sexta-feira, 25 de agosto de 2023
Beldroega
Beldroega
A beldroega é uma planta herbácea anual, suculenta, prostrada, com ramos que podem atingir 40 cm de comprimento. As folhas são carnudas, alternas, em forma de cunha e as flores, muito pequenas, são amarelas.
A beldroega é uma planta cosmopolita que está naturalizada em todas as ilhas dos Açores.
A beldroega é usada na medicina tradicional em todo o mundo, desde há muitos séculos, sendo as primeiras referências datadas de 500 AC. Na Idade Média, era crença comum que a planta protegia dos maus espíritos e que evitava os “feitiços”.
Barbosa (1902), sobre os usos da beldroega menciona o seguinte: “As summidades do caule, juntamente com as folhas, comem-se cruas em salada ou em conserva de vinagre. Empregam-se também cosidas e preparadas, á maneira dos Espinafres. Em medicina são as Beldroegas consideradas como refrigerantes, diuréticas e anti-escorbuticas.”
Feijão (1986), depois de referir que a beldroega é rica em vitamina A, B1 e C, sendo usada em saladas e conservas, escreve que “é refrescante, mucilaginosa, emoliente, diurética e vermífuga.”
Nos Açores, de acordo com Acúrcio Garcia Ramos (1871), a beldroega era usada em saladas.
Corsépius (1997) considera que a beldroega é uma “das ervas invasoras abundantes no verão” e que é pouco usada na alimentação nos Açores. Segundo ela, a beldroega é “anti-inflamatória, emoliente e diurética-bronquite, cistite; laxante de ação reduzida.”
No final da década de 80 do século passado, a beldroega era usada, no Pico da Pedra, para a “limpeza dos intestinos dos animais”.
Bilhete de Identidade
Nome científico: Portulaca oleraceae L.
Nome vulgar: Beldroega
Família: Portulacaceae
Origem: (Cosmopolita)
Bibliografia
Barbosa, J. (1902). A Horta. Porto, Livraria Chadron. 446 pp.
Corsépius, Y. (1997). Algumas plantas medicinais dos Açores. Edição do autor.99 pp.
Feijão, R. (1986). Medicina pelas plantas. Lisboa, Progresso editora. 334 pp.
Ramos, A. (1871). Noticia do Archipelago dos Açores e do que ha mais importante na sua História Natural. Lisboa, Typographia Universal. 227 pp.
Vieira, V., Moura, M., Silva, L. (2020). Flora terrestre dos Açores. Ponta Delgada, Letras Lavadas. 356 pp.
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