quinta-feira, 14 de setembro de 2023
Hortelã-pimenta
Hortelã-pimenta
A hortelã-pimenta é uma planta herbácea vivaz, estolhosa, com aroma bastante forte, com caules avermelhados e folhas pecioladas e ovado-lanceoladas, geralmente serradas e flores de cor rosa-lilás.
De acordo com o Dr. Oliveira Feijão (1986) a hortelã-pimenta é uma “planta muito aromática, de propriedades tónicas, estimulantes, estomáquicas, antiespasmódicas e vermífugas”. Para além do seu uso com fins medicinais, a hortelã-pimenta também é usada no fabrico de licores.
É usada, também, como planta condimentar, ligando bem a sobremesas de chocolate e sopas.
O médico Acúrcio Garcia Ramos, na sua obra “Notícia do Archipelago dos Açores e do que há mais importante na sua História Natural”, publicada em 1871, já falava na utilização da hortelã-pimenta na confeção de pastilhas “tão conhecidas e usadas” e, em 1894, Cândido Abranches referia-se ao uso da hortelã-pimenta “em licor ou em chá para expelir o ar do estômago”.
Por seu turno, na década de cinquenta, do século passado, o Eng. Silvano Pereira mencionava o uso das suas folhas como estimulante da digestão.
Nos nossos dias, a hortelã-pimenta continua a ser usada com fins medicinais.
No início da década de 90, nos Calços da Maia, a hortelã-pimenta era usada para “matar lombrigas” e em Ponta Delgada para “purificar o sangue”.
Em 2002, na Ribeirinha, a hortelã pimenta era usada no combate à tosse e na Ribeira Seca da Ribeira Grande para debelar as “dores de barriga”.
Bilhete de Identidade
Nome científico: Mentha x piperita L.
Nome vulgar: Hortelã-pimentga
Família: Lamiaceae
Origem: (cultivar)
Bibliografia
Abranches, J. (1894). Medicina Popular Michaelense. Ponta Delgada (doc. não publicado).
Cunha, A., Ribeiro, J., Roque, O. (2007). Plantas aromáticas em Portugal–caracterização e utilizações. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. 328 pp.
Feijão, R. (1986). Medicina pelas plantas. Lisboa, Progresso editora. 334 pp.
Pereira, S. (1953). Plantas empregadas na medicina popular dos Açores. Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, nº 17. Ponta Delgada: 111–116.
Ramos, A. (1871). Noticia do Archipelago dos Açores e do que ha mais importante na sua História Natural. Lisboa, Typographia Universal. 227 pp.
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