sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Figueira


Figueira

Pequena árvore ou arbusto muito ramificado, com folhas caducas, alternas, profundamente lobadas com a margem serrada, ásperas ao tato. Os frutos são carnudos e suculentos e possuem várias cores, sendo a mais comum a verde.

É muito antiga a introdução de figueiras nos Açores. Gaspar Frutuoso, referindo-se à ilha Terceira, menciona a presença de uma figueira que foi vista por “um homem muito antigo, chamado Gil Fernandes … que, quando fora à Terceira, não havia n’ ela mais que dez ou doze moradores e que nesse tempo não estava plantada nela senão uma figueira cotia, da qual ainda hoje está o tronco de pé verde e deita vergônteas e há menos de 15 anos que dava figos que algumas pessoas, ao presente vivas, comeram dela muitas vezes”.

Tendo a sua madeira um fraco valor económico, o seu cultivo deve-se essencialmente ao uso dos seus frutos na alimentação humana, quer frescos, quer secos.

Augusto Gomes (1993) refere que um cálice de vinho de folhas de figueira, na Terceira, era usado como fortificante. Segundo ele, o vinho fazia-se do seguinte modo: “Num litro de água faz-se uma cocção prolongada de folhas de figueira e videira. Côa-se, juntando-se ao líquido ½ kg de açúcar e ½ litro de vinho branco, indo novamente ao lume até atingir o ponto de xarope. Depois de frio engarrafa-se.”

Yolanda Corsepius (1997) menciona o uso dos frutos, em jejum, como laxante e do latex sobre verrugas e calos. Também menciona o uso do latex que colocado sobre a carne a torna mais tenra e de umas gotas do mesmo para coalhar o leite.

Bilhete de Identidade

Nome científico: Ficus carica L.

Nome vulgar: Figueira

Família: Moraceae

Origem: Região Mediterrânica

Bibliografia

Frutuoso, G. (1998). Saudades da Terra Vol. VI. Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada.169 pp.

Corsépius, Y. (1997). Algumas plantas medicinais dos Açores. Edição do autor.99 pp.

Gomes, A, (1993). A alma da nossa gente: repositório de usos e costumes da Ilha Terceira, Açores. Angra do Heroísmo, Direcção Regional dos Assuntos Culturais. 498 pp.

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