por sementes, embora a maioria sejam estéreis, ou por estacas, a partir de rebentos de toiça enraizados.
Nos Açores, a sequoia é utilizada com fins ornamentais, existindo em vários parques e jardins na ilha de São Miguel. Entre outros locais, de São Miguel é possível encontrar sequoias na Mata-Jardim José do Canto-Lagoa das Furnas, Parque Beatriz do Canto-Furnas, Parque Terra Nostra-Furnas, Jardim da Universidades-Ponta Delgada e Mata-ajardinada da Lagoa do Congro- Vila Franca do Campo.
A sequoia da Mata-Jardim José do Canto, nas margens da Lagoa das Furnas, que se encontra classificada (Despacho publicado no Diário do Governo, II Série, nº.238, de 14 de outubro de 1970) merece uma visita. Merece ser classificada como árvore de interesse público, segundo Raimundo Quintal (2019) um exemplar existente no Parque Dona Beatriz.
Teófilo Braga
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