quinta-feira, 27 de junho de 2019

ECO-ESCOLAS, SIM OU NÃO?



ECO-ESCOLAS, SIM OU NÃO?


O Programa Eco-Escolas, que se destina sobretudo às escolas do ensino básico, é coordenado a nível nacional pela Associação Bandeira Azul da Europa e tem como objectivos, para além da promoção de uma melhor gestão ambiental dos espaços escolares, a sensibilização da comunidade escolar (alunos, professores, pessoal não docente, famílias, etc.) para a necessidade da adopção de comportamentos mais amigos do ambiente.

Com uma metodologia própria que é constituída por sete passos (1. conselho Eco-Escolas 2.auditoria ambiental; 3. plano de acção, 4.monitorização/avaliação, 5.trabalho curricular, 6.divulgação à comunidade e 7. eco-código), as escolas participantes deverão abordar como temas base a água, os resíduos, e a energia, podendo, também, ser tratados os seguintes: biodiversidade, agricultura biológica, espaços exteriores, ruído e transportes.

Nos Açores, a participação das escolas no Programa Eco-Escolas tem vindo a crescer, embora o esforço dispendido pelos docentes não seja devidamente reconhecido pelas autoridades responsáveis pelo ensino a nível regional. Pelo contrário, apenas a Direcção Regional do Ambiente tem, na medida das suas possibilidades, acarinhado o projecto e anualmente proporcionado formação aos professores envolvidos. De igual modo, seria injusto não reconhecer o papel dos Directores das Ecotecas no incentivo e apoio aos professores envolvidos.

Para que seja possível alcançar os objectivos pretendidos, isto é levar à alteração do desempenho das escolas, por exemplo em termos de poupança de energia e água, e de uma correcta gestão dos resíduos, não basta o envolvimento de uma só turma ou clube escolar, por mais boa vontade e empenho que haja do coordenador de cada escola e de meia dúzia de professores. Pelo contrário, é necessário o envolvimento de toda a comunidade escolar e o apoio das mais diversas entidades, como Juntas de Freguesia, Casas do Povo, Câmaras Municipais, etc.

Po último, tal como é implementado em algumas escolas, onde se fazem actividades pontuais com a participação de um grupo reduzido de alunos e professores, não se faz mais em prol do ambiente e da qualidade de vida do que já o fazem centenas professores sem serem obrigados às burocracias das inscrições e dos relatórios. A única diferença é que estes últimos não têm o direito a verem hasteada nas suas escolas uma bandeira verde.

Teófilo Braga

(Publicado no Jornal Terra Nostra, 6 de julho de 2007)

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