segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Jambeiro


Jambeiro

Hoje, ainda poucas pessoas conhecem o jambeiro, jambo ou jambreiro e as mais idosas que a conhecem referem imediatamente o seu “sabor a rosas” do seu fruto.

O jambeiro, cuja designação científica é Syzygium jambos L. (Alston), é uma planta pertencente à família Myrtaceae nativa do Sul da China e Sudeste da Ásia até à Austrália, sendo cultivado em quase todos os países tropicais.

Não conhecemos quando e quem introduziu a planta nos Açores, mas sabemos que já existiam jambeiros, na primavera de 1856, no Jardim José do Canto, em Ponta Delgada.

Arbusto ou árvore que pode atingir até 15 metros de altura, mas que entre nós é geralmente muito mais baixa, e que frutifica nos Açores nos meses de dezembro e janeiro, normalmente a partir do sexto ano. As folhas são persistentes, coriáceas, elípticas e terminam em ponta, as flores são cremes e os frutos são globosos e quando maduros são amarelados. As sementes são esféricas.

É muito fácil a reprodução do jambeiro por sementes, contudo, segundo Arlindo Cabral, também é possível reproduzi-lo por estaca em estufa.

Arlindo Cabral, no número sete do Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, sobre o fruto escreveu o seguinte:

É doce, um pouco farinhento, e com suave aroma a rosas. Pode, todavia, afirmar-se não ser fruto de grande valia, pessoas havendo que o acham enjoativo e seco. Não é muito estimado nos Açores, raramente constituindo motivo de comércio.”

Sobre a existência de jambeiros nos Açores. o mesmo autor menciona o seguinte:

“Encontram-se apenas árvores isoladas em quintas ou jardins, mais como curiosidade do que como fonte de produção de fruta com que contar para a alimentação ou para venda, embora esta se observe uma vez por outra.”

Hoje, passados 76 anos após a publicação do texto de Arlindo Cabral, a situação não se alterou, isto é continua a ser cultivado essencialmente por ser uma bonita planta ornamental, existindo em várias quintas particulares e em jardins públicos e privados, como o Jardim José do Canto, o Jardim António Borges, o espaço ajardinado da Escola Secundária das Laranjeiras, em Ponta Delgada, o antigo Jardim de Sebastião do Canto, em Vila Franca do Campo, e o Parque Terra Nostra, nas Furnas.

Sobre o jambeiro e a sua utilização na página amelia/palmela (https://www.ameliapalmela.pt/) pode ler-se o seguinte:

“Possui um forte apelo ornamental especialmente na época da floração, onde se cria um visual espetacular. É muito indicado para ser plantado em calçadas, pois além de ficar muito bonita quando florida, proporciona uma bela sombra para proteger os carros do sol. No seu tamanho adulto pode atingir até 15 metros de altura e 60 cm de diâmetro do tronco, porém para chegar a este tamanho deve demorar mais de 20 anos após a plantação. Apresenta grande plasticidade às condições ambientais adversas (ex. alta resistência ao vento e tolerância ao sal), e fácil adaptação aos ambientes de florestas tropicais húmidas.

Apresenta diferentes utilidades ao uso humano. Sendo usados como corta-ventos e para controle de erosão (embora existam restrições). Sua madeira é amplamente usada como combustível (lenha) (um dos principais motivos da sua ampla disseminação pelo mundo) e para extração de tanino. Embora apresente baixa qualidade, a sua madeira também é usada na construção civil e confecção de artesanatos. Os seus frutos são bastante apreciados para consumo humano e usados para produção de doces e geleias. Nalgumas regiões, madeira, raízes, frutos e sementes costumam ser utilizadas na medicina popular.”

Para os interessados, abaixo, publicamos uma receita de doce de jambo (http://www.andreaquitutes.com/2013/11/doce-de-jambo.html)

Ingredientes:

500g de jambo amarelo, 1 e 1/2 xícara (chá) de açúcar, 1/2 xícara (chá) de água, 5 cravos da Índia.

Modo de fazer:

Lave os jambos, corte-os ao meio, retire os caroços.

No liquidificador, coloque o jambo e a água, bata por alguns minutos.

Transfira a polpa para uma panela, junte o açúcar e os cravos, leve ao fogo médio mexendo de vez em quando até engrossar.”

Teófilo Braga

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