sábado, 8 de junho de 2019

Percurso Pedestre “AGRIÃO”


Percurso Pedestre “AGRIÃO”


Características do Percurso

Início do percurso pedestre: estrada regional, na Lomba do Cavaleiro
Fim do percurso pedestre: Ribeira Quente
Extensão: 5 km (aprox)
Duração Média: 2 h
Grau de dificuldade: baixa (nível I, numa escala de 1 a 3)
Forma: Linear


O percurso pedestre localiza-se nas freguesias de Povoação e Ribeira Quente, na costa Sul da Ilha de São Miguel, tendo o seu início num largo situado na Estrada Regional,na Lomba do Cavaleiro, uma das sete lombas do Concelho da Povoação, cuja denominação, segundo a tradição, se deve ao facto de outrora aí ter possuído propriedade Martim Vaz, conhecido como o “cavaleiro do Nordeste”, que foi um riquíssimo proprietário nesta região.

Neste local, podemos encontrar um largo com um bebedouro, junto ao qual se encontra uma plantação de criptomérias (Cryptomeria japonica) bem como podem observar-se plátanos (Platanus hybrida), azáleas (Rododendron indicum), hortênsias (Hydrandea macrophylla), urzes (Erica azorica), queiró (Calluna vulgaris), chagas (Tropaelum majus), tomates de capucho ou rebuçados (Physalis peruviana). Aqui, também é possível encontrar algumas espécies da avifauna existente nos Açores, como alvéolas (Motacilla cinerea patriciae), tentilhões (Fringilla coelebs moreletti), melros negros (Turdus merula azorensis) e milhafres (Buteo buteo rothschildi), a única ave de rapina diurna existente nos Açores.

Entre o primeiro posto e o segundo, localizado na Ribeira do Agrião, é possível observar ao longo do trilho alguns pomares, com destaque para uma bela quinta com sebes de incenso, que desenham quadrados geometricamente quase perfeitos. No trilho encontram-se sabugueiros (Sambucus nigra), groselheiras (Elaeagnus umbellata) e castanheiros (Castanea sativa).

Após uma breve descida surge um pequeno curso de água – Ribeira do Agrião (o segundo posto), cujo nome, segundo Gaspar Frutuoso, se deve à grande quantidade de agriões (Nasturtium officinale) que lá se encontrava. Aqui a vegetação é muito variada podendo observar-se silvas (Rubus ulmifolius), conteiras (Hedychium gardneranum), incensos (Pittosporum undulatum), acácias (Acacia melanoxylon), tabaqueiras (Solanum mauritianum), fetos arbóreos (Sphaeropteris cooperi) e vinháticos (Persea indica).


O posto 3 localiza-se no cruzamento com um caminho particular, pertencente à família referida anteriormente, mesmo antes de se iniciar a descida para a Ribeira Quente.Daqui é possível vislumbrar uma esplendorosa panorâmica sobre o litoral profundamente escarpado, que se prolonga até à Vila da Povoação. Ainda neste local podemos observar banksias (Banksia integrifolia), groselheiras (Elaeagnus umbellata), abundâncias ou milho cozido (Ageratina adenophora), canas (Arundo donax), carvalhos (Quercus sp.) e álamos (Populus sp.).


No posto 4, localiza-se um nicho, em honra de Santa Rita. A propósito da devoção àquela Santa, Urbano Dias (1949) refere a existência de uma ermida outrora existente na Ribeira Quente que foi erecta em fins do século XVIII, no local ainda hoje com aquela designação. Ainda deste local, avista-se a Ponta do Garajau, a formação rochosa que claramente sobressai no litoral avistado constituída por basalto na base, traquitos a meio e piroclastos pomíticos no topo.

O percurso termina na margem esquerda da Ribeira Quente, freguesia que deve o seu nome à ribeira de águas quentes que a atravessa. Um dos pontos de interesse da Freguesia da Ribeira Quente é a sua igreja, em honra de São Paulo, construída entre 1911 e 1917, através da ajuda financeira da população local, sobretudo da comunidade piscatória. Por seu truno, a Praia da Ribeira Quente é, devido, essencialmente, à temperatura agradável das suas águas, aquecidas pelas fumarolas submersas que existem no extremo E da praia, uma das mais procuradas da ilha.

Teófilo Braga

(Terra Nostra, nº 257, 1 de abril de 2005)

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