sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Rícino


Rícino

O rícino é um arbusto com caule lenhoso na sua base que apresenta folhas de tonalidades avermelhadas, alternas, palmadas e lobadas. As flores femininas são verdes ou avermelhadas e as masculinas são amarelo esverdeadas. Os frutos são cápsulas globosas.

Desconhece-se a data da introdução do rícino no nosso arquipélago, mas já em 1799 o Governador dos Açores, em ofício dirigido a D. Rodrigo de Sousa Coutinho, menciona o uso do óleo de rícino na iluminação particular. Em 1840, o “Agricultor Micaelense” noticia a venda em Lisboa de sementes de rícino produzidas em São Miguel “a razão de 600 reis moeda insulana por alqueire de mamona, também medida insulana.”

Francisco de Carvalhal que se dedicou à adaptação da cultura do rícino nos Açores, desde 1914, escreveu no Correio dos Açores de 1931 que “as sementes de rícino, esmagadas e misturadas em farinha e qualquer gordura, são consideradas excelente veneno para os ratos”.

Ramos (1871) refere que das suas sementes é extraído “o óleo de rícino, que é um laxante suave e d’um uso frequente em todas as partes do globo.”

Gomes (1993) menciona que o óleo de rícino é “um purgante” para combater a “solitária (ténia)”.

Corsépius (1997) refere o uso do óleo como purgante, mas adverte que a planta “é tóxica não devendo por isso ser utilizada em preparações caseiras. A ingestão das sementes pode mesmo causar a morte!”

Dadas as contraindicações e os efeitos secundários o seu uso só deverá ser feito mediante o acompanhamento de um especialista. De acordo com o livro “Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais” As sementes de rícino não devem ser ingeridas, pois 3 ou 4 podem matar uma criança, e cerca de 15, um adulto”.

Bilhete de Identidade

Nome científico: Ricinus communis L.

Nome vulgar: Mamoeiro, mamona, carrapateira

Família: Euphorbiaceae

Origem: África Oriental

Bibliografia

Carvalhal, F. (1931). Monografia sobre a cultura do rícino no arquipélago dos Açores. Correio dos Açores, 17 de junho.

Corsépius, Y. (1997). Algumas plantas medicinais dos Açores. Edição do autor.99 pp.

Delaveau, P., Lorrain, M., Mortier, F., Rivolier, C., Rivolier, J., Schweitzer, R. (1983). Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Lisboa, Selecções do Reader’s Digest. 463 pp.

Gomes, A, (1993). A alma da nossa gente: repositório de usos e costumes da Ilha Terceira, Açores. Angra do Heroísmo, Direcção Regional dos Assuntos Culturais. 498 pp.

Ramos, A. (1871). Noticia do Archipelago dos Açores e do que ha mais importante na sua História Natural. Lisboa, Typographia Universal. 227 pp.

Vieira, V., Moura, M., Silva, L. (2020). Flora terrestre dos Açores. Ponta Delgada, Letras Lavadas. 356 pp.

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