quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Pitangueira


Pitangueira

A pitangueira, cuja designação científica é Eugenia uniflora L., é uma planta pertencente à família Myrtaceae nativa do Brasil, sendo cultivada em regiões tropicais e subtropicais.

Não conhecemos quando e quem introduziu a planta nos Açores, mas sabemos que já existiam pitangueiras, na primavera de 1856, no Jardim José do Canto, em Ponta Delgada. Em 1868, a pitangueira era uma das plantas reproduzidas, por José do Canto, em grandes quantidades que constavam de uma lista que estava disponível para oferta ou permuta.

A pitangueira é uma árvore de folha persistente que pode atingir 5 metros de altura, com tronco tortuoso e com casca descamante. As folhas jovens são róseas, tornando-se verdes, coriáceas e glabras e apresentam forma ovado-lanceolada. As flores, que podem ser encontradas todo o ano, são hermafroditas e possuem pétalas brancas. Os frutos são bagas globosas que quando maduras são de cor alaranjada a vermelho-escuro.

É muito fácil a reprodução da pitangueira por sementes, levando as mesmas cerca de 2 meses para germinar.

De acordo com Maria da Graça Freitas Aguiar, da Direção Regional da Agricultura da Madeira: “O compasso de plantação aconselhado num pomar é de 3 por 2 metros, o que origina uma densidade de plantação de 167 plantas por mil m2 e uma produção média de 2 500 kg por ano. Da plantação ao início da produção leva três anos.”

A pitangueira é uma planta que pode ser usada para os mais diversos fins. Com a madeira podem ser fabricados instrumentos usados na agricultura, as folhas são usadas com fins medicinais, para debelar a febre, combater as gripes, a diarreia, etc.. Os frutos podem ser consumidos em fresco ou usados para a preparação de doces, geleias, tartes, gelados licores ou sumos.

Não sendo usada na medicina popular nos Açores, na ilha da Madeira, mais propriamente na Freguesia da Fajã da Ovelha, a infusão das folhas da pitangueira é utilizada para combater a diabetes e o colesterol.

Para além do referido, as pitangueiras, por suportarem muito bem as podas, podem ser usadas para formar sebes. Os apicultores, por seu turno, têm nas pitangueiras um grande aliado, pois as suas flores são muito procuradas pelas abelhas que com elas produzem um mel muito saboroso.

A pitangueira, também pode ser usada como planta ornamental, existindo exemplares muito interessantes, em quintas particulares e em jardins públicos e privados, como no Jardim José do Canto, no Jardim da Universidade dos Açores, na cidade de Ponta Delgada, e na Quinta da Torre, nas Capelas.

No livro “Segredos de Cozinha Madeira e Porto Santo”, a sua autora, Zita Cardoso, dá a conhecer o modo de fazer licor de pitanga e uma receita de um pudim, que abaixo se transcreve:

“Ingredientes

1 kg de pitanga ralada

1 lata de leite condensado

3 pacotes de natas

10 folhas de gelatina

Modo de fazer

Tirar os caroços às pitangas e ralá-las. Bater as natas, o leite condensado, o puré de pitangas e por fim a gelatina derretida num pouco de água morna.

Misturar tudo e deitar numa taça para gelar no frigorífico, de um dia para o outro.

Guarnecer a gosto.”

Teófilo Braga

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